segunda-feira, 19 de maio de 2008

CURIOSIDADES - Carta de Albert Einstein.

Do blog Direto da Redação, copiei o texto abaixo publicado pelo jornalista Claudio Lessa.

DEUS NÃO JOGA DADOS
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Você sabe o que significa a fórmula “E=mc2” e como fazer alguma coisa prática com ela no seu dia-a-dia? Eu fui pesquisar. A fórmula surgiu no início do século passado, a partir do raciocínio de Albert Einstein, e significa que a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz. Já se vão quase cem anos e apenas uns poucos iluminados conseguem aplicar essa fórmula que mudou a face da Física em algo prático – de preferência, para matar muita gente de uma só vez (fabricando bombas atômicas) ou buscar respostas para perguntas sobre outros mundos (ou as origens do nosso) que ainda demorarão muito para ter alguma confirmação. Na rotina diária, não dá para quantificar a energia perdida com a raiva que se sente do desgoverno, nem realizar um planejamento financeiro que realmente tire o nosso pé da miséria, nem calcular o ímpeto necessário para que nosso corpo cansado supere a depressão e busque aquela volta por cima na relação que está desaparecendo diante dos nossos olhos.Albert Einstein veio a este mundo abrir, de maneira radical, os olhos da humanidade. Não se pode dizer, exatamente, que o mundo estivesse preparado para ele. Já o genial cientista, com seu jeito extraordinário de ser, mostrou ser capaz de se adaptar às dificuldades apresentadas pelo meio e deixar sua marca para as gerações futuras, que ainda terão muito trabalho para decifrar tudo o que ele quis dizer – até mesmo sobre Religião.Esta semana, uma carta escrita em 1954 por Albert Einstein a um amigo, o filósofo alemão Eric Gutkind, foi leiloada por quase 670 mil reais. Nela, Einstein faz diversas observações sobre o tema da religiosidade que deixaram muita gente de cabelo em pé – especialmente porque ele já declarara, antes dela, que “Deus não joga dados”, que “a ciência sem religião é manca; a religião sem ciência é cega”, dois axiomas. Como bom professor, no entanto, Einstein já complicara um pouquinho mais a equação, também no passado, dizendo não acreditar “no Deus da Teologia que recompensa o bem e pune o mal. Meu Deus criou leis que tomam conta disso. Seu Universo não é governado por pensamentos positivos, mas por leis imutáveis” – o que fez alguns sugerirem incoerência por parte de Einstein. Teria sido ele incoerente ao dizer tais coisas antes, e mais tarde – na agora famosa carta de 1954, um ano antes de sua morte – que “a palavra Deus, para mim, nada mais é do que a expressão e produto das fraquezas humanas”? Que “a Bíblia é uma coleção de lendas bem intencionadas, mas ainda assim primitivas e bastante infantis”? Que “para mim, a religião judaica, assim como todas as outras, é uma encarnação das mais infantis superstições”?Por que será que Albert Einstein rejeitou a fé estruturada, organizada, mas nunca abandonou a idéia de que uma força espiritual superior estaria em ação no Universo? Será que se poderia atribuir a Albert Einstein, uma das mentes mais brilhantes do Século XX, a condição de que “ninguém é perfeito”, ou seria possível entender que Einstein, como sempre, estava à frente de seu tempo e conseguia sintetizar com perfeição o que via diante de si?Veja: na prática, o que representa a fé estruturada, de Einstein para cá? De um ângulo, a esperta manutenção de um complexo de culpa que não é anulado nem se todos as determinações – mesmo aquelas mais absurdas, que resultam em risco de vida para o praticante, como o não-uso da camisinha – são cumpridos à risca. Você nasce culpado e morre culpado; de outro, a quase criminosa subtração de dinheiro dos mais pobres, colocados contra o muro quando o “religioso” brada, ameaçador, “eu não sei o quanto você tem no bolso, mas Deus sabe! Não adianta esconder de mim, porque Ele vê tudo!”, entre outras coisas; ainda de um outro ângulo, a fé organizada impele seus praticantes à violência em nome de Deus, à autodestruição física em nome de um futuro de doces e sensuais recompensas, como virgens e banhos em rios de leite e mel. O genial Albert Einstein, que nos legou o conceito de que uma ínfima quantidade de matéria pode render uma fenomenal quantidade de energia, a possibilidade de viagens a outros planetas, além de outras grandes realizações para a humanidade, talvez tenha procurado dizer, com suas palavras consideradas “incoerentes” por alguns, que o melhor mesmo é a coexistência pacífica (a bomba atômica seria o lado escuro de uma brilhante ferramenta para o avanço de todos), e mais: qualquer um de nós pode se comunicar diretamente com essa força espiritual superior que age sobre todo o Universo. Sem intermediários, a energia vem mais forte, vem mais limpa.

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