Em1993 a Ultrafértil foi privatizada. Quem a comprou foi a Bunge, multinacional que atua em mais de 32 países. Pagou U$ 207 milhões por uma empresa que valia U$ 1,2 bilhões. Detalhe, foi comprada com financiamento do BNDES. Hoje, a Bunge controla uma reserva de mercado interna cativa e tem o monopólio da produção/distribuição do NPK em nosso país. Quem perdeu e quem ganhou com a privatização podemos ver a seguir:
FEIJÃO E ARROZ BEM MAIS CAROS: DIA 12/05 - AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A PRIVATIZAÇÃO DA ULTRAFERTIL NO PARANÁ
O Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores e Trabalhadores (CDPA) promoverá a Audiência Pública “Feijão e arroz bem mais caros: privatização da Ultrafertil no Paraná”, no dia 12 de maio (segunda-feira), às 9 horas, na Assembléia Legislativa do Paraná, na Rua Senador Accioli Filho, 851, Curitiba. O objetivo do encontro, conforme ressaltam os organizadores, é “ver no que deu” a privatização da Ultrafertil. O Comitê sustenta que o Brasil perdeu muito com tal privatização, como, por exemplo, na medida em que “os compradores dessas empresas não se comprometem com a responsabilidade interna alimentar, mesmo tendo o BNDES como seu agente financeiro”. E mais: “Remeteram seus lucros para as matrizes, controlam os preços, pois são oligopólios na produção e distribuição, e tiveram nesses 15 anos um lucro líquido na ordem de R$ 2,6 bilhões. A Ultrafertil foi privatizada por US$ 207 milhões. A multinacional Bunge, ressalta o CDPA, assumiu o controle acionário da Ultrafertil e “controla uma reserva de mercado interna cativa e também o monopólio de produção/distribuição” no País.
Quem perdeu com a privatização da Ultrafertil
1. Os pequenos agricultores que deixaram de comprar à porta da fábrica a preço de fábrica e não em cota mínima de compra estipulada em 25 toneladas;
2. Os grandes agricultores: pois agora além das cotas a oferta mundial está sendo restrita a mercados internos e a preços altíssimos;
3. Os trabalhadores: a fadiga dos equipamentos de produção x continuidade operacional e a precarização das condições de trabalho já ocasionou no complexo todo (PR, SP, MG, GO) 7 mortes.
4. A sociedade que assiste uma disparada de preços na cesta básica e a ameaça da sua soberania alimentar;
5. O país que se vê refém das transnacionais e do agroexportador;
6. O Brasil que se deixou encantar com as privatizações sem ter garantias de oferta interna de fertilizantes/alimentos;
7. Mais uma vez o Brasil. Quando os compradores dessas empresas não se comprometem com a responsabilidade interna alimentar, mesmo tendo o BNDES como seu agente financeiro. Remetem seus lucros para as matrizes, controlam os preços, pois são oligopólios na produção e distribuição, e tiveram nesses 15 anos um lucro líquido na ordem de R$ 2,6 bilhões, que dava para construir 13 fábricas do nosso porte. Pagaram US$ 207 milhões pela Ultrafertil em 1993, quando a mesma valia US$ 1,2 bilhões;
Também o município de Araucária, que em 1992 arrecadou em ICMS, US$ 5,4 milhões para 450 mil toneladas de uréia, hoje só a BUNGE sabe como estão as arrecadações de impostos.
ALERTA: O Brasil produz NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) desde 1995. Em 1997 produziu 9,7 milhões de toneladas e o seu consumo foi de 25 milhões de toneladas. Ou seja, importou 17 milhões de toneladas que já não estão custando US$ 144,00, mas sim US$ 450,00. Logo, um dispêndio de US$ 7,0 bilhões. Estima-se para 2008 um incremento de 20% caso tenhamos navios e ofertas de NPK, pois a China, maior produtor e 6º exportador de Nitrogenados, sobretaxou em abril/08 em 135% a exportação de uréia.
Quem ganhou
1. As misturadoras que através de financiamentos do BNDES e carência para começar a pagar, compraram a empresa por menos de metade que valia;
2. O grupo BUNGE, que assumiu o controle acionário e controla uma reserva de mercado interna cativa e também o monopólio de produção/distribuição no Celeiro do Mundo. Portanto dita as regras de comercialização a seu bel prazer;
3. Os acionistas, uma vez que o lucro tem relação direta com a `escassez de produto`;
4. Os países de origem das multinacionais que formam o Oligopólio dos fertilizantes, já que as remessas são enviadas para as matrizes;
5. As multinacionais: hoje somos dependentes em quase 70% de importações, feitas pelas mesmas empresas em outros 32 países.
O que apontamos
1. Compromisso além de social, também agrícola das empresas privatizadas; que voltem a vender aos pequenos agricultores cadastrados e a preço de porta de fábrica, já que são estes que produzem a cesta básica para o povo brasileiro;
2. Que a Petrobrás tire do papel o projeto do novo complexo de fertilizantes e que por hora a Nitrofértil também seja estimulada a praticar a venda e a distribuição ao pequeno agricultor;
3. Que o BNDES pare de ser o `Brasileiro Bonzinho` para empresas com práticas anti-sindicais logo anti-democratas. Será que os EUA faz empréstimos às empresas estrangeiras que atuam em seu território e que desrespeitam seus trabalhadores?
4. Que a responsabilidade social e alimentar, como a agricultura orgânica se complementem para que o povo brasileiro não tenha em seu território um apagão alimentar.
Pelo BRASIL, 4º maior consumidor de insumos e o Paraná, 3º consumidor interno e responsável por 1/3 da produção alimentar brasileira, lembramos a história da privatização e o que diz o CONSEA(2004) resgatado pelo Presidente Lula, em 2003: `Segurança alimentar e nutricional é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade e suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientamente sustentável`.
COMITÊM EM DEFESA DOS PEQUENOS AGRICULTORES E TRABALHADORES
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