segunda-feira, 19 de maio de 2008

PRIVATIZAÇÃO - Vale, Estado detém mais de 50%.

Eu só queria saber se os fundos de pensão e o BNDES, têm assento no Conselho de Administração da Vale. Se o Estado brasileiro tem mais de 50% do controle, como diz o ministro, por que a omissão do governo brasileiro?

Estado detém mais de 50% da Vale apesar do controle ser de banco privado, afirma ministro
“A Vale foi do povo, foi do governo e foi privatizada, mas continua sendo estatal”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante o lançamento do Programa Nacional de Extencionismo Mineral, no dia 12, para uma platéia formada em parte por garimpeiros.
“Pouca gente sabe que a Vale, de algum modo, ainda continua sendo uma estatal porque quarenta e pouco por cento dela pertencem aos fundos de pensão do Banco do Brasil e da Caixa, que são, de algum modo, do poder público. E cerca de 12% pertencem ao BNDES”, disse o ministro. “Ou seja, o poder estatal ainda detém mais de 50% da Vale do Rio Doce, embora seu comando, sua direção, por esses artifícios de natureza legal, pertencem a 8%, detidos por um determinado banco privado”, completou.
Ao responder, durante entrevista, se o governo pretende ampliar seu poder na Vale, o ministro declarou: “É apenas um registro. A Vale é bem dirigida e cresceu muito depois da privatização. Mas nós temos de ter consciência da presença do Estado nela”, afirmou Lobão.
A Vale do Rio Doce, criada em 1942, foi privatizada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em maio de 1997. Mais de 100 medidas judiciais entre ações populares e ações civis públicas tentam reverter a venda da então maior estatal brasileira.
“Nós não chegamos, mas deveríamos ter, há muito tempo, responsabilizado pessoalmente os autores dessa falsa venda e dessa fraude. A começar pelo então presidente da República, que deve responder por isso na Justiça”, defende o jurista Fábio Konder Comparato, autor de uma das ações populares contra a privatização da Companhia. Segundo ele, houve um “atentado ao patrimônio nacional” com a venda da Vale do Rio Doce por R$ 2,1 bilhões, empresa detentora de um patrimônio inestimável.
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale atua nos cinco continentes e produz e comercializa minério de ferro, pelotas, níquel, concentrado de cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês e ferroligas. No ano passado, durante a Semana da Pátria, milhões de brasileiros participaram do plebiscito, organizado por entidades populares, pela reestatização da Vale.

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