quinta-feira, 12 de junho de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - Democratas criticam McCain por comentário sobre o Iraque.

WASHINGTON (Reuters) - Os democratas acusaram na quarta-feira o candidato republicano John McCain de ser confuso e insensível ao dizer que "não é tão importante" definir quando as tropas dos EUA vão deixar o Iraque -- um dos principais temas na campanha para a eleição presidencial de novembro.
O comitê de McCain disse que suas declarações foram distorcidas e que ninguém melhor do que um ex-prisioneiro de guerra pode entender os sacrifícios que os militares e suas famílias fazem pelos Estados Unidos.
O senador baseia grande parte da sua campanha no seu passado como prisioneiro no Vietnã e em sua credibilidade como comandante-chefe -- numa contraposição à suposta inexperiência de seu rival democrata, Barack Obama.
Questionado numa entrevista na NBC sobre uma estimativa para a retirada das tropas de combate norte-americanas, McCain respondeu: "Não, mas isso não é tão importante. O importante são as baixas no Iraque."
Falando em nome dos democratas, o ex-candidato a presidente John Kerry, também condecorado no Vietnã, considerou a declaração "inacreditavelmente alienada e inconsistente com as necessidades e preocupações dos norte-americanos, e particularmente das famílias dos soldados que estão lá".
"Para elas", completou, "a coisa mais importante do mundo é quando eles vão voltar para casa. E a coisa mais importante do mundo é que tenhamos um comandante-chefe que entenda como trazê-los para casa."
O comitê de McCain disse que a reação democrata foi um falso ataque, destinado a ocultar a teimosia de Obama ao propor a retirada "custe o que custar".
Mike Duncan, presidente nacional do Partido Republicano, disse que Obama, que sempre se opôs à guerra do Iraque e promete retirar as tropas nos primeiros 16 meses de mandato, não tem "credibilidade" para discutir o futuro do Iraque.
O senador sem partido Joe Lieberman (ex-democrata, mas que apóia McCain) disse que a reação democrata é "mais uma tentativa partidária de distorcer as palavras de John McCain, de distrair o povo americano do fato de que John McCain foi corajoso e correto a respeito o aumento [das tropas] no Iraque, e que Barack Obama tem infelizmente sido consistentemente errado".
Susan Rice, assessora de política externa de Obama, disse que as declarações do republicano demonstram "um padrão perturbador, até desconcertante, de confundir fatos básicos e a realidade relativos ao Iraque [...] nos últimos meses".
Ela lembrou que McCain já citou equivocadamente o número de soldados no Iraque e também se confundiu ao se referir ao suposto apoio do Irã a um grupo radical.
Howard Dean, presidente do Partido Democrata, disse que as declarações mostram que McCain não tem um plano para encerrar a guerra do Iraque de modo responsável, e que essa é "uma das questões mais importantes nesta campanha".

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