sexta-feira, 6 de junho de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - Obama fala sobre Jerusalém.

Não são essas declarações que vão ajudar a criar o Estado Palestino e trazer paz para a região.

Declaração de Obama sobre Jerusalém choca árabes.

Líderes árabes reagiram com raiva e descrédito a uma declaração pró-Israel feita nesta quarta-feira (4) por Barack Obama, que deve ser nomeado candidato á presidência dos EUA por seu partido em breve.
Obama fez o discurso durante uma conferência anual do Conselho de Relações Públicas Israel-Americano (AIPAC, na sigla em inglês): "Jerusalém permanecerá como capital de Israel e deve permanecer unificada".Seus comentários causaram desânimo nos líderes palestinos, que vêm a ocupada Jerusalém Oriental, a parte árabe da cidade, como parte do futuro Estado palestino. "A declaração dele deve ser totalmente rejeitada", afirmou Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, que ainda repetiu sua exigência de que um Estado palestino tenha Jerusalém Oriental como sua capital. "O mundo todo sabe que Jerusalém Oriental, a Jerusalém sagrada, foi ocupada em 1967, e o mundo não aceitará um Estado palestino sem ter Jerusalém como a capital desse Estado palestino", afirmou o dirigente. Saeb Erekat, assessor de Abbas, disse que os negociadores palestinos envolvidos no processo de negociação de paz continuariam a insistir sobre a necessidade de Jerusalém Oriental ser a capital dos palestinos.Segundo Erekat, Obama "fechou as portas à paz". O democrata, que acaba de garantir a vaga de seu partido nas eleições presidenciais de novembro, disse em um discurso proferido em Washington: "Jerusalém continuará a ser a capital de Israel e ela precisa continuar a ser uma cidade indivisa". O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) condenou as declarações de apoio a Israel vindas do candidato democrata à Casa Branca, afirmando que "são uma nova prova da hostilidade dos americanos em relação aos árabes e muçulmanos".Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, disse que "o discurso de Obama destrói toda a esperança de mudança na política norte-americana sobre o conflito árabe-israelense".Os Estados Unidos e outras potências não consideram Jerusalém a capital de Israel — a embaixada americana, por exemplo, fica em Telavive — e não reconhecem a anexação de Jerusalém Oriental ocorrida depois da Guerra dos Seis Dias (1967). O Knesset (Parlamento israelense) aprovou em votação preliminar um projeto de lei que define Jerusalém como "a capital de Israel e do povo judeu", apesar de na parte oriental da cidade viverem mais de 200 mil palestinos. O projeto foi aprovado preliminarmente por 58 votos a favor e 12 contra, o que significa que continuará seu trâmite nos mecanismos legislativos para ser emendado à Lei Básica, que até agora a classificava unicamente como "capital de Israel".

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