Pela primeira vez em reuniões para discussão do petróleo, o Brasil irá participar na condição de produtor, e não apenas como consumidor. A reunião em questão será realizada no próximo domingo, em Jidda (Arábia Saudita), e tem como principal objetivo discutir a recente escalada nos preços da commodity.
Os representantes brasileiros no encontro serão o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O ministro, inclusive, já está a caminho da Arábia Saudita.
Foram convidados os 33 países-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os países participantes do G8 e outros países que vão na condição de consumidores e produtores. O Brasil entra nesse último grupo. A Venezuela, único país da América Latina membro da Opep, já confirmou que não irá participar do encontro.
O objetivo de Lobão em Jidda será defender o biocombustível brasileiro como alternativa energética ao petróleo. Além disso, deverá voltar a rebater os ataques devido à teórica influência dos biocombustíveis na alta dos preços dos alimentos.
O barril do petróleo cru para entrega em julho foi cotado hoje pela Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês) a US$ 131,92 --baixa de 3,47% em relação ao fechamento de ontem, US$ 136,68. Na primeira quinzena de junho, o petróleo bateu recorde e chegou a ser cotado a quase US$ 140.
Brasil na Opep
Do final do ano passado para cá, a Petrobras já descobriu uma série de campos de petróleo na área chamada de pré-sal que colocaram o Brasil em uma posição de destaque entre os detentores das maiores reservas mundiais da commodity.
Em novembro do ano passado, quando o primeiro megacampo (Tupi, na bacia de Santos) foi anunciado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a descoberta de reserva colocava o Brasil em uma situação "privilegiada", o que faria com que o país integrasse a Opep.
O presidente disse ainda na ocasião que, quando o Brasil estiver na organização, poderá "brigar um pouco" para reduzir o preço do petróleo.
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