sábado, 2 de agosto de 2008

VENEZUELA - Chaves vai estatizar banco.

Em confronto com o neoliberalismo, Chávez vai estatizar banco

Em mais uma iniciativa para reverter os estragos causados pelo neoliberalismo em seu país e caminhar na direção do seu projeto de socialismo do século XXI, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira que irá nacionalizar "em breve" o Banco da Venezuela, um dos maiores do país, que pertence ao grupo espanhol Santander.

O Banco da Venezuela é um dos principais do sistema financeiro do país, com US$ 700 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) investidos em operações no país. "Eles queriam vender o banco a um banqueiro venezuelano, mas eu, como chefe de Estado, disse não. Que o vendam ao governo, ao Estado. Vamos recuperar o Banco da Venezuela, nos faz muita falta um banco dessa magnitude", disse o presidente venezuelano em anúncio na TV.

Confrontando o neoliberalismo

O presidente venezuelano tem consciência de que sua decisão confronta o neoliberalismo e vai despertar reações iradas na Espanha e nos centros imperialistas. Mas, ele está disposto a enfrentar as pressões.

De acordo com Chávez, a nacionalização gerará na Espanha "uma verdadeira campanha" contra ele. "Não faltarão os meios de comunicação da Espanha (...) para prejudicar as relações que acabamos de retomar", disse o presidente, referindo-se à visita da semana passada ao rei Juan Carlos 1º e ao presidente de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.

Desde 2007, Chávez ordenou a nacionalização das companhias de telecomunicações e de eletricidade, da siderurgia e das cimenteiras Cemex (México), Lafarge (França) e Holcim (Suíça). Até o momento, as nacionalizações ocorreram depois de acordos econômicos.

Santander já negocia.

Já o Grupo Santander confirmou nesta sexta-feira (1-8) que mantém negociações com o governo venezuelano para vender a filial do banco no país, uma das principais instituições financeiras venezuelanas.

Em um comunicado, a entidade reconheceu que inicialmente tinha a pretensão de vender o banco a um investidor privado venezuelano, porém decidiu negociar com o Estado após conhecer a decisão de Hugo Chávez.

Fontes do mercado avaliam a filial venezuelana do Santander entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,9 bilhão, embora a entidade espanhola não tenha confirmado estes números.

Acordo

A vice-presidente do governo, Maria Teresa Fernández de La Vega, considerou hoje "muito provável" que se alcance um acordo "em breve", e afirmou que "não há nem vai haver qualquer tipo de intervenção" por parte do Executivo espanhol.

Em sua opinião, é uma negociação "completamente respeitosa e normal, sem qualquer tipo de problemática especial". Segundo os resultados do primeiro semestre do Grupo Santander, o
Banco da Venezuela tem uma parcela de 11,8% em créditos e de 10,7% em depósitos.

Em 30 de junho, a filial contava com 285 escritórios e 3 milhões de clientes e, segundo dados da seção sindical da central UGT do Santander, havia 4.565 funcionários, dos quais 58% eram mulheres e 42% homens.

O Banco da Venezuela, com 80% do controle adquiridos pelo Santander em 1996, obteve um lucro líquido atribuído de 109 milhões de euros até junho, 29% a mais que no mesmo período de 2007.
Fonte:Blog À ilharga de uma geóloga.

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