Obama perde sua credibilidade
Talvez nenhum governante no mundo tenha tido a simpatia, ao chegar ao poder, como a que teve Barack Obama.
Todas as pessoas de boa-fé deram-lhe um crédito quase ilimitado.
Que bom para todos se não tivéssemos de olhar os Estados Unidos com um pé atrás.
Infelizmente, o Governo Obama vai corroendo, sozinho, sua credibilidade.
Em relação aos seus vizinhos, faz um jogo de cena tão pífio que não há, a estaaltura, um diplomata latinoamericano independente que acredite em sua palavra.
As bases na Colômbia apareceram como fato consumado. Com cara de tacho, reconheceram que “faltou diálogo sobre o o assunto” com os países, como o Brasil, vizinhos às bases e dentro do seu raio de alcance bélico.
Este caso de Honduras, porém, foi pior. No dia 29 de outubro, o enviado do governo Obama, Thomas Shannon, selava um acordo entre o governo golpista e o presidente constitucional, Manoel Zelaya. Em dois dias, ele seria reconduzido ao cargo e haveria eleições livres.
Passou-se um mês. Houve eleição, sob vigilância militar. Zelaya não apenas não foi restituido como continuou prisioneiro na embaixada brasileira.
Só depois de eleições pra lá de suspeitas, onde ninguém consegue dizer com certeza quanto foi a abstenção, é que o Congresso foi chamado a dizer sobre a volta de Zelaya. Voltar para onde, com um novo presidente já eleito, e um adversário?
Agora à noite, o secretário-assistente dos Estados Unidos para a América Latina, Arturo Valenzuela, disse que o governo americano está “decepcionado” com a decisão do Congresso hondurenho de não permitir a restituição do líder deposto de Honduras, Manuel Zelaya, à Presidência.
Ridículo. Queriam que o Congresso votasse como, com um novo regime já instituído?
A posição dos Estados Unidos, perdoem a forçada palavra, é tão verdadeira quanto uma nota de três dólares. O último colocado na prova do Instituto Rio Branco não teria coragem de fazer, depois desta, um acordo diplomático com os Estados Unidos.
Obama ainda pode, mas é cada vez mais difícil, recuperar sua credibilidade. E as nossas esperanças.
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