domingo, 20 de dezembro de 2009

POLÍTICA - Meirelles quer ser vice de Dilma.

Meirelles faz chantagem com economia para ser vice

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Meirelles é "o cara". O cara do mercado e do dinheiro.

A entrevista do presidente do Banco Central, hoje, em O Globo, é uma das coisas mais indecorosas que tenho vistos nos últimos tempos. Henrique Meirelles, em sua ambição de ser vice de Dilma- que já o levou a plantar matérias neste sentido na Folha – passa de todos os limites ao fazer terrorismo econômico com a eleição presidencial.

O papel de um presidente de Banco Central, em qualquer país do mundo, é “apartidarizar” a política monetária, é afastar dela qualquer tipo de percepção de instabilidade política. Meirelles faz justamente o contrário, ao dizer que as eleições presidenciais serão o maior foco de tensão da economia em 2010. Por que? Temos uma candidatura de oposição que ameace as bases da política seguida pelo BC? Ao contrário, não é? Alguém tem dúvidas de que uma improvável eleição de José Serra iria baixar os juros, castigar os especuladores e fazer uma política cambial e monetária desfavorável aos banqueiros? Claro que não, ora.

Então – e aí vão as entrelinhas de chantagem política da entrevista – o perigo é… Dilma, que poderia ser “tentada” a seguir uma política “esquerdista” de juros baixos e incentivo à produção, não à especulação…

E aí, qual o remédio para este “perigo”? Claro, ele, o super-Meirelles! O protetor dos banqueiros e dos investidores, o paladino dos juros altos, o campeão das “garantias ao mercado”!

Aliás, a entrevista é dada com uma cara-de-pau incrível. Eleito deputado por Goiás, pelo PSDB, logo depois de se aposentar na presidência do Bando de Boston – que tem uma enorme presença junto ao povão de Goiás, como se sabe - concordou em prestar-se ao papel de ser o “calmante” que Lula poderia oferecer ao “mercado” emostrou logo ao que vinha, fazendo duas subidas enormes nos juros… Lula topou, tinha de conseguir a tal estabilidade…

Mas, e agora, o que há de risco na economia brasileira? Para não falar que não há, há um, que o sr. Meirelles estimula, como presidente do BC: a sobrevalorização do câmbio e a manutenção de juros altos que atrai dólares em demasia para o país…

Na entrevista, o pobrezinho e desinteressado Meirelles ri quando falam de ele ser o vice de Dilma, agora que foi enfiado goela abaixo do PMDB, e fica à disposição do país – ou melhor, do “mercado” que, penhorado, exige a sua presença no Governo. E diz, sem corar: “eu não sou político”…

Claro que é, Dr. Meirelles. Político sem voto, mas político de arranjos, pressões, político a serviço do capital.

Parece evidente que Lula não vai cair neste joquinho besta. Sabe que suportou o desgaste que Meirelles lhe deu poruqe tinha uma trajetória e posições que o povo brasileiro percebia apesar do discurso do “paz e amor”.

Dilma não tem este handicap de Lula. A presença de um homem como Meirelles na sua chapa poderá desencadear um racicínio simples e mortal: se é para termos uma política de juros altos, de liberdade total para o capital estrangeiro, se é para termos uma política neoliberal em matéria de economia, porque então não votar logo no Serra?

Fonte: Blog Tijolaço, do Brizola Neto

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