segunda-feira, 21 de abril de 2014

A FALTA DE AMOR, A FALTA DE DEUS!

A falta de amor, a falta de Deus!



Francisco Bendl
Independente da contundente correspondência enviada pelo Dr. Jorge Béja ao Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, em brilhante exposição de fatos contra a discriminação de tratamento aos pobres protagonizada pela Igreja Católica, lamentavelmente este episódio me fez lembrar o filme sobre São Francisco, “Irmão Sol, irmã Lua”.
Ao narrar a entrada dos franciscanos no Vaticano, andarilhos, esfarrapados, descalços, sujos, com fome, em razão do caminho que percorreram entre Assis e Roma, e se estendem no chão ao ver o Papa, em demonstração de suprema humildade, o magnífico filme de Franco Zeffirelli, de 1972, apresenta uma das cenas maios eloquentes já filmadas quando o Papa desce do seu trono, manda-os que fiquem em pé, e beija os pés de Francisco!
Pois o cardeal do Rio seria o próximo Papa, por aclamação, se em plena Sexta-Feira da Paixão, abrisse as portas do seu templo aos miseráveis e, de um em um, lhes beijasse os pés!!!
Dom Orani é apenas cardeal. Faltou-lhe o espírito cristão, o amor de Jesus pelos necessitados. O cardeal não fechou a Casa de Deus para os humanos pobres, mas bateu com a porta na cara de Cristo, pois a este também não lhe seria permitido o ingresso nas dependências da igreja, porque vestido simplesmente e, em sua companhia, pessoas humildes, pobres, sem qualquer dinheiro consigo.
Que triste essa atitude tomada pelo dirigente da Igreja com relação aos pobres em sua cercania. Admito que o governo tem a sua culpabilidade diante dessas pessoas necessitadas, mas a caridade, essa não tem bandeira política e se torna sinônimo de religião e religiosidade, sob pena de seguirmos princípios e valores destituídos do seu maior significado: a falta de amor, a falta de Deus!
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Interessante notar que a grande imprensa não deu maior importância à atitude de Dom Orani, como se tivesse sido alguma medida normal e corriqueira. Se não fosse a imediata reação do Dr. Jorge Béja, o triste episódio, que nos envergonha a todos, não teria maior repercussão. (C.N.)

Nenhum comentário: