Projetos querem reduzir faixa de fronteira.
Quero comentar hoje um assunto importante que está sendo escondido pela grande mídia. É o assunto da revisão da nossa Faixa de Fronteira. Hoje, a Constituição Federal proíbe que estrangeiros sejam donos de terras a menos de 150 km das nossas fronteiras internacionais. Entretanto, empresas papeleiras, quase todas multinacionais, estão comprando enormes extensões de terra próximas às fronteiras. Eles compram e registram as terras em nome de laranjas para burlar a lei.No Rio Grande do Sul, quem faz isso é a empresa finlandesa Stora Enso. Como é uma situação absolutamente irregular e ilegal, as papeleiras trataram de se prevenir. E como estão fazendo? Eu vou contar para vocês. O deputado do DEM, gaúcho de Pelotas, Matteo Chiarelli, entrou com projeto de lei na Câmara Federal para alterar o tamanho dessas faixas, diminuindo-as. Ele quer que a Faixa de Fronteira fique em apenas 50 km, quando hoje é de 150 km.E o deputado Vieira da Cunha, do PDT gaúcho, quer ir mais além. Entrou com um substitutivo que encolhe a Faixa de Fronteira para apenas 10 km os limites do RS, SC e PR, e para 100 km os limites do Mato Grosso, e 150 km os limites de Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Roraima.Como se pode notar, os deputados Vieira da Cunha e Matteo Chiarelli querem beneficiar as multinacionais papeleiras. O deputado Vieira vai mais além: o seu projeto retira a necessidade de haver consulta ao Conselho Nacional de Defesa. Os dois deputados querem favorecer, repito, as empresas papeleiras. As mesmas que investem na degradação do meio ambiente, na destruição do que ainda resta do bioma Pampa.E para que tudo isso? Ora, para o plantio extensivo de eucalipto e pínus. Fica pois a pergunta aos nossos ouvintes: será que esses deputados representam o povo ou representam mesmo essas multinacionais predadoras do meio ambiente?
Cristóvão Feil.
Fonte: blog Diario Gauche.
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