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A iniciativa ilegal do governo colombiano de utilizar as logos da Cruz Vermelha e do canal de notícias Telesur na conhecida "Operação Jaque" segue gerando polêmica. No último sábado (26), em comunicado, a Telesur afirmou que seu compromisso é somente informar e que a iniciativa "irresponsável" como esta é um perigo para a vida dos profissionais e atenta contra o direito universal da informação.
O comunicado foi feito após o anúncio público do ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, que afirmou que militares foram treinados "para que fizessem passar por um italiano, um australiano, um árabe, um médico, uma enfermeira e um câmera da Telesur".
"Suplantar jornalistas em uma operação militar é uma simulação pérfida e uma traição fraudulenta tão grave como suplantar a Cruz vermelha Internacional, que não se pode ser aceita sob nenhum pretexto, porque viola o Direito das Gentes, os acordos internacionais e as leis da guerra, que são ganhos da civilização", afirma o comunicado.
Também ao ocorrido se somou a Federação Latino-Americana de Jornalistas (Felap). Em nota de repúdio, criticou as declarações do ministro Santos. Segundo agrega, a prática utilizada na operação nada mais é que a naturalização de uma situação de guerra e de terror.
"A admissão do ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, de que efetivos militares de seu país usaram ilegalmente emblemas de Telesur em operações para libertar prisioneiros em mãos das Farc, não é mais que outra volta na porca do atual governo colombiano em sua aspiração destinada a naturalizar o guerrerismo, a impunidade e o terror, afim aos interesses do imperialismo", disse a Felap.
O movimento pelo Jornalismo Necessário, que agrupa mais de quinhentos jornalistas formais e comunicadores alternativos e comunitários da Venezuela, também se manifestou sobre o tema.
"Expressamos nossa mais enérgica e profunda condenação à violação dos direitos e de propriedades de um meio de comunicação multiestatal, como é a Telesur, para uma operação militar na qual não se estava cumprindo nenhuma missão informativa. É uma agressão a mais do presidente Uribe e do ministro de Defesa Santos ao trabalho informativo verídico, transparente e independente que realiza o canal", afirmou o Movimento.
Fonte: FNDC
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