sexta-feira, 1 de agosto de 2008

RODADA DE DOHA - Olha quem critica

O egocêntrico e grosseiro Reinaldo Azevedo, conhecido fascistóide que carrega na sua biografia a falência da revista Primeira Leitura – apesar dos generosos e suspeitos anúncios dos governos tucanos – nutre um ódio doentio ao governo Lula. Tudo é motivo para os seus ataques rasteiros. Não é para menos que hoje ele é um dos queridinhos da famíglia Civita, que abriu as páginas da Veja para seus comentários venenosos. Nesta semana, o adorador do presidente-terrorista George W. Bush, a quem já deu inúmeras provas de servilismo no seu blog na Abril, resolveu concentrar as suas baterias contra o ministro das Relações Exterior do Brasil, o embaixador Celso Amorim.

Por Altamiro Borges

Metido à intelectual, o editor falido acusou o ministro de “delinqüência intelectual”. Ele seria um dos culpados pelo fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). A exemplo da representante comercial dos EUA, Susan Schwab, e da comissária de Agricultura da União Européia, Mariann Boel, que teriam derramado lágrimas diante do fiasco da negociação, o servil “jornalista” também estaria baqueado com o desfecho da reunião. Para Reinaldo Azevedo, os países ricos cederam nos subsídios agrícolas, mas a China, a Índia e, também, o Brasil foram intransigentes. O erro, segundo ele, seria a visão anacrônica dos “países pobres contra os ricos”.


Picareta, malandro e... capacho


“O embuste principal na malograda rodada da OMC foi a tese falsa, picareta, malandra, atrasada, de que se tratava de um embate entre o norte rico (EUA e Europa) e o sul emergente – com o G-20 falando pela turma, tendo Amorim como porta-voz inicial de Brasil, Índia, China e África do Sul, entre outros. Sim, o Brasil assumiu a bandeira dos emergentes, e já havia quem antevisse a redenção. Derrubaríamos barreiras protecionistas da Europa e dos EUA e abriríamos o mercado para o etanol – e tudo porque, afinal, Amorim conseguiu bater duro na mesa. Acabou o tempo da submissão!”. Para ele, este discurso “atrasado” é que inviabilizou a negociação, embora os EUA – sempre tão bonzinhos – tenham aceitado “diminuir o teto de seus subsídios”. Haja servilismo!


No seu comentário rancoroso e patético, ele acusa o embaixador Celso Amorim de ter se dobrado às pressões da China e Índia em defesa da soberania dos chamados países emergentes. Para ele, Amorim cometeu uma série de graves “delinqüências intelectuais”. Numa lista que evidencia sua total subserviência ao imperialismo ianque (ele tem urticárias com essa definição!), afirma que o embaixador brasileiro azedou a Rodada Doha com seus ácidos ataques às ambições dos EUA. O ministro deveria ter contido sua língua ferina! Talvez devesse tirar os sapatos diante dos “ricos”, como fazia nos aeroportos dos EUA o ministro de FHC, Celso Lafer, tão bajulado por Azevedo.


Elitista despeitado e rancoroso


Indignado com a coragem e altivez das declarações do atual ministro, ele simplesmente pede sua imediata exoneração – quem sabe seguindo ordens do patrão Bush. “Em país civilizado, Amorim seria sumariamente demitido. Por aqui, não vai acontecer nada. Até porque o chefe do ministro já afirmou bobagem semelhante. Ora, Amorim, dadas a sua trajetória e formação, deveria contribuir para melhorar Lula, não para piorá-lo. Mas faz justamente o contrário. Empresta alcance teórico aos preconceitos e às grosserias intelectuais do outro, alçando suas bobagens à condição de um pensamento respeitável”, afirma o elitista despeitado diante da popularidade do atual presidente.


Reinaldo Azevedo, talvez sob encomenda do “império do mal” e de setores da oligarquia nativa, nunca tolerou a política externa do governo Lula. Preferia o “alinhamento automático” pregado por seu ícone FHC com os EUA, torceu pelo sucesso da proposta neocolonial da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e sempre jogou contra o Mercosul e as negociações Sul-Sul. Para ele, a atual “política externa cobre o país de vergonha” e Amorim “é um desastre e seu histórico de insucessos é impressionante”. Na sua avaliação - mais dura do que alguns críticos à esquerda que condenaram, acertadamente, a postura dúbia e vacilante do Brasil nas negociações da OMC –, o atual ministro “foi um dos maestros da pantomima dos desafinados” na Rodada Doha.
Fonte: Blog Vermelho

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