quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CHINA - Comuna sobrevive após 60 anos de comunismo.

Enquanto a China se prepara para marcar os 60 anos do comunismo nesta quinta-feira, a pequena cidade de Nanjie, no norte do país, continua seguindo à risca muitos dos preceitos de Mao Tsé-Tung.

Nanjie é uma das poucas comunas que restaram na China, onde os trabalhadores começam o dia saudando Mao, a estátua do líder tem um lugar central na praça principal e cartazes com as imagens de outros líderes comunistas, como Lenin e Stalin estão espalhados pela cidadezinha.

Todos os 4 mil habitantes trabalham para a comunidade e tudo é público. Saúde, moradia, educação, água, gás e eletricidade são gratuitos e as ruas, limpas e organizadas.

Mas o modelo das comunas nem sempre funcionou tão bem. Elas foram criadas no fim dos anos 50, quando Mao Tsé-Tung tentava impor um modo de vida comunista na China rural.

Os moradores tinham que entregar suas terras, animais, ferramentas e colheitas e trabalhar em conjunto.

'Modelo desastroso'

Nos primeiros anos, o modelo se provou um desastre econômico e contribuiu para que milhões de pessoas morressem de fome entre 1958 e 1961.

As comunas foram então abandonadas no início dos anos 80, quando a população começou a cuidar de seus próprios lotes no campo.

Mas algumas delas sobreviveram, como a de Nanjie.

Wang Hongbin, secretário do Partido Comunista da cidadezinha, disse que foram os próprios moradores que não quiseram acabar com a comuna.

"Eles quiseram ter uma propriedade coletiva e se o povo quer assim, nós, do partido, temos uma responsabilidade de manter o sistema", diz ele.

Plantações e fábricas

Hoje, Nanjie tem várias plantações e pequenas fábricas de processamento de alimentos que produzem cerveja, chocolate, condimentos e macarrão.

Moradores de vilas próximas a Nanjie invejam os que vivem na comunidade.

"Morar em Nanjie é tão bom, tudo é fornecido pela comunidade. Apesar de os salários deles serem baixos (cerca de US$ 60 por mês), eles não tem que se preocupar com outras coisas", diz Liu, uma moradora das cercanias.

"Nossa vila não oferece muitos benefícios e eu não consigo sobreviver apenas das plantações."

Em um momento em que as diferenças entre ricos e pobres são cada vez maiores na China, Nanjie oferece a segurança e a tranquilidade de uma era que hoje pertence ao passado.

Nenhum comentário: