Globo descobre o óbvio: Aécio é candidatíssimo à presidência. É só José Serra sair logo da frente.
Cansada de brigar com a notícia e após descobrir que do mato do Serra não sai coelho, a Maison Marinho resolveu fazer o favor de fornecer a seus leitores um mínimo de verdade e informação correta. Ao fazer isto ela divulgou o que tenho noticiado neste blog há mais de um mês. O mérito não é meu que sou apenas um velho repórter político. O que há é que o Globo é a síntese do banditismo jornalístico e da desinformação deliberada.
Em sua edição de hoje, o Globo noticia, na página 2, que o staff de Serra começou a desconfiar das verdadeiras intenções de Aécio e a supor (imaginem só!) que o astuto mineiro está “tentando empurrar” o arrogante paulista “para for do tatame presidencial”.
Tudo isto que só agora os incautos leitores do Globo estão sabendo foi urdido há exatos três meses, pelo próprio Aécio, em confabulações com Ciro Gomes e Tasso Jereissati (seus fraternos amigos cearenses) e mais Cesar Maia (o dono de fato do DEM), além do próprio presidente do PSDB, senador pernambucano Sérgio Guerra que, discreto, (durante as sucessivas reuniões) apenas balançava a cabeça e murmurava: “vou fingir que não ouvi nada disso que vocês estão falando”.
O diagnóstico
O diagnóstico preliminar dos conspiradores era o de que Serra com sua prepotência e decorrente incompetência, estava pondo tudo a perder: enquanto Lula pulou na frente antecipando a campanha, carregando nas tintas ideológicas e transformando a eleição num plebiscito, a Oposição assistia a tudo paralisada pelo teimosia do submerso governador paulista que , monocórdio, repetia que só decidiria sobre sua candidatura em março.
Nesta época, o presidente nominal do DEM Rodrigo Maia ( filho do chefe Cesar) deu o primeiro aviso: “ Estamos no pior dos mundos, sem discurso e sem candidato”.
A ação
Ao diagnóstico, seguiu-se imediatamente a ação: Ciro foi a Minas, xingou Serra de “o Coiso” e declarou que gostaria de ser o vice de Aécio. Jereissati começou a falar mal da “ditadura” imposta pela cúpula paulista do PSDB e Aécio deu um ultimato a Serra, exigindo um definição até janeiro.
Janeiro chegou, Serra continuou enrolando e Aécio, com maestria, executou a segunda parte do plano: saiu do páreo com elegância, “renunciou” à candidatura presidencial, deixou claro que não seria vice e denunciou a falta de discurso, bem como a estratégia equivocada do partido.
A última parte da conspiração (que virou luta aberta e declarada) foi realizada há dois dias, em Belo Horizonte, durante a inauguração (como parte da homenagens a Tancredo no seu centenário), quando Serra foi estrepitosamente vaiado pelos tucanos mineiros quer exigiam “Minas na presidência”.
Aécio agora vai apenas aguardar. Já avisou que pode estudar a hipótese de sua candidatura à presidência, desde que ela venha no bojo de um movimento nacional (no âmbito oposicionista, é claro) e que “tenha cheiro de povo”. Há exatos vinte anos, seu avô Tancredo saiu do palanque das Diretas Já para uma vitoriosa eleição presidencial indireta.
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