Emir Sader.
Nada mais parecido com a tentativa de extermínio pelo nazismo de judeus, comunistas, esquerdistas em geral, ciganos, do que o que Israel tenta fazer com os palestinos; um holocausto que reproduz, da forma mais parecida possível o produzido pelos nazistas na Alemanha. Tornado Estado racista, de apartheid, odioso e odiado por todos os outros povos do mundo (entre as centenas manifestações de protestos pelos massacres contra Gaza, nenhuma de apoio a Israel), que sobrevive somente graças ao maior apoio militar dos EUA no mundo, como seu braço imperial no Oriente Médio, e ao silêncio cúmplice de europeus, Israel tem que ser repudiado em todas as instâncias possíveis.
O Parlamento brasileiro tem que rejeitar imediatamente a proposta de um inconcebível Tratado de Livre Comércio do Mercosul com Israel. Para que se assinaria um Tratado desse tipo? Para que sigam angariando recursos, que vão fomentar a militarização permanente de um Estado que pratica o holocausto contra os palestinos? Não fazê-lo de imediato é ser cúmplice dos massacres israelenses contra o direito, reconhecido pelas Nações Unidas, de que a Palestina tenha um Estado soberano, da mesma forma que Israel o tem.
O governo brasileiro deve chamar imediatamente seu embaixador em Israel, para demonstrar que esse expediente é parte da política externa brasileira não apenas quando se acredita que os interesses econômicos do país podem estar em jogo, mas também na denúncia dos crimes contra a humanidade, como os praticados por Israel. O embaixador não deve retornar antes que Israel cesse completamente as agressões e os assassinatos em massa contra Gaza e qualquer outro território palestino.
Lula deve confirmar sua viagem ao Oriente Médio, mas deve suspender sua visita a Israel, como protesto pelo genocídio que Israel faz contra os palestinos, não ouvindo os apelos da comunidade internacional para que cessem os bombardeios, sentindo-se imune de qualquer justiça internacional, pelo apoio que tem de seu estreito aliado – os EUA. Lula deve viajar à Palestina, a todas as regiões dos territórios ocupados pelas forças coloniais israelenses, incluída Gaza, conversar com todas as forças que representam os palestinos, incluídos os representantes eleitos democraticamente pelo voto popular para dirigir a Palestina, ainda que não reconhecidos pelas potências ocidentais.
Todas as instituições brasileiras – universidades entre elas, ministérios, governos – que tenham algum tipo de acordo ou convênio com Israel, devem denunciá-los imediatamente. Israel e seus representantes tem que ser repudiados em todos os lugares – embaixadas, consulados, recepções, etc.
Para não sermos cúmplices do novo holocausto, da tentativa de extermínio do povo palestino, da ofensiva nazista de Israel contra Gaza.
Fonte: Agência Carta Maior.
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