domingo, 1 de novembro de 2009

GLOBO E JEREISSATI VÃO CORTAR RELAÇÕES BRASIL- NOVA IORQUE?

Copiado do "Blog do Brizola Neto"

Bloomberg,o bilionário. Alguém vai dizer que ele é ditador?

Eu abordei aqui a reação provinciana do Senador Tasso Jereissati e o editorial furibundo de O Globo contra a entrada da Venezuela, terceiro parceiro comercial brasileiro, no Mercosul. Agora, por um dever de coerência, acho que eles deviam propor o fim de qualquer relacionamento comercial brasileiro com empresas instaladas em Nova York e reivindicar a suspensão de vistos para os brasileiros que quiserem ir à cidade.

É que os jornais anunciam que o prefeito (e milionário) Michael Bloomberg mudou a lei municipal e conseguiu a aprovação num referendo para um terceiro mandato num referendo. Ao contrário do que aconteceu na Venezuela, porém, Bloomberg fez como Fernando Henrique fez no Brasil para criar a reeleição: nada de consulta em referendo, para saber se o povo concordava.

Isso valeu-lhe um comentário com comparação semelhante do jornalista Clyde Haberman, no The New York Times:

O homem que voltou a consultar o povo era o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ainda que seja severamente criticado nos Estados Unidos, descrito como déspota e até mesmo como um bufão, ele fez aquilo que o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não teve coragem de fazer. E venceu, da mesma forma que muitos cidadãos de Nova York imaginam Bloomberg teria vencido, caso depositasse mais fé no eleitorado. No domingo, os venezuelanos aprovaram em um referendo o direito do presidente e outros ocupantes de cargos eletivos a se eleger quantas vezes quiserem para um mesmo posto.
Perguntaram ao prefeito um dia desses se a experiência venezuelana o havia levado a reconsiderar a forma pela qual alterou a lei de limitação de mandatos na cidade. A questão irritou Bloomberg. Hoje em dia, prepotência em entrevistas coletivas se tornou sua marca registrada. “O que temos nós a ver com Hugo Chávez?”, ele rebateu.

Bloomberg usa sua própria fortuna, estimada em 17,5 bilhões de dólares, para dominar a campanha eleitoral. Calcula-se que tenha gasto, do bolso, cerca US$ 100 a 140 milhões. Seu rival, o democrata Bill Thomson, investiu US$ 6 milhões.

Sei que Jereissati tem uma simpatia natural por Bloomberg: ambos viajam nos seus próprios jatinhos, “porque podem”. Mas espero ver, antes da eleição de terça-feira, um editorial de O Globo e um discurso do senador contra este “ditadorzinho latino americano” de Nova York.

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