segunda-feira, 1 de março de 2010

ELEIÇÕES - Tática é fraqueza ou fraqueza é tática?

TÁTICA É FRAQUEZA OU FRAQUEZA É TÁTICA?

Carlos Chagas

Não há que brigar com os fatos. Nem com os números. A última pesquisa Datafolha faz acender não mais o sinal amarelo no semáforo tucano da sucessão presidencial. Acendeu o sinal vermelho. Onde vai dar a tática de José Serra, omitindo-se e deixando dúvidas, aliás inexistentes, sobre ser ou não ser candidato? Deu no empate técnico com Dilma Rousseff, sequer aliviado na simulação para o segundo turno, pois se antes os percentuais eram de 49% para o governador e 34% para a ministra, agora revelam-se em 45% contra 41%.

Para Serra, pode tratar-se de manobra de caso pensado, como naqueles antigos filmes de faroeste onde os índios fugiam depois de defrontar-se com a cavalaria do general Custer, que passava a persegui-los com exagerado entusiasmo para verificar, pouco depois, haver caído numa armadilha, cercada e trucidada pela principal força adversária de sioux, comanches e sucedâneos.

Se for isso, está na hora de o governador rever seus planos. Ficar na sombra, alegando que a lei ainda proíbe o lançamento de candidaturas, equivale a um profundo desgaste. Basta ver o crescimento de seu índice de rejeição: passou de l9% para 25%.

Está programado para esta semana um encontro entre José Serra e Aécio Neves, em Minas. Não se espera o milagre de o governador mineiro dar o dito pelo não dito e aceitar a vice-presidência na chapa do paulista. Se acontecer, essa conjunção acontecerá mais tarde. Mesmo assim, seria a oportunidade de um sinal efetivo capaz de marcar a reação, caso ambos liberassem uma espécie de roteiro capaz de unir o tucanato. Fora daí, mesmo sabendo-se que pesquisa não ganha eleição, os números da próxima consulta poderão revelar-se arrasadores.
Fonte: Tribuna da Imprensa.

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