Hamas recusa acordo com Israel até que cessar-fogo seja garantido
O grupo palestino Hamas expressou uma posição “negativa” sobre a proposta de acordo com Israel para uma trégua na Faixa de Gaza, mas ressaltou que “isso não significa que as negociações estejam paradas”.
A declaração foi dada por Osama Hamdan, representante da organização palestina no Líbano, em entrevista a uma emissora local.
“Ainda que não aceitemos as atuais propostas israelenses sem modificações, estamos dispostos a continuar negociando”, disse o representante.
Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, já afirmou que considera a proposta israelense uma “armadilha” por não prever um cessar-fogo definitivo, uma das principais exigências do grupo, além da retirada total das tropas israelenses do enclave.
Segundo o portal Palestina Hoy, o Hamas também exige que os prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses sejam libertados e que durante este processo não haja voos militares pelas áreas; a facilitação da entrada de ajuda humanitária, medicamentos e combustível e o início do regresso de civis deslocados às suas residências;
O grupo ainda concorda que se todas as exigências foram aceitas, serão devolvidos “todos os prisioneiros israelenses vivos”, de acordo com uma agenda dividida por gênero, dando preferência aos doentes e feridos. Além disso, destaca que para cada refém, deve ser libertadas 20 crianças e mulheres palestinas.
Por sua vez, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rechaçou nesta quarta-feira (01/05) a hipótese de um acordo com o Hamas que inclua um cessar-fogo definitivo da guerra na Faixa de Gaza.
Netanyahu também afirmou que, se o Hamas não ceder em suas exigências, não haverá acordo. Israel exige a libertação de todos os reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro, quando atentados da organização palestina fizeram 1,2 mil vítimas no país.
Enquanto o acordo permanece em discussão, Israel ameaça fazer uma incursão terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O exército já posicionou tanques e blindados a menos de 10 quilômetros da cidade, que abriga mais de 1 milhão de refugiados.
O cessar-fogo rejeitado por Israel também tornou-se “determinação” do governo dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, mas com a condição de que todos os reféns capturados pelo Hamas sejam devolvidos.
“Estamos determinados a obter um cessar-fogo que devolva os reféns para casa”, garantiu o secretário, que culpou o Hamas pelo fracasso nas negociações até o momento.
Desde o início dos ataques israelenses na Faixa de Gaza, 34,6 mil palestinos morreram, segundo as autoridades locais.
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