Jandira Feghali, sim, “bispo” Crivela, não
Rigorosamente verdadeiro: a CNBB já decidiu sua posição em relação à eleição para prefeito do Rio. Se no segundo turno a disputa ficar entre Jandira Feghali e o ex-”bispo” Crivela (não há outra hipótese), a Igreja Católica recomendará o voto em Dona Jandira. Não importa que ela seja do PC do B, “antigamente” uma dissidência comunista.
A Igreja Católica considera que como ideologia a “ameaça comunista” não tem mais sentido. Apesar do enriquecimento cada vez maior dos ricos, que não têm a menor consciência social, o inimigo a derrotar agora é a Igreja Universal. Por isso, dirá N-Ã-O a qualquer possibilidade do Rio ser entregue aos “universalistas” do “bispo Macedo”.
Essa era a realidade antes da denúncia (coletiva, cruel e assassina) contra o que Crivela chamou de “cimento social”. Depois de todas as denúncias, Crivela queria até retirar a candidatura, o “patrão” Edir Macedo não deixou. Crivela se submeteu, como sempre. Crivela vai para o segundo turno, e perderá por ausência total de nomes.
Os fatos não terminaram, as convenções significam pouco, podem ser mudadas. A convenção do PMDB “escolheu” Eduardo Paes, que é INELEGÍVEL. O partido, para evitar “cisão” (mais?), pretende compor a chapa Eduardo Paes com qualquer um. Não faz mal, não ganhará mesmo. Colocaram na ata: “Se o primeiro escolhido não puder ser candidato, o segundo será o candidato a prefeito”. Total desconfiança em relação a Paes. Que tem hoje o VETO de todos os partidos, se apóia em duas muletas: Cabral e Picciani.
O PT-PT escolheu Molon, que pode desistir a qualquer momento. De desalentado e derrotado, pularia para uma vice forte. (Nem isso conseguiu, está “esvoaçando”).
A vinda ao Rio do presidente Lula, com três dos candidatos aparentemente mais fortes pertencendo à base, criou mais confusão do que união. Jandira Feghali, com a maior experiência e militância política e eleitoral, está à vontade. Agradeceu a Lula ter “contribuído na tentativa de unir as esquerdas”. Não conseguiram, mas se ela for para o segundo turno terá apoio geral.
Crivela sentiu “o peso do desinteresse do presidente em relação à sua candidatura”. Lula nem apertou a mão dele, acenou para Crivela de longe. E o ex-bispo ainda foi ao segundo compromisso de Lula, sem ser convidado.
Eduardo Paes, não há como deixar de defini-lo, um “estranho no ninho”. Sentiu o constrangimento, se escondeu atrás de Cabral. O presidente, delicado e sem hostilidade, desconheceu-o. Paes foi logo embora. O que fazer depois de ser secretário nacional do PSDB e ter dito horrores de Lula na CPI dos Correios? Pessoalmente Paes não é da base.
Mas quem mostrou mesmo toda a fragilidade e a quase certa decisão de renunciar foi Alexandre Molon, que nem apareceu. Mandou dizer: “Tenho compromisso marcado muito antes”. Ora, ninguém tem compromisso mais importante do que com o presidente da República. Principalmente quando se é candidato a prefeito e o presidente Lula é tido e havido “como fábrica de votos”.
PS - Portanto falta muita coisa a decidir no Rio, não só em matéria de vices. Gabeira e Chico Alencar dão charme e importância à disputa, mas brigam pelos votos do mesmo setor, o que invalida os dois. Continuarão deputados federais, melhorando a votação em 2010.
PS 2 - Com a segunda derrota, Crivela cairá no esquecimento.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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