quarta-feira, 12 de novembro de 2008

BOLÍVIA - extradição de Sanchez de Losada.

Sánchez de Lozada fugiu para os EUA após ter mandado reprimir manifestações contra a delapidação dos recursos energéticos bolivianos.Evo Morales pediu oficialmente ao governo norte-americano que extradite o ex-presidente Gonzalo Sanchéz de Losada, acusado de genocídio pela repressão dos protestos de Outubro de 2003, que causaram 60 mortos e centenas de feridos.

Lozada e dois dos seus ministros - o da Defesa, Carlos Berzáin, e dos Hidrocarbonetos, Jorge Berindoague - fugiram do país na sequência das manifestações anti-governamentais em direcção aos EUA. Para além da acusação da justiça boliviana, os ex-governantes enfrentam ainda processos interpostos pelas famílias das vítimas da violência sobre os manifestantes.

Apesar do protocolo de extradição entre os EUA e a Bolívia estar em vigor desde 1996, a verdade é que nunca foi extraditado nenhum boliviano. As relações tensas entre a administração Bush e Evo Morales não fazem prever que o destino deste pedido de extradição seja o sucesso.

Sánchez de Lozada foi para o governo em 1993 e implementou um programa de privatizações e reformas neo-liberais. O custo social destas medidas deu origem a grandes protestos populares, com o conflito social a agudizar-se no segundo mandato. Foi em 2003 que uma manifestação junto à sede do governo acabou por ser brutalmente reprimida pela polícia e o exército, resultando em 33 mortos.

Em Outubro eclodiu o protesto que ficou conhecido pela "guerra do gás", após o governo de Lozada autorizar a exportação de gás para os EUA recorrendo a portos chilenos, país com o qual a Bolívia não tem relações diplomáticas. O presidente autorizou o exército a abrir caminho e os opositores ao governo ocuparam as principais vias de acesso à capital, cortando o abastecimento de combustível. A repressão dos militares resultou em mais 39 mortos e ao fim de alguns dias, Lozada resignou e fugiu para os EUA.
Fonte:Site da Esquerda.net

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