Copiado do blog "Tijolaço", do Brizola Neto.
Limites ao “salário” de banqueiros? Poupem-nos, não é?
Um amigo pergunta porque não comentei a tentativa do Banco Central de limitar a remuneração dos executivos de bancos, seguindo uma recomendação do G-20, que reúne países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Muito simples: porque não tenho mais idade para discutir contos da carochinha.
Não há regra capaz de regular essa remuneração, frequentemente escandalosa. Vejam os valores, segundo a coluna de José Paulo Kupfer, no Estadão:
“(…)se trabalham num banco de investimento de primeira linha, profissionais com cinco a sete anos de carreira, podem ter embolsado R$ 1,5 milhão em bônus. Bambambans levaram em extras algo em torno de R$ 6 milhões. E até trainees, no primeiro ano de carreira, receberam, além da remuneração fixa, entre R$ 200 mil e R$ 350 mil”.
Se proibirem-se os bônus, estas vantagens vão migrar para outras formas “criativas” de remuneração. Ou os chamados “fringe benefits”, benefícios indiretos que vão desde carros de luxo, viagens com acompanhantes, hotéis, cartão de crédito da empresa, apartamentos de luxo, empregados, automóveis, etc ou artifícios para compensação de diversas formas, como fundos de previdência, seguros, bonificação em ações, multas recisórias, etc…
Joseph Stiglitz: os bancos são grandes demais para falir, para serem admnistrados e grandes demais para existir.
A única maneira de acabar com os abusos milionários nos bancos e acabar com os abusos milionários DOS bancos. Taxar seus lucros financeiros é muito mais eficiente que tentar intervir em coisas sobre as quais não há controle fácil. Da mesma forma, limitar o tamanho dos grandes bancos, é muito mais eficiente.
É o que diz, com muita propriedade, o Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, ao afirmar que “Eles (os bancos americanos) não são só grandes demais para falir, são grandes demais para serem administrados. São, aliás, grandes demais para existir.”
A regulamentação dos abusos no setor bancário não passa por aí. Passa pela limitação de seu crescimento e pela taxação de seus resultados financeiros. O que escapar dos impostos, que distribuam como quiserem e seus acionistas aprovarem. E que eles, que tanto louvam o “livre mercado” possam falir como fale um quitandeiro que, em tese, também teria de ser socorrido pelo Tesouro.
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