Copiado do blog "Tijolaço", do Brizola Neto.
Saiu agora cedo o levantamento do IBGE sobre a atividade industrial no Brasil: -0,3%. Isso levou o ano da crise a terminar com uma retração de 7,4% e coloca a produção das indústrias brasileiras no patamar de setembro de 2007, um ano antes da crise mundial. Embora se deva considerar que no âmbito do mercado interno esta queda seja menor – pois a produção industrial para exportação despencou, em função do câmbio – só alguém mal intencionado pode falar em superaquecimento da economia.
Os arautos do “subam os juros” só têm mesmo o argumento da “inflação em alta” para forçarem esta subida e torcem para que o Ministro Guido Mântega e o Presidente Lula se assustem com os índices de janeiro e fevereiro e com as repercussões disso na campanha eleitoral. Essa gente é mais esperta que o capeta em dia inspirado e se vale do justo medo da inflação para ganhar fortunas.
O relatório do IBGE deixa claro que não há inflação de demanda, leia só.
“Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis interrompeu a expansão observada por dez meses consecutivos, apontando a única taxa negativa (-1,0%). Por outro lado, os segmentos de bens de capital (3,6%) e bens intermediários (1,4%) assinalaram os maiores avanços e prosseguiram em trajetória ascendente. O setor de bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) praticamente repetiu a taxa do mês anterior”
Bens de capital e bens intermediários, como se sabe, são demandados pela prórpia indústria e os de consumo, pela venda direta à população. Então, está claro, não há qualquer explosão de consumo que pudesse estar forçando a alta de preços, do contrário a industria de bens de consumo é que estaria “puxando a fila”. Os dados mostram, ao contrário, que a expansão industrial está se fortalecendo é na base, isto é , nas encomendas de máquinas, equipamentos e insumos industriais, ajudadas também pelas commodities minerais.
“Entre as categorias uso, bens de capital registrou a aceleração mais forte na passagem do terceiro (6,9%) para o quarto trimestre (13,3%), seguido por bens de consumo semi e não duráveis (de 0,6% para 1,4%). O setor de bens intermediários praticamente manteve o ritmo de produção entre os dois períodos (de 4,6% para 4,5%), enquanto a produção de bens de consumo duráveis reduziu o ritmo de avanço (de 9,0% para 2,6%).”
Sei que muita gente é avessa a discutir economia. Mas se a gente não estiver de olho e não tentar endender o que se passa, os “juristas” do BC nos levam no bico, com a ajuda de uma mídia que espalha o medo e a informação superficial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário