segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SÓ FALTAVA ESSA! O assassino Tony Blair dando consultoria ao governo do Rio.

Tony Blair, de assassino e mentiroso vira esperança do governador Sérgio Cabral


O ex-premiê britânico Tony Blair, em menos de 24 horas, acaba de viver duas emoções conflitantes, ou seja, uma na sexta-feira 29 e outra em 30 de janeiro.

No último sábado, em Londres, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, convidou Blair para dar consultoria ao Rio 2016, a partir de maio.

O governador do Rio não informou quanto Blair vai embolsar. Os empresários pagarão, sustentou Cabral, em tempo de Operação Castelo de Areia(não há qualquer vínculo ou envolvimento de Cabral nessa Operação, citada a título de exemplo sobre a corrupção no Brasil) : diretores da empreiteira Camargo Corrêa são acusados pela Polícia Federal de manter uma conta bilionária em Andorra (paraíso fiscal), originária de obras superfaturadas, para oferecer vantagens garantidoras de obras públicas.

Cabral deu a Blair uma camisa personalizada da Seleção Brasileira de Futebol e, com o ministro do Esporte e o Comitê Organizador do Rio 2016, tirou fotografias ao seu lado: a foto, com destaque à camisa número 10 com o nome Tony Blair grafado nas costas, está publicada na página 19 da edição de ontem do jornal O Globo.

Para Cabral, coube a Blair a escolha dos projetos, a elaboração do cronograma de trabalho e o início das obras de preparação de Londres para sediar as Olimpíadas de 2012. Ainda segundo Cabral, “as obras estão em dia” e isso, numa óptica oportunista, deve-se a Blair.

Só faltou Cabral lembrar ter Blair deixado a chefia do governo em 27 de junho de 2007 e de haver o atual primeiro-ministro Gordon Brown afastado-se do antecessor, depois de ser seu ministro das Finanças.

Se leu os jornais britânicos e europeus que circularam no fatídico sábado do anúncio e da fotografia, o governador Cabral deve ter percebido que não fez uma boa escolha nem teve senso de oportunidade e conveniência. Em resumo, o “marketing” foi desastrado. Blair é estrela decadente, enquanto Bill Clinton, com a sua fundação para o Haiti, está em ascensão.

Com efeito, Blair passou, na sexta-feira e durante seis horas, por péssimos momentos em Westminster ao ser ouvido pela célebre Comissão Chilcot. Ele precisou esclarecer o motivo de ter colocado os britânicos na aventura de W. Bush de invadir o Iraque.

Na saída, Blair escutou o coro de “ assassino e mentiroso”.

No auditório, durante o testemunho, Blair sentiu o peso da presença de indignados familiares dos 179 militares britânicos mortos na invasão do Iraque, em 2003.

O prestígio de Blair começou a ruir quando aderiu à coalizão liderada por W. Bush e voltada à invasão do Iraque. Tudo, aliás, baseado na mentira de que Saddam Hussein, dado como aliado do alqaedista Osama bin Laden, possuía armas de destruição de massa e estava na iminência de usá-las.

Blair, para os britânicos e europeus, foi, como primeiro-ministro, um serviçal, “súcubo”, de W. Bush. É um símbolo negativo, como Bush.

Na referida sexta feira, 29 de janeiro de 2010, o não mais sorridente Blair, voltou a querer justificar o injustificável. Com isso, irritou os seus ex-eleitores: “A minha conclusão foi que aquele regime (referência à ditadura sanguinária de Saddam) brutal era perigoso para a comunidade internacional”. Para arrematar, frisou: “Não me arrependo e faria tudo de novo”.

PANO RÁPIDO. Visto como subserviente ao presidente Lula, o governador Cabral escolheu Blair, antigo capacho de W. Bush.

Wálter Fanganiello Maierovitch

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