Incerteza na Colômbia diante de processo de paz
Rafael Calcines Armas
Bogotá, 9 jul (Prensa Latina) A Colômbia mantém-se hoje na incerteza sobre a possibilidade de avançar num acordo de paz diante de indícios de um reforço das ações militares contra a insurgência.
Ontem, o Presidente Álvaro Uribe ordenou às Forças Armadas aumentar o fustigamento ao Exército de Libertação Nacional (ELN), especialmente contra seus dirigentes.
O chefe das Forças Militares, General Freddy Padilla, informou ao respeito que a ordem presidencial é localizar aos insurgentes, capturá-los e os colocá-los à disposição da justiça.
Muitos consideram aqui que o acordo humanitário e a mediação internacional estão em perigo depois do sucesso da operação encoberta para libertar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt.
Nesse sentido, o Comissionado de Paz, Luis Carlos Restrepo, disse que é o momento de buscar uma negociação direta entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC).
Acrescentou que a confiança do governo na ajuda internacional para conseguir a paz está rachada e que o papel da Suíça na mediação humanitária com as FARC deve ser revisto.
Tal opinião sustenta-se no aparecimento de informação, supostamente contida no computador utilizado pelo assassinado chefe guerrilheiro Raúl Reyes, que comprometeria aos emissários da Suíça, Jean Pierre Gontard, e da França, Noel Saenz.
Enquanto a imprensa insiste nessas supostas revelações, o jornal El Tiempo assinalou que a operação de libertação dos 15 retidos pelas FARC "foi um verdadeiro chute no tabuleiro do acordo humanitário".
Acrescentou que há sinais de que o governo de Alvaro Uribe aspira ao controle completo da discussão do intercâmbio.
Tais considerações contrastam com as de setores que propagam a necessidade de eliminar a via armada para a libertação dos retidos e promover o diálogo para atingir a paz na Colômbia.
Ingrid Betancourt tem defendido da França a ampliação do respaldo internacional.
A Rota Pacífica das Mulheres, que aglutina mais de 350 organizações femininas, num comunicado, considerou indispensável trabalhar pela liberdade dos ainda cativos e a tramitação negociada do conflito armado.
Igualmente, cinco organizações defensoras dos direitos humanos pediram à guerrilha que liberte todas as pessoas que mantém retidas, como um gesto de reconciliação nacional.
Numa carta dirigida a Alfonso Cano, máximo dirigente das FARC,
os promotores desta iniciativa assinalaram que a libertação unilateral dessas pessoas geraria um ambiente favorável a uma solução pacífica do conflito armado interno.
Também, recusaram a posição daqueles setores que depois do sucesso da operação Jaque se inclinam pela guerra como via para conseguir a paz no país.
Fonte: Prensa Latina.
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