quinta-feira, 3 de julho de 2008

RECRIAÇÃO DA IV FROTA - Uma atitude suspeita.

Ledo engano dos Estados Unidos achar que vão manter a IV Frota Naval para América do Sul, Central e Caribe em operação - e agora, em manobras - sem qualquer reação do nosso continente. Como já conversamos antes, há algum tempo, leitores, essa IV Frota, estabelecida nos mares latino-americanos entre 1943 e 1950, sob a justificativa da ameaça nazista, reiniciou ontem suas operações no continente.

Na Argentina, participando da 35ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente Lula antecipou estar aguardando explicações da secretária de Estado Condoleezza Rice e fez a associação e a pergunta óbvias: "descobrimos (2º semestre de 2007 e recentemente) petróleo a 300 km da costa brasileira. Qual é a lógica dessa IV Frota se vivemos numa região pacífica?".

O presidente da Venezuela Hugo Chávez não foi menos lógico em sua cobrança: "devemos estar preparados para ver o que querem fazer aqui", já que estão (a IV Frota) em uma região com recursos naturais inigualáveis no exato momento em que há países penando com falta de alimentos e de fontes de energia.

Não há qualquer justificativa nos dias atuais para o renascimento dessa IV Frota. Que a façam renascer e a ponham em operação em outro lugar! Agora, como já tratei neste blog, especialistas consideram que o renascimento dela pode estar ligado à instalação de bases militares em outros países, ou ao Plano Colômbia, que levou os EUA a despejarem US$ 4 bi, perdidos no combate ao tráfico na Colômbia, já que a produção e exportação da droga lá continuou crescendo.

A recriação da IV Frota aqui na nossa região é uma verdadeira agressão, uma péssima e infeliz iniciativa militar e diplomática, aliás, bem condizente com a decadência de Bush. Enquanto a democracia e a alternância de poder florescem nas Américas do Sul e Central, essa iniciativa norte-americana segue na contramão.
Fonte: blog do Zé Dirceu.

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