domingo, 7 de fevereiro de 2010

EUA - Paranóia da direita.


Grupo retoma paranoia direitista

Um dos grandes ídolos do movimento dos "Tea Party" é Glenn Beck, o apresentador da rede de TV Fox, cujo programa tem audiência de 3 milhões de pessoas. Beck costuma chorar em seu programa e já disse que o presidente Barack Obama era "racista" porque "ele não gosta de gente branca". Sarah Palin, que fez o discurso de encerramento da convenção dos "Tea Party", é outra inspiração.

A reportagem é de Patrícia Campos Mello e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 07-02-2010.

Mas historiadores veem raízes mais antigas. Para eles, o movimento "Tea Party" assemelha-se à "maioria silenciosa" do ex-presidente Richard Nixon. Ele tornou famoso o termo "maioria silenciosa" para designar os americanos que não estavam protestando contra a Guerra do Vietnã, não apoiavam a revolução cultural dos anos 60 e 70, e eram só cidadãos pacatos que queriam estabilidade.

Como os integrantes do "Tea Party", eram brancos de classe média, justamente a fatia que não votou em Obama. A nova "maioria silenciosa" seria uma reação à multidão que saiu às ruas para eleger Obama.

Analistas também se referem ao historiador Richard Hofstadter, que publicou há 45 anos o clássico O Estilo Paranoico na Política Americana. Quando o ultraconservador Barry Goldwater venceu a primária republicana, Hofstadter descreveu como a histeria da direita tomava conta da política americana. Os radicais estavam sequestrando a agenda republicana, entre eles os lunáticos da John Birch Society, que viam comunistas até atrás da porta.

Em comum, todos eles tinham uma predileção por teorias de conspiração - tudo era orquestrado secretamente, havia um inimigo oculto. Os membros mais radicais do "Tea Party", com suas teorias de que Obama é queniano e a reforma da saúde vai instituir painéis sobre a eutanásia, remetem à paranoia dessa época.

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