Como Veja criou Arruda – 2
No dia 9 de abril de 2008, Veja deu matéria de capa com o que ela considerava os melhores gestores entre governadores estaduais.
Coincidiu com sua investida tentando vender assinaturas da revista e material didático para as secretarias da Educação.
Fora José Serra, todos os demais montaram programas de qualidade e gestão em seus estados. Mas já naquela época, quem convive com o mundo da qualidade sabia que os programas de Aécio, Hartung e Campos eram para valer; que o de Cabral era uma intenção; e que o de Arruda era um blefe.
O governador de Brasília tomava medidas de efeito – como colocar todos os secretários em uma sala aberta, como em bancos -, mas não demonstrava compromisso maior com gestão.
Mesmo assim entrou na lista.
A matéria é bem feita, fato raro na revista, entrevista alguns personagens importantes, como Cláudio Porto, da Macrométrica. Mas quem fez a seleção contemplada na capa? O blefe Arruda já era suficientente conhecido dos meios especializados em gestão
As barganhas jornalísticas de Arruda não tinham limites. No jogo da seleção, em Brasília, montou uma parafernália de autopromoção que sofreu críticas acerbas da CBN e do Juca Kfoury. A reação do governador foi agressiva, trocando desaforos.
No caso da Página Amarela de Veja, a publicação saiu no mesmo dia de uma nota no Diário Oficial do GDF sacralizando a compra de R$ 500 mil em assinaturas da revista.
Não sei se a Abril chegou a fechar contratos com todos os governadores mencionados – com Serra e Arruda, sim, com Cabral, provavelmente. Mas a promoção de Arruda é um exemplo claro de que, ao lado dos assassinatos da reputação, existe o expediente da criação de reputação.
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