Em defesa que apresentou ao Ministério Público Federal, onde é processado sob a acusação de ter participado do sequestro e assassinato de Luiz José Cunha, o "Comandante Crioulo", da Ação Libertadora Nacional (ALN), o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ulstra diz ser "vítima de revanchistas de plantão" que por vingança querem colocá-lo em julgamento. Reportagem a respeito é publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo.
Na primeira metade da década de 70, Brilhante Ulstra comandou o temido DOI-CODI (Departamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), um dos locais em que presos políticos da ditadura militar foram presos, torturados e assassinados. Agora, nesse processo sobre o sequestro e morte de "Crioulo", Brilhante Ulstra quer que o Exército responda as acusações que lhe são feitas. "O Exército é uma instituição nacional permanente e creio deve ser ele quem deve dar a devida resposta a esses detratores", escreveu Ulstra em sua defesa.
O coronel deixou o comando do DOI-CODI em meados da década de 70 e só mais de 10 anos depois, e por acaso, foi descoberto e acusado de torturador. Ele trabalhava no gabinete do presidente da República José Sarney que, em viagem ao Uruguai, levou na comitiva a então deputada Bete Mendes. A atriz, no momento em que desceu do avião presidencial, reconheceu Brilhante Ulstra como um de seus torturadores quando estivera presa no DOI-CODI paulista.
A defesa de Brilhante Ulstra torna-se publica coincidentemente no momento em que no Chile a Justiça condena à prisão perpétua o general Manoel Contreras, chefe da DINA, a políca política do general-ditador Augusto Pinochet, pelo planejamento do assassinato, em 1974, em Buenos Aires, do general Carlos Prats, comandante do Exército chileno no governo Allende, e de sua mulher, Sofia Prats
Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
terça-feira, 1 de julho de 2008
ANOS DE CHUMBO XX - Brilhante Ulstra se julga vítima.
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Um comentário:
Caro Dória
O carrasco recebeu o que merecia. Uma vitória importante mas incompleta. Outros torturadores continuam soltos. Um abraço.
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