Do Blog O Cachete, do Cumpadi Giovani de Morais
Ele disse NÃO à Ditadura
O Capitão Sérgio servia no Parasar - Serviço de Busca e Resgate da FAB - durante a Ditadura. Como integrante de uma tropa de elite, era treinado em diversas técnicas militares. Mas o Parasar, cuja missão é salvar vidas, teve sua filosofia desvirtuada durante a Ditadura. Comandantes militares interessados no caos e na desordem para derrubar o próprio governo vigente - a quem eles taxavam de fraco e desejavam algo mais linha dura - planejaram missões de assassinatos em massa tendo o Parasr como órgão executor. Algumas dessas missões que envolviam o Parasar teriam como consequências milhares de mortes. Mortes estas que seriam atribuidas às Organizações contrárias à Ditadura - "Os Terroristas Comunistas", conforme os militares os designavam! Entre estas ações estavam um Atentato contra o Citibank, um Atentado contra a Embaixada Americana e, pasmem, a Explosão do Gasômetro no centro da Cidade do Rio de Janeiro durante a hora do rush. Milhares de vidas seriam perdidas e estas mortes seriam creditadas aos "Terroristas Comunistas".
O Capitão disse NÃO ao Comando Militar e, mesmo sendo perseguido e punido dentro de sua Organização Militar, não se rendeu à pressão de seus comandantes.
Foi perseguido pela ditadura, discriminado, removido para o Recife, reformado na marra aos 37 anos, cassado pelo AI-5 e pelo Ato Complementar 19, curtiu prisão… só não puderam quebrar-lhe integridade e honra, sua firmeza de ser humano. Sérgio se recusou a ser anistiado. “Anistia-se a quem cometeu alguma falta”, costumava dizer. “Não posso ser anistiado pelo crime que evitei”.
O Capitão Sérgio Miranda de Carvalho, considerado herói por ter impedido milhares de mortes de brasileiros durante a Ditadura Militar, morreu de câncer em 04 de feveriro de 1994.
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