segunda-feira, 2 de junho de 2008

MÍDIA - Blog denúncia.

Temos que elogiar a Jussara Seixas pela iniciativa de colocar à disposição do público um blog específico, para que possamos acompanhar o escândalo da Alstom. Se fossemos depender do PIG, nada ficaríamos sabendo. Se o escândalo ao invés de envolver os tucanos envolvesse os petistas, teríamos manchetes colossais na Folha, no Estadão, no O Globo, etc.

Abaixo, texto copiado do blog O Vermelho.

A jornalista Jussara Seixas colocou no ar nos últimos dias um blog ( http://casoalstomeostucanos.zip.net/ ) no qual pretende reunir todas as matérias e informações que tratam do escândalo envolvendo a multinacional francesa Alstom e os sucessivos governos do PSDB em São Paulo.
O blog é uma forma de romper a barreira da grande imprensa, sobretudo a imprensa paulista, que trata do caso Alstom com cautela para não prejudicar a imagem do tucanato, aliado de primeira hora dos donos da mídia grande. No blog, a ordem é divulgar toas as informações disponíveis sobre a investigação. "Vamos fazer um dossiê Alstom, os tucanos parece que são chegados em dossiê, quando não existe eles inventam. Este não é inventado, são matérias sobre os documentos enviados pela justiça Suíça", diz Jussara.
O último "post" publicado no blog reproduz denúncia divulgada na edição desta semana da revista IstoÉ. Segundo a revista, uma suspeita de corrupção em transações entre as estatais do governo paulista e a multinacional francesa promete ser a pedra no sapato dos tucanos em ano eleitoral. "Se somados todos os contratos irregulares da empresa com o governo de São Paulo, chega-se à cifra de R$ 1,375 bilhão. Esse número pode aumentar com a investigação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, que prometem uma verdadeira devassa na atuação da Alstom. O grupo francês tem mais de 139 contratos firmados com o governo paulista desde 1989, que ao todo somam R$ 7,6 bilhões. Os negócios da multinacional em São Paulo envolvem o Metrô, a Cesp, CPTM, CTEEP, Dersa, Eletropaulo, Emae, Prodesp e Sabesp, entre outras estatais", diz a reportagem.
A revista IstoÉ teve acesso a documentos que mostram o caso de um contrato firmado em março de 1992 entre a Companhia do Metropolitano de São Paulo e a Mafersa (que depois seria comprada pela Alstom) em que foram feitos vários adititivos. O contrato, de número 0080031000, previa o fornecimento de 16 trens para a linha leste/oeste e de seis para a extensão Itaquera/ Guaianazes. Ao todo, são 11 adicionais incorporados ao referido contrato. Os dez primeiros foram julgados regulares pelo TCE-SP, mas o 11º levantou suspeitas. Assinado em 7 de maio do ano passado e publicado um mês depois no Diário Oficial Empresarial, o aditivo 11 prevê a aquisição de 27 trens, no valor de R$ 70.072.666,61. O fato de não ter ocorrido nova licitação para a compra dos trens provocou a investigação do TCE. Mas essa não é a única irregularidade. Um documento sigiloso a que ISTOÉ teve acesso mostra que o Metrô de São Paulo pagou por esse aditivo, entre agosto e setembro, a quantia de R$ 90.130.850,00 -- cerca de R$ 20 milhões a mais do que o previsto.
"No mínimo tem alguma coisa. Quero saber onde está esse erro", diz o deputado estadual José Zico, do PT, membro da Comissão de Transportes da Assembléia paulista. "Um contrato que foi feito em 1992 é utilizado agora, sem nenhuma licitação?", pergunta o deputado. O relator Eduardo Bittencourt Carvalho, hoje presidente do TCE-SP, responsável pelo levantamento das irregularidades do aditamento, diz em seu parecer de setembro de 2007: "Ainda não está claramente elucidada a razão de interesse público que levou a Companhia a optar por este vultoso aditamento a um contrato celebrado há mais de 15 anos." Segundo Marcos Renato Böttcher, chefe de gabinete da presidência do TCE de São Paulo, outro processo muito semelhante a esse já foi julgado irregular. "Estamos agora aguardando a manifestação da assessoria técnica do tribunal", diz Böttcher.
Desde novembro do ano passado sob averiguação judicial na França e na Suíça, a empresa é acusada de pagar propina para fechar contratos em países da América do Sul e da Ásia entre 1995 e 2003. No Brasil, promotores suíços e franceses examinam se o grupo teria pago US$ 6,8 milhões para obter um contrato de US$ 45 milhões para a extensão do metrô de São Paulo.
Para acessar o blog, clique aqui: http://casoalstomeostucanos.zip.net/

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