América Latina
Evo: "Apoio de 63% foi o melhor presente que já me deram"
O presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, mostrou-se agradecido com o povo de seu país pelos resultados das eleições gerais deste domingo, em que venceu com mais de 60 por cento dos votos para conduzir um novo período no cargo até 2015.
"Fui recompensado com o melhor presente para mim e para Álvaro", disse na segunda-feira (8)o mandatário numa coletiva de imprensa no Palácio do Governo."O resultado desta eleição é muito encorajador, quero agradecer aos diversos movimentos sociais e todo o povo da Bolívia", disse ele.
Disse também que se sentia “muito animado, muito contente, nos dá força, o povo nos dá a oportunidade de continuar o processo de mudança", e reiterou que se trata de um reconhecimento do trabalho do povo.
"O povo nos deu uma tremenda oportunidade para refletir", disse o presidente boliviano enquanto elogiava o histórico processo eleitoral deste domingo pelos eleitores no seu país e em outras quatro nações pela primeira vez.
Na coletiva de imprensa, o chefe de Estado lembrou que esta eleição foi protagonizada por três frentes: "a oposição, os nossos constituintes e os movimentos sociais”.
Um dos projetos previstos para iniciar em seu segundo mandato, é o de uma lei que está no Senado para investigar algumas pessoas, disse que "os bens serão investigados para garantir o sistema democrático livre de corrupção na Bolívia ".
Ele lembrou que um dos inimigos dos bolivianos é o neoliberalismo, e insistiu que o outro é a corrupção, "por isso levantaremos o manto do sistema bancário, pois aquele que não vive para servir, não serve para viver".
"A segunda questão é o seguro de saúde universal para os bolivianos”, disse Morales ao mesmo tempo em que assegurava que sua política continuara baseada no diálogo, pois “nunca impomos políticas, sempre consultamos" as necessidades do povo.
"No ano passado, depois de muita dificuldade, aprovou-se o projeto de Constituição e tivemos que melhorar e revisar muitos artigos sob a observação ou o controle da comunidade internacional", por isso "não têm nenhum argumento para questionar a política do Estado Boliviano sob qualquer pretexto".
Ele também disse que os recursos naturais nunca mais serão privatizados ou entregues às transnacionais, pois as estratégias estão contempladas com acordos de políticas sociais e econômicas para esta matéria.
Ele acrescentou que alguns dos problemas que enfrenta o continente sulamericano é o tema da propriedade intelectual, o Tratado Livre Comércio e as bases militares dos EUA instaladas na região.
Indicou que os partidos de direita sempre pensam em seus próprios interesses e nunca nos do povo. "Uma das vantagens que tivemos nas primeiras eleições, em 2005, foi que a direita não sabia escolher seus candidatos".
Assinalou que seus adversários usam a campanha como uma grande palestra para não ir para a prisão, em relação ao seu principal adversário, Mafred Villa, que é o resultado das últimas ditaduras militares e de suas políticas privatizantes.
A nova Constituição Política do Estado boliviano estima uma eleição e reeleição para presidente, entretanto Morales assegurou não ter interesse em um novo mandato ao finalizar o próximo de 2010-2015.
Informou também que nesta terça-feira se reunirá com movimentos sociais para estabelecer os mecanismos para a eleição de governadores e prefeitos em todo o país.
No próximo sábado vai a Cuba para discutir com os países membros da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas), as novas políticas do socialismo do século XXI e assegurou sua participação no Encontro de Copenhague sobre Alterações Climáticas.
Morales pediu para manter o diálogo transparente, sincero e resolver de maneira conjunta as demandas dos outros países, cada um defendendo sua nação mas também a necessidade de agir de forma solidária.
"Temos a responsabilidade de cuidar, defender o nosso povo e nosso país sem competitividade. A decisão democrática dos países do continente será sempre respeitada", disse Morales sobre a sua opinião pela vantagem do candidato da direita à presidência do Chile, Sebastian Piñera, que ocorrerá no próximo domingo.
"O Governo da Bolívia vai sempre manter relações com todos os governos do mundo, porque nos baseamos no diálogo", disse o Presidente eleito.
Um dos primeiros compromissos do novo governo de Morales enfocar-se-á no ataque à pobreza e “neste assunto temos resultados importantes reconhecidos pela comunidade internacional”.
"Antes, a Bolívia produzia apenas 20 por cento do seu produto interno bruto, agora estamos acima de 40 por cento desta produção" e frisou que "vamos continuar a trabalhar dentro de uma complementação”.
Ele concluiu dizendo que o triunfo da Bolívia "é uma dedicatória aos povos do mundo que permanecem na luta contra o capitalismo".
Fonte: teleSUR
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