quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ECONOMIA - Quando será que o Lula vai demitir o Meireles?


O descompasso da política econômica

Não vai dar certo. Lembra a história dos dois burricos na estrada, cada qual querendo comer tufos de grama de cada lado da pista.

O Banco Central prossegue intrépido em sua política de manter juros acima das taxas internacionais, não atuar contra a apreciação do real, permitindo a ampliação do déficit externo.

Para contrabalançar, a Fazenda toma medidas de desoneração de investimentos, amplia o capital do BNDES, acelerando o crescimento econômico – que já tem uma previsão robusta para 2010.

O resultado é óbvio. Mais crescimento implica mais mais importações. Mesmo com o câmbio no lugar certo, implicaria menos exportações – sempre que a economia cresce, parte das exportações é direcionada para o mercado externo. Com o câmbio no lugar errado, ampliará o rombo nas contas externas.

Para o modelo fechar, portanto, haveria a necessidade de um câmbio competitivo, que assegurasse menor déficit em contas externas.

Com esse descompasso entre Fazenda e BC, o que irá acontecer:

1. O saldo comercial será drasticamente reduzido.

2. A atividade interna acelerada aumentará o lucro das empresas. Com o câmbio apreciado, haverá estímulo para o aumento das remessas a título de juros e dividendos. Sempre que pressentem que o câmbio poderá repicar, as multi aumentam as remessas.

3. Hoje em dia, há poucas dúvidas de que o país está sendo alvo de um ataque de capitais especulativos. E vai prosseguir até o real se aproximar de níveis insustentáveis.

4. Vai-se chegar a meados do próximo ano com necessidades brutais de financiamento das contas externas, em um mundo que ainda não se recuperou plenamente da crise de 2008.

5. Sem o câmbio competitivo, isenções fiscais são gambiarras, curativos de efeito imediato, mas incapazes de conter a perda de competitividade.

6. O Brasil foi salvo da crise das contas externas em 2008 graças à crise internacional. Deus provou que é brasileiro, salvando o país de um erro. Mas persistir no erro provocará o afastamento até da mão divina.

Fonte: Blog do Luis Nassif

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