Toffoli, estava escrito nas estrelas. E isso a gente já sabia.
“Eu tenho aqui em minhas mãos…”
Eu te disse, eu te avisei, mas ele deve ter os seus motivos.
Barbosa a Toffoli: Vossa Exca. nem mesmo leu meu voto – Terra – Política
Quinta, 3 de dezembro de 2009, 17h50 Atualizada às 18h34Barbosa a Toffoli: Vossa Exca. nem mesmo leu meu voto
Marcela Rocha
O Supremo Tribunal Federal (STF) está decidindo se aceita ou não a denúncia de suposto caixa dois na campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) – hoje senador – à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. O recém chegado José Antônio Dias Toffoli votou pelo arquivamento da peça. Durante a sessão, o relator, ministro Joaquim Barbosa repreende o colega:
- Vossa excelência nem leu o meu voto. Os indícios do (mensalão mineiro) estão todos lá e nem mesmo citou no seu voto.
“Tem inúmeras semelhanças com o caso mensalão”, afirma Barbosa em defesa de seu voto, a favor da abertura do processo contra o hoje senador Azeredo.
Após repreender o colega, Barbosa mantém seu voto que acata a denúncia:
- Não há a menor dúvida sobre as estatais, sobre a lavagem de dinheiro, utilizadas para pagar os operadores da campanha. Tudo praticado por Marcos Valério, pessoa íntima da administração da campanha. Por essas razões, mantenho meu voto a favor da abertura do inquérito.
No STF, um experimentado conhecedor da Casa adiantou, antes do julgamento, que Toffoli votaria pelo arquivamento para depois não ser questionado quando decidir sobre o chamado “mensalão do governo”.
A exemplo do relator, o ministro Ricardo Lewandowski acaba de votar pelo não recebimento da denúncia. “No caso do mensalão tivemos indícios muito mais leves”, disse Barbosa ao ministro Eros Grau, em referência ao chamado “mensalão do governo”. E acrescenta: “Aqui estamos em frente a dados muito mais concretos”.
A denúncia sobre o chamado “mensalão tucano” foi apresentada à Corte pelo ex-procurador geral da República (PGR) Antonio Fernando Souza. Nela, o senador e outros investigados, como o publicitário Marcos Valério, são acusados de criar e administrar um suposto esquema de “caixa dois” durante a campanha para a reeleição de Azeredo ao governo mineiro em 1998. Ou seja, dinheiro público teria financiado a campanha do então candidato.
O caso ficou conhecido como mensalão tucano, ou mensalão mineiro, ou ainda valerioduto tucano, em menção ao esquema de pagamento ilegal a parlamentares administrado por Marcos Valério. Segundo o inquérito que instrui a denúncia, Azeredo é acusado de ser “um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado”.
Terra Magazine
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