sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

AMÉRICA LATINA - Eleições chilenas.

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Se o mega-empresário e candidato pinochetista Sebastian Piñeda vencer as eleições no Chile isso será uma ducha de água fria nos avanços políticos vividos pela América Latina nos últimos anos. Mas ao mesmo tempo não significa uma recuperação da direita no Continente.

O complexo arco de alianças chileno levou que a Concertacion, agrupamento que parece um pouco uma aliança PT e PMDB e que já está há 20 anos no poder do país, decidisse pelo conservador Eduardo Frei, que já foi presidente, para ser o cabeça de chapa da aliança na sucessão da socialista Michelle Bachelet.

É como se Dilma, depois de uma gestão bem sucedida, escolhesse Michel Temer para lhe suceder. Não é uma operação simples convencer o eleitorado a fazer tal escolha. Nem cá, nem lá.

Por conta dessa contradição, surgiram duas outras candidaturas no campo progressista que estão dividindo o eleitorado da Concertación. Uma delas, a de Marco Enriquez-Ominami, pode ter 20% dos votos. E nada garante que se vier a ter um segundo turno esses eleitores decidam apoiar aquele que comparei com o Michel Temer, o Eduardo Frei.

Se Piñeda vier a ser eleito isso se deve muito mais a uma estratégia equivocada dos socialistas chilenos que não souberam dar um passo para esquerda após um governo de grande popularidade. No Brasil, a aliança do PT com o PMDB é algo que precisa ser sempre avaliada em relação ao seu custo benefício. Neste momento, por exemplo, tendo a achar que a chapa Dilma e Ciro seria imbatível. Com ou sem PMDB. Até porque ao PMDB só restaria apoiá-la ou ficar neutro. A candidatura Aécio seria inviabilizada sem o apoio de Ciro e com Serra uma enorme parte do PMDB não vai.

Se eu estivesse no grupo de articulação governista da sucessão de Lula olharia com carinho o processo chileno. É sempre bom ter em mente que a melhor aliança quem define é o eleitor.

Fonte: Blog do Rovai.

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