Youtube a serviço do bolsonarismo ataca STF, a democracia e recebe verba estatal
O jornal Globo traz uma informação neste domingo (31) que já foi tratado aqui no Blog do Esmael e pelo site The Intercept Brasil: no Brasil, o Youtube vem agindo a serviço de Jair Bolsonaro (sem partido), contra instituições democráticas e, por vias indiretas, recebendo verbas estatais.
No início de fevereiro deste ano, o Blog do Esmael denunciou que o serviço de streaming do Youtube estava se mostrado ideologicamente ligado à direita, ao fascismo, representado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Bingo!
Justiça seja feita. Em novembro de 2019, na reportagem “Grana por cliques”, o site The Intercept Brasil, fundado pelo jornalista Glenn Greenwald, foi o primeiro a colocar o dedo no fascismo online. “Fake news a R$ 25 mil por mês: como o Google treinou e enriqueceu blogueiros antipetistas”, afirmou a publicação.
Hoje, o Globo afirma que não há controle algum a atuação da extrema direita no Youtube –que pertence ao Google.
Canais disseminam notícias falsas e ódio, que atacam o Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes das Forças Armadas e o Congresso Nacional, enfim, detonam a democracia, pedem intervenção militar e ainda recebem verbas estatais com mais de 28 mil inserções de publicidades “da Petrobras e da Eletrobras”.
A situação é gravíssima, segundo a reportagem do Globo. Uma outra base de dados, da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, aponta que 390.714 anúncios do governo federal tiveram como destino 11 sites e canais com o mesmo perfil entre junho e agosto do ano passado. A verba foi destinada para a campanha sobre a Reforma da Previdência.
De acordo com o jornalão dos Marinho, o Youtube tem sido irrigado com dinheiro público nos seguintes canais:
- “Terça Livre”, de Allan dos Santos (investigado pelo STF);
- Canal “Enzuh”, de Enzo Leonardo Suzi Momenti (investigado pelo STF);
- Canal Bernardo Pires Kuster (investigado pelo STF);
- “O Giro de Notícias”, Alberto Silva.
Segundo o Globo, o “Terça Livre”, de Santos, veiculou 3.490 anúncios pagos pela Petrobras. Já o canal de Kuster no YouTube veiculou 3.602 anúncios pagos pela estatal, enquanto o canal de Momenti veiculou 1.192. A Eletrobras também teve propagandas divulgadas nesses três canais. Foram 536 no de Kuster, 398 no “Terça Livre” e 273 no de Momenti.
Canal que mais veiculou anúncios da Petrobras, com 10.027, “O Giro de Notícias” é ancorado pelo youtuber Alberto Silva. Com 1,15 milhão de inscritos, o canal é conhecido por criticar o STF e por defender a intervenção militar. Em sua descrição, o veículo afirma que é “independente” e que “não recebe dinheiro de empresas públicas”.
Esses canais ligados à direita e ao bolsonarismo se destacam pelo linguajar chulo e seus donos não tiram da boca expressões como “porra”, “puta que pariu”, “caralho”, além do machismo, homofobismo e outros preconceitos que são próprios do fascismo.
Seria interessante o movimento Sleeping Giants, que surgiu para alertar empresas que seus anúncios digitais financiam sites com conteúdos apontados como fake news ou extremistas, interagisse mais com as empresas que anunciam no Youtube.
No Brasil, o movimento de extrema direita “Gigantes Não Dormem” vem atacando sites de posicionamento plural e suprapartidário, a exemplo do Blog do Esmael, pressionando empresas ligadas ao bolsonarismo a não veicularem anúncios via plataforma digital (programática). A nossa página já avisou que dispensa essas empresas que financiam o fascismo.
A pergunta é: até quando o Youtube e o Google irão dar retaguarda ao fascismo no Brasil?