Dilma manda avisar pessoal de Furnas que "cabeças vão rolar"
Irritada com a disputa política em torno de Furnas Centrais Elétricas, a presidente Dilma Rousseff passou boa parte da tarde de sexta-feira em São Paulo discutindo o problema com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Segundo o "Painel" da Folha, na próxima semana, a troca de comando na estatal deve ser sacramentada, com tendência de mudança de toda a diretoria.
O governo avisou o PMDB que não aceitará indicações do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ostenta forte influência em Furnas.
O atual presidente de Furnas, Carlos Nadalutti, foi indicado pelo deputado Eduardo Cunha, que quer manter o controle da estatal. Petistas começaram a atuar nos bastidores para minar o domínio de Cunha. A origem da disputa entre integrantes dos dois partidos foi um dossiê preparado por funcionários de carreira de Furnas e levado ao ministro de Relações Institucionais, o petista Luiz Sérgio, na semana passada, pelo secretário de Habitação do Rio, Jorge Bittar (PT).
No documento, funcionários denunciam o aparelhamento da estatal e desvios administrativos, segundo eles patrocinados por Cunha. O peemedebista reagiu e atacou, no Twitter, a "incompetência" dos diretores de Furnas ligados ao PT.
Ainda ontem, o vice-presidente da República, Michel Temer, repreendeu "a briga lamentavelmente ácida" entre peemedebistas e petistas pelo comando de Furnas. Em entrevista à TV Estadão, em seu escritório de São Paulo, Temer afirmou que caberá ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), levar à presidente Dilma três ou quatro nomes do partido com perfil técnico para que ela faça a escolha do novo presidente da estatal. "No tocante a Furnas eu devo dizer que é muito inconveniente essa disputa entre membros do PT e do PMDB. É uma briga lamentavelmente ácida. Você pode brigar por espaço, mas de uma forma adequada. Tenho criticado essa disputa", disse.
Já foram discutidas várias opções de nomes para comandar a estatal. Entre eles o de Flávio Decat, homem de confiança de Dilma e até então cotado para a Eletrobras.
Outra sugestão posta à mesa da presidente foi a de mover Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil e hoje no Banco Safra, para o setor elétrico.
Acusações
Em público, a presidente evitou polemizar ao ser questionada sobre as denúncias de suposto favorecimento a uma empresa ligada ao deputado Eduardo Cunha em transações de Furnas. Dilma, que participou de um encontro com governadores no Rio Grande do Sul, disse defender a apuração de qualquer acusação.
“É um critério nosso apurar todas as acusações, mas é preciso ter elementos bem configurados. Nós devemos apurar o que foi acusado e o que foi divulgado", disse Dilma. A presidenta, entretanto, procurou amenizar as denúncias envolvendo o deputado aliado. "Isso não é atual. Acho que a CGU já tinha, inclusive, iniciado um levantamento nesse sentido. O que for dito de parte a parte será apurado.”
“O que tiver de ser apurado será apurado”. Sem se aprofundar no assunto e desviando de qualquer crítica ao deputado aliado, Dilma afirmou que o governo defende que as informações levantadas sejam devidamente investigadas.
A acusações que pesam sobre Cunha referem-se a reportagem divulgada pelo jornal O Globo, apontando que Furnas teria aberto mão do direito de comprar um lote de ações da empresa Oliveira Trust Servicer para, oito meses depois, pagar pelos mesmos papéis R$ 73 milhões acima do valor original.
O negócio, de acordo com o jornal, teria ocorrido entre dezembro 2007 e julho de 2008, favorecendo a Companhia Energética Serra da Carioca II, que pertence ao grupo Gallway. A empresa é relacionada ao ex-presidente do Cedae Lutero de Castro Cardoso e ao doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ambos nomes relacionados a Eduardo Cunha, a quem é atribuída também a indicação do então presidente de Furnas, Luiz Paulo Conde.
Com agências
Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
EGITO - O xadrez do Egito.
Blog de Luis Nassif.
Por Andre Araujo.
Pelas barbas de Maomé, como é possivel simplificar a esse ponto questões complexas como a politica do Oriente Médio? É preciso retroceder ao Khediva Isamail para entender o xadrez politico egipcio. Resumindo muito, Mubarak é sucessor de Anuar Sadat que por sua vez é sucessor de Gamal Abdel Nasser, ANTI-AMERICANO até a razi dos cabelos, todo esse grupo que vem do laico Movimento dos Oficiais Livres desde o tempo da deposição do Rei Farouk em 1952, foi durante 40 anos freguês de carteirinha da União Soviética.
A politica do Oriente Medio depende visceralmente da rua árabe, os parlamentos são fracos, os partidos idem, há duas grandes vertentes: a relogiosa e a laica. A primeira esta fora do poder no Egito, na Siria e na Jordania, os governos são laicos, herdeiros do Partido Baath, o grande partido nacionalista arabe não religiosa, que era tambem o partido de Saddam Hussein no Iraque. D o outro lado a Irmandade Muçulmana e suas ramificações entra as quais o Hamas.
Revoltas populares não são nenhuma novidade no Oriente. Lawrence da Arabia as manipulou magistralmente para fazer os arabes se revoltarem contra o Imperio Otomano, , no Cairo em Julho de 1952, no Movimento dos Oficiais Livres que depois o Rei Farouk, neto do Khediva Ismail (que fez o Canal de Suez), o centro do Cairo foi incendiado, queiram 400 prédios, entre os quais o celebre Hotel Shepheard e mais tudo o que fosse birtanico.
Os ingleses mandaram no Egito não oficialmente de 1879 a 1952, o Embaixador britanico Sir Miles Lampson cercou com tanques em 1942 o Palacio Abdine no Cairo, residencia do Rei Farouk e exigiu dele a nomeação de um Primeiro Ministro de agrado dos ingleses.
O grupo de Nasser e Sadat, do qual Mubarak é sucessor, era anti-britanico e pro-alemão, Sadat foi preso pelos ingleses por conspirar com Rommel para faciliatar a vitoria alemã no front da Africa do Norte.
Os EUA apoiam Mubarak mas não o criaram. Faz parte do jogo geopolitico do Oriente Medio, assim como os sovieticos apoiaram Nasser e financiaram a construção da represa de Assuam, fundamental para a economia egipcia.
O pior é que não ha alternativas melhores que Mubarak. El Baradei é um egipcio de fachada, mora no exterior há 40 anos e é muito ocidentalizado, a outra opção é a Irmandade Muçulmana, politica no Oriente Medio nunca foi coisa simples, só para os santelmos que a qualquer coisa que aconteça no mundo, gritam, é o PIG, é a CIA, como podem ser tão primitivos e viva Raul Gil tirando o chapeu para o Odorico Paraguaçu.
Por Andre Araujo.
Pelas barbas de Maomé, como é possivel simplificar a esse ponto questões complexas como a politica do Oriente Médio? É preciso retroceder ao Khediva Isamail para entender o xadrez politico egipcio. Resumindo muito, Mubarak é sucessor de Anuar Sadat que por sua vez é sucessor de Gamal Abdel Nasser, ANTI-AMERICANO até a razi dos cabelos, todo esse grupo que vem do laico Movimento dos Oficiais Livres desde o tempo da deposição do Rei Farouk em 1952, foi durante 40 anos freguês de carteirinha da União Soviética.
A politica do Oriente Medio depende visceralmente da rua árabe, os parlamentos são fracos, os partidos idem, há duas grandes vertentes: a relogiosa e a laica. A primeira esta fora do poder no Egito, na Siria e na Jordania, os governos são laicos, herdeiros do Partido Baath, o grande partido nacionalista arabe não religiosa, que era tambem o partido de Saddam Hussein no Iraque. D o outro lado a Irmandade Muçulmana e suas ramificações entra as quais o Hamas.
Revoltas populares não são nenhuma novidade no Oriente. Lawrence da Arabia as manipulou magistralmente para fazer os arabes se revoltarem contra o Imperio Otomano, , no Cairo em Julho de 1952, no Movimento dos Oficiais Livres que depois o Rei Farouk, neto do Khediva Ismail (que fez o Canal de Suez), o centro do Cairo foi incendiado, queiram 400 prédios, entre os quais o celebre Hotel Shepheard e mais tudo o que fosse birtanico.
Os ingleses mandaram no Egito não oficialmente de 1879 a 1952, o Embaixador britanico Sir Miles Lampson cercou com tanques em 1942 o Palacio Abdine no Cairo, residencia do Rei Farouk e exigiu dele a nomeação de um Primeiro Ministro de agrado dos ingleses.
O grupo de Nasser e Sadat, do qual Mubarak é sucessor, era anti-britanico e pro-alemão, Sadat foi preso pelos ingleses por conspirar com Rommel para faciliatar a vitoria alemã no front da Africa do Norte.
Os EUA apoiam Mubarak mas não o criaram. Faz parte do jogo geopolitico do Oriente Medio, assim como os sovieticos apoiaram Nasser e financiaram a construção da represa de Assuam, fundamental para a economia egipcia.
O pior é que não ha alternativas melhores que Mubarak. El Baradei é um egipcio de fachada, mora no exterior há 40 anos e é muito ocidentalizado, a outra opção é a Irmandade Muçulmana, politica no Oriente Medio nunca foi coisa simples, só para os santelmos que a qualquer coisa que aconteça no mundo, gritam, é o PIG, é a CIA, como podem ser tão primitivos e viva Raul Gil tirando o chapeu para o Odorico Paraguaçu.
CUBA - O novo sonho americano: visitar Cuba.
O governo do presidente Obama pôs em marcha, há somente algumas semanas, novas medidas destinadas a permitir mais viagens dos Estados Unidos a Cuba, gerando entre a população todo o tipo de reações (furiosas entre a máfia da Flórida e mais contidas no resto da nação). Mas quais serão as consequências para os dois países?
Por Carlos Tena.
O governo do presidente Obama pôs em marcha, há somente algumas semanas, novas medidas destinadas a permitir mais viagens dos Estados Unidos a Cuba, gerando entre a população todo o tipo de reações (furiosas entre a máfia da Flórida e mais contidas no resto da nação), e que de imediato fez com que eu me perguntasse se entre estes cidadãos com passaporte americano (sejam ou não de origem cubana), não tentará chegar à ilha algum carrasco com sinistras intenções, como vem acontecendo desde 1960, quando a CIA e o FBI, contando com o apoio de centenas de mercenários e terroristas, cometiam todo o tipo de atentados, tentando em vão assassinar Fidel Castro em mais de 638 ocasiões. Estou convencido do perigo, especialmente com a propaganda que está se fazendo ao caso de Luis Posada Carriles*, que ocorre em El Paso (Texas) por vias tragicômicas, dignas de um poder judicial como o existente nos EUA. A imprensa dos EUA chama de lutador anticastrista um dos mais sanguinários assassinos entre os que passeiam livremente por Miami.
Esse processo cômico que a juíza Cardone comanda contra aquele cidadão (naturalizado venezuelano), não deixa dúvidas sobre a condição da justiça norte americana em sua inequívoca vocação para mimetizar a justiça que Fulgencio Batista pôs em prática em Cuba durante sua ditadura, ou o que é ainda mais terrível, imitar a justiça que esteve vigente durante o III Reich. Tampouco se abre espaço para dúvidas diante da parcialidade, subjetividade e arbitrariedade dos juízes, fiscais e demais funcionários nesta farsa processual, começando com a acusação pela qual o terrorista mais sanguinário de tantos que protegem os senadores republicanos do estado da Flórida se senta na cadeira do réu: simplesmente é um mentiroso que teve acesso a território ianque falsificando documentos e data de entrada.
Tudo o que os governos de Venezuela e Cuba demonstraram em relação à segurança não vale nada para a justiça de Obama, não vale nada na hora de julgar Posada por crimes como a decolagem do avião da Cubana de Aviación (Vôo 455, em 6 de outubro de 1976. Barbados, 1976), que custou 73 vítimas inocentes, nem sequer para extraditar o assassino em questão, a quem a justiça venezuelana espera há mais de uma década. Não vale, igualmente, que o próprio mercenário ex-agente da CIA tenha admitido publicamente o sangrento feito, em uma entrevista publicada pelo jornal diário estadunidense The New York Times em julho de 1998; nem as recentes declarações do terrorista salvadorenho Francisco Chávez Abarca*, detido em Caracas e extraditado para Havana em 2010. Os magistrados ianques se negam a incluir qualquer testemunho contra Carriles. Há algo de podre em El Paso.
Voltando às viagens dos EUA a Cuba, não cabem dúvidas acerca de que por parte do governo da Revolução serão tomadas medidas técnicas, aeronáuticas, policiais e de todo tipo para evitar que entre os três milhões de turistas norte-americanos (que se espera ao longo dos próximos anos) aporte em território cubano um só visitante com intenções criminais, ou o que é mais correto, um assassino disfarçado de simpático mochileiro, como também tenho a certeza de que entre as autoridades do governo de Barak Obama existirão funcionários que tratem de que não se exporte mais terrorismo para a ilha, simplesmente porque se coloca em jogo a vida de seus cidadãos, ainda que este último dado não seja de importância capital para Ileana Ross Lethinen, conhecida como La Loba, ou os irmãos Diaz Balart, Orlando Bosch ou qualquer um dos envolvidos em feitos criminosos contra a ilha mais digna do globo.
Também é certo que as medidas anunciadas pela administração de Obama em 14 de janeiro passado não implicam na retirada do embargo à ilha, somente facilitam em parte o turismo estadunidense, assim como as visitas organizadas por escolas, igrejas e grupos culturais permitindo a estes organizar voos fretados como parte de um plano destinado a aumentar os contatos pessoais entre ambos os países. Este gradual, porém irrefreável, aumento das visitas dos norte-americanos a Cuba vêm se confirmando ainda que tenha se iniciado há pouco tempo.
Um visitante que chegou à mesma casa de hóspedes na qual eu mesmo me hospedei em Havana, de 5 de novembro a 20 de dezembro de 2010, me garantiu que no último mês deste ano houve cerca de 20 voos diários provenientes de Miami. Agora, as agências de viagens poderão organizar voos muito econômicos com propósitos culturais que permitiriam (se a administração Obama interpretar com flexibilidade suas próprias regras) incluir qualquer temática: desde observação do tocororô (ave-símbolo do país) ou do totí (outro pássaro endêmico do país), a criação de crocodilos, ou as visitas aos templos de santería em Regla e Guanabacoa.
No entanto, os agentes turísticos na região (República Dominicana, México, Jamaica, Porto Rico etc.) se mostraram preocupados com o mais que provável desvio do turismo dos EUA para a maior das Antilhas em detrimento de outros destinos. “Não vai haver uma explosão imediata de turismo estadunidense para Cuba através destas medidas, mas isto eventualmente ocorrerá”, disse Andy Dauhaire, um conhecido economista que dirige a Fundação Economia e Desenvolvimento da República Dominicana, “... porém, quando isto ocorrer, vai haver um impacto significativo sobre vários destinos turísticos como Cancun, Bahamas, Jamaica e República Dominicana”. Um estudo do FMI em 2008, intitulado Acabaram-se as férias: Implicações para o Caribe de uma abertura do turismo de Estados Unidos para Cuba, concluía que o levantamento total da proibição das viagens à ilha produziria um cambio sísmico na indústria turística daquela área.
Diante de tudo isto, em torno das novas medidas e de seu possível alcance, surge a declaração do Ministério de Assuntos Exteriores cubano (Minrex), neste dia 14 de janeiro de 2011, publicada, transmitida no rádio e lida em todos os meios de difusão, com o objetivo de esclarecer a verdadeira repercussão social, econômica e política deste decreto do governo Obama.
Da minha parte, que sejam bem recebidos os cidadãos norte-americanos honestos e pacíficos que chegarão à Cuba vindo dos EUA. Ninguém duvida que ambos povos podem e devem manter uma política comum fraternal e de colaboração mútua. A Revolução poderia ajudar ao presidente Obama em muitas matérias, e Barak poderia demonstrar sua inteligência e coragem tomando algumas valentes decisões, como as que Carter ditou durante seu mandato ao final dos anos 1970.
Faz-se necessária a retirada gradual do embargo e a revogação da lei Helms-Burton. A, e uma visita oficial a Havana para bater um papo com Raúl Castro.
No entanto, me pergunto: Será que o presidente dos EUA sabem o que é a liberdade?
* O terrorista de nacionalidade salvadorenha, Francisco Chávez Abarca, confessou ter sido contratado pelo fugitivo Luis Posada Carriles para realizar atos desestabilizadores na Venezuela. Da mesma maneira, Chávez Abarca confessou que recebia instruções em código através de um e-mail que mencionava um restaurante localizado próximo ao Aeroporto Internacional Simon Bolívar de Maiquetía, onde ele se encontraria com três pessoas, entre elas dois venezuelanos para dar inicio ao plano desestabilizador. O terrorista afirmou que os que estavam contratando estas ações contrárias ao Governo venezuelano estavam dispostos a realizar o que fosse necessário para alcançar seus objetivos. O criminoso detido confessou ainda igualmente frente as câmeras da TELESUR que foi enviado à Venezuela para realizar ações de conspiração e que tentou entrar no país com um passaporte falso, assim como participou com a ajuda de Posada Carriles nos atentados contra pontos turísticos de Havana em 1997, em um dos quais o jovem italiano Fabio Di Celmo perdeu a vida.
Tradução de Cainã Vidor. Publicado por Rebelión. Foto por Kevin S. O`Brien, Marinha dos EUA.
Fonte: Revista Forum.
Por Carlos Tena.
O governo do presidente Obama pôs em marcha, há somente algumas semanas, novas medidas destinadas a permitir mais viagens dos Estados Unidos a Cuba, gerando entre a população todo o tipo de reações (furiosas entre a máfia da Flórida e mais contidas no resto da nação), e que de imediato fez com que eu me perguntasse se entre estes cidadãos com passaporte americano (sejam ou não de origem cubana), não tentará chegar à ilha algum carrasco com sinistras intenções, como vem acontecendo desde 1960, quando a CIA e o FBI, contando com o apoio de centenas de mercenários e terroristas, cometiam todo o tipo de atentados, tentando em vão assassinar Fidel Castro em mais de 638 ocasiões. Estou convencido do perigo, especialmente com a propaganda que está se fazendo ao caso de Luis Posada Carriles*, que ocorre em El Paso (Texas) por vias tragicômicas, dignas de um poder judicial como o existente nos EUA. A imprensa dos EUA chama de lutador anticastrista um dos mais sanguinários assassinos entre os que passeiam livremente por Miami.
Esse processo cômico que a juíza Cardone comanda contra aquele cidadão (naturalizado venezuelano), não deixa dúvidas sobre a condição da justiça norte americana em sua inequívoca vocação para mimetizar a justiça que Fulgencio Batista pôs em prática em Cuba durante sua ditadura, ou o que é ainda mais terrível, imitar a justiça que esteve vigente durante o III Reich. Tampouco se abre espaço para dúvidas diante da parcialidade, subjetividade e arbitrariedade dos juízes, fiscais e demais funcionários nesta farsa processual, começando com a acusação pela qual o terrorista mais sanguinário de tantos que protegem os senadores republicanos do estado da Flórida se senta na cadeira do réu: simplesmente é um mentiroso que teve acesso a território ianque falsificando documentos e data de entrada.
Tudo o que os governos de Venezuela e Cuba demonstraram em relação à segurança não vale nada para a justiça de Obama, não vale nada na hora de julgar Posada por crimes como a decolagem do avião da Cubana de Aviación (Vôo 455, em 6 de outubro de 1976. Barbados, 1976), que custou 73 vítimas inocentes, nem sequer para extraditar o assassino em questão, a quem a justiça venezuelana espera há mais de uma década. Não vale, igualmente, que o próprio mercenário ex-agente da CIA tenha admitido publicamente o sangrento feito, em uma entrevista publicada pelo jornal diário estadunidense The New York Times em julho de 1998; nem as recentes declarações do terrorista salvadorenho Francisco Chávez Abarca*, detido em Caracas e extraditado para Havana em 2010. Os magistrados ianques se negam a incluir qualquer testemunho contra Carriles. Há algo de podre em El Paso.
Voltando às viagens dos EUA a Cuba, não cabem dúvidas acerca de que por parte do governo da Revolução serão tomadas medidas técnicas, aeronáuticas, policiais e de todo tipo para evitar que entre os três milhões de turistas norte-americanos (que se espera ao longo dos próximos anos) aporte em território cubano um só visitante com intenções criminais, ou o que é mais correto, um assassino disfarçado de simpático mochileiro, como também tenho a certeza de que entre as autoridades do governo de Barak Obama existirão funcionários que tratem de que não se exporte mais terrorismo para a ilha, simplesmente porque se coloca em jogo a vida de seus cidadãos, ainda que este último dado não seja de importância capital para Ileana Ross Lethinen, conhecida como La Loba, ou os irmãos Diaz Balart, Orlando Bosch ou qualquer um dos envolvidos em feitos criminosos contra a ilha mais digna do globo.
Também é certo que as medidas anunciadas pela administração de Obama em 14 de janeiro passado não implicam na retirada do embargo à ilha, somente facilitam em parte o turismo estadunidense, assim como as visitas organizadas por escolas, igrejas e grupos culturais permitindo a estes organizar voos fretados como parte de um plano destinado a aumentar os contatos pessoais entre ambos os países. Este gradual, porém irrefreável, aumento das visitas dos norte-americanos a Cuba vêm se confirmando ainda que tenha se iniciado há pouco tempo.
Um visitante que chegou à mesma casa de hóspedes na qual eu mesmo me hospedei em Havana, de 5 de novembro a 20 de dezembro de 2010, me garantiu que no último mês deste ano houve cerca de 20 voos diários provenientes de Miami. Agora, as agências de viagens poderão organizar voos muito econômicos com propósitos culturais que permitiriam (se a administração Obama interpretar com flexibilidade suas próprias regras) incluir qualquer temática: desde observação do tocororô (ave-símbolo do país) ou do totí (outro pássaro endêmico do país), a criação de crocodilos, ou as visitas aos templos de santería em Regla e Guanabacoa.
No entanto, os agentes turísticos na região (República Dominicana, México, Jamaica, Porto Rico etc.) se mostraram preocupados com o mais que provável desvio do turismo dos EUA para a maior das Antilhas em detrimento de outros destinos. “Não vai haver uma explosão imediata de turismo estadunidense para Cuba através destas medidas, mas isto eventualmente ocorrerá”, disse Andy Dauhaire, um conhecido economista que dirige a Fundação Economia e Desenvolvimento da República Dominicana, “... porém, quando isto ocorrer, vai haver um impacto significativo sobre vários destinos turísticos como Cancun, Bahamas, Jamaica e República Dominicana”. Um estudo do FMI em 2008, intitulado Acabaram-se as férias: Implicações para o Caribe de uma abertura do turismo de Estados Unidos para Cuba, concluía que o levantamento total da proibição das viagens à ilha produziria um cambio sísmico na indústria turística daquela área.
Diante de tudo isto, em torno das novas medidas e de seu possível alcance, surge a declaração do Ministério de Assuntos Exteriores cubano (Minrex), neste dia 14 de janeiro de 2011, publicada, transmitida no rádio e lida em todos os meios de difusão, com o objetivo de esclarecer a verdadeira repercussão social, econômica e política deste decreto do governo Obama.
Da minha parte, que sejam bem recebidos os cidadãos norte-americanos honestos e pacíficos que chegarão à Cuba vindo dos EUA. Ninguém duvida que ambos povos podem e devem manter uma política comum fraternal e de colaboração mútua. A Revolução poderia ajudar ao presidente Obama em muitas matérias, e Barak poderia demonstrar sua inteligência e coragem tomando algumas valentes decisões, como as que Carter ditou durante seu mandato ao final dos anos 1970.
Faz-se necessária a retirada gradual do embargo e a revogação da lei Helms-Burton. A, e uma visita oficial a Havana para bater um papo com Raúl Castro.
No entanto, me pergunto: Será que o presidente dos EUA sabem o que é a liberdade?
* O terrorista de nacionalidade salvadorenha, Francisco Chávez Abarca, confessou ter sido contratado pelo fugitivo Luis Posada Carriles para realizar atos desestabilizadores na Venezuela. Da mesma maneira, Chávez Abarca confessou que recebia instruções em código através de um e-mail que mencionava um restaurante localizado próximo ao Aeroporto Internacional Simon Bolívar de Maiquetía, onde ele se encontraria com três pessoas, entre elas dois venezuelanos para dar inicio ao plano desestabilizador. O terrorista afirmou que os que estavam contratando estas ações contrárias ao Governo venezuelano estavam dispostos a realizar o que fosse necessário para alcançar seus objetivos. O criminoso detido confessou ainda igualmente frente as câmeras da TELESUR que foi enviado à Venezuela para realizar ações de conspiração e que tentou entrar no país com um passaporte falso, assim como participou com a ajuda de Posada Carriles nos atentados contra pontos turísticos de Havana em 1997, em um dos quais o jovem italiano Fabio Di Celmo perdeu a vida.
Tradução de Cainã Vidor. Publicado por Rebelión. Foto por Kevin S. O`Brien, Marinha dos EUA.
Fonte: Revista Forum.
MÍDIA - Não pense na CBN - muito menos na Globo News,
Como se sabe, estes dois veículos do PIG, só chamam "especialistas" para dizerem o que querem ouvir: ataques ao Lula, ao PT, a Dilma e a tudo o que cheire a povo.
Carlos Dória.
Luciano Mano Negra no blog As árvores são fáceis de achar.
O Paulo Henrique Amorim costuma falar que nunca ficou mais de 3 minutos vendo a Globo News sem que ouvisse uma besteira. Dias atrás, contou que o canal foi parar sem querer na tela dele, ele estava se barbeando e, no 3º minuto... pimba!, quase se cortou com outra asneira do canal em que nenhum negro lá trabalha. Pois bem, neste lar aqui no Cerrado Goiano não vemos a Globo News (o filme Tropa de Elite é menos dramático) e muito menos ouvimos a CBN, "a rádio que só toca o PSDB".
Mas, por um acaso, caiu o canal em nossa casa, e de repente uma chamada "Pense Nisso", sobre aeroportos. O País é a 8ª maior economia do mundo e nenhum de nossos aeroportos figura entre os 100 melhores do mundo. Não sei se algum blogueiro sujo já escreveu sobre isso, não sei se as vinhetas são velhas e o assunto já está batido, mas gente, que coisa, os partidos filiados à Globo governam vários estados há vários anos, eles estiveram na Presidência de 1503 a 2002 e não fizeram nada? Por que o Lula não foi capaz de fazer nada em 8 anos?, né, e Dilma governa um país sem estratégia, como afirmou Fernando Henrique Cardoso semana passada. Pô, FHC, mas você, Serra e Globo não têm uma estrategiazinha só para o Brasil? O PSDB-EUA então está acefalado? Como escreveu Altamiro Borges, Alckmin dá as canetadas do poder para isolar Serra, Serra aciona seus arapongas implantados na mídia contra Alckmin, enquanto Aécio age para que paulistas percam o comando do PSDB.
Abaixo, os 4 vídeos que encontrei no You Tube, postados lá em dezembro passado, em nova campanha da rádio CBN, criada pela Script, que visa "convidar as pessoas a reflexão" (sic), ancoradas no mote "Pense Nisso. Pense CBN" (faltou o Pense Demo-PSDB). "As peças exploram fatos relevantes, que afetam a nossa vida direta ou indiretamente. Não são denúncias, furos de reportagens, mas assuntos atuais, recentes, vivos, alertas que chamam a atenção, nos acordam (sic). Também não tomam partido, não aderem a causas, mas levantam questões que precisam ser pensadas e analisadas. Provocam debates e discussões. Estimulam cada um de nós a chegar às nossas próprias conclusões. E o mais importante, ajudam a formar opinião. A campanha traduz o compromisso com um jornalismo sério, corajoso, isento que oferece uma visão completa que permite novas reflexões (sic). A nova comunicação também dá um significado ainda mais amplo à emissora, como um canal de conteúdo multiplataforma, presente em rádio, internet, sms, twitter, redes sociais, através de uma campanha mobilizadora, dinâmica que se renova constantemente sobre os assuntos mais relevantes do cotidiano das pessoas." (grifos nossos)
Soninha Francine que o diga! Isso é que é campanha, parece um curso de formadores de opinião. A campanha deve ter feito sucesso na rádio, pois agora em janeiro migrou para Globo News. Eu só quero saber se a CBN e a Globo Oldster fariam uma campanha dessa se o Serra tivesse ganhado a eleição...
Dessa forma, eu quero até fazer duas propostas de propaganda.
1) Chove em São Paulo há centenas de anos. Nos últimos 20 anos a situação calamitosa se repete a cada tempestade. Isso precisa ter um freio! (mesma frase final sobre o trânsito). Pense nisso, pense PSDB.
2) O Governo FHC, os governos Serra e Alckmin em SP foram marcados por corrupção e privatizações suspeitas. Ainda continuaremos a varrer este problema para debaixo do tapete? (mesma frase final sobre o lixo) Pense nisso. Pense PIG.
Carlos Dória.
Luciano Mano Negra no blog As árvores são fáceis de achar.
O Paulo Henrique Amorim costuma falar que nunca ficou mais de 3 minutos vendo a Globo News sem que ouvisse uma besteira. Dias atrás, contou que o canal foi parar sem querer na tela dele, ele estava se barbeando e, no 3º minuto... pimba!, quase se cortou com outra asneira do canal em que nenhum negro lá trabalha. Pois bem, neste lar aqui no Cerrado Goiano não vemos a Globo News (o filme Tropa de Elite é menos dramático) e muito menos ouvimos a CBN, "a rádio que só toca o PSDB".
Mas, por um acaso, caiu o canal em nossa casa, e de repente uma chamada "Pense Nisso", sobre aeroportos. O País é a 8ª maior economia do mundo e nenhum de nossos aeroportos figura entre os 100 melhores do mundo. Não sei se algum blogueiro sujo já escreveu sobre isso, não sei se as vinhetas são velhas e o assunto já está batido, mas gente, que coisa, os partidos filiados à Globo governam vários estados há vários anos, eles estiveram na Presidência de 1503 a 2002 e não fizeram nada? Por que o Lula não foi capaz de fazer nada em 8 anos?, né, e Dilma governa um país sem estratégia, como afirmou Fernando Henrique Cardoso semana passada. Pô, FHC, mas você, Serra e Globo não têm uma estrategiazinha só para o Brasil? O PSDB-EUA então está acefalado? Como escreveu Altamiro Borges, Alckmin dá as canetadas do poder para isolar Serra, Serra aciona seus arapongas implantados na mídia contra Alckmin, enquanto Aécio age para que paulistas percam o comando do PSDB.
Abaixo, os 4 vídeos que encontrei no You Tube, postados lá em dezembro passado, em nova campanha da rádio CBN, criada pela Script, que visa "convidar as pessoas a reflexão" (sic), ancoradas no mote "Pense Nisso. Pense CBN" (faltou o Pense Demo-PSDB). "As peças exploram fatos relevantes, que afetam a nossa vida direta ou indiretamente. Não são denúncias, furos de reportagens, mas assuntos atuais, recentes, vivos, alertas que chamam a atenção, nos acordam (sic). Também não tomam partido, não aderem a causas, mas levantam questões que precisam ser pensadas e analisadas. Provocam debates e discussões. Estimulam cada um de nós a chegar às nossas próprias conclusões. E o mais importante, ajudam a formar opinião. A campanha traduz o compromisso com um jornalismo sério, corajoso, isento que oferece uma visão completa que permite novas reflexões (sic). A nova comunicação também dá um significado ainda mais amplo à emissora, como um canal de conteúdo multiplataforma, presente em rádio, internet, sms, twitter, redes sociais, através de uma campanha mobilizadora, dinâmica que se renova constantemente sobre os assuntos mais relevantes do cotidiano das pessoas." (grifos nossos)
Soninha Francine que o diga! Isso é que é campanha, parece um curso de formadores de opinião. A campanha deve ter feito sucesso na rádio, pois agora em janeiro migrou para Globo News. Eu só quero saber se a CBN e a Globo Oldster fariam uma campanha dessa se o Serra tivesse ganhado a eleição...
Dessa forma, eu quero até fazer duas propostas de propaganda.
1) Chove em São Paulo há centenas de anos. Nos últimos 20 anos a situação calamitosa se repete a cada tempestade. Isso precisa ter um freio! (mesma frase final sobre o trânsito). Pense nisso, pense PSDB.
2) O Governo FHC, os governos Serra e Alckmin em SP foram marcados por corrupção e privatizações suspeitas. Ainda continuaremos a varrer este problema para debaixo do tapete? (mesma frase final sobre o lixo) Pense nisso. Pense PIG.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
REFLEXÕES DE FIDEL - "É difícil que Deus possa abençoar tantas mentiras".
Fidel Castro: O Estado da União.
Era esperado com interesse o discurso do presidente sobre o assunto, depois de suas palavras em 12 de janeiro na Universidade de Tucson, Arizona, sobre o massacre que havia ocorrido naquela cidade quatro dias antes.
Por Fidel Castro, em Cuba Debate.
Seis pessoas morreram e 14 ficaram feridas, incluindo a jovem congressista democrata Gabrielle Giffords, eleita pela terceira vez para o Congresso dos Estados Unidos, e que se opôs à lei anti-imigrante daquele Estado, que foi parte do território arrebatado do México na injusta guerra de 1848.
O Tea Party, a direita fascista do Partido Republicano, tinha conseguido um notável êxito entre os eleitores que se preocuparam em exercer o direito de voto nas eleições deste país. A população do Arizona, como a do resto dos Estados Unidos, reagiu com indignação. Sua conduta foi, sem dúvida, correta, e expressei isso.
Nunca duvidei dos fatores éticos que parecem ser características dos povos, independentemente da política e dos governos.
Se aquele discurso de Obama foi omisso, quanto à incrível mostra de primitivismo que reflete o uso generalizado e praticamente irrestrito de mortíferas armas de fogo, a mensagem sobre o Estado da União merece uma análise política e ética, já que os EUA são uma superpotência da qual, independentemente do presidente e do Congresso, depende, entre outros fatores importantes, o destino da espécie humana.
Nenhum país isolado tem ou pode ter uma resposta para os problemas que o mundo enfrenta hoje.
Obama, em primeiro lugar, está envolvido em um processo eleitoral. Tem que falar com os democratas e republicanos, os que votam e os que não votam, os milionários e os mendigos, os protestantes e os católicos, cristãos e muçulmanos, crentes e não crentes, negros e brancos, aqueles que apóiam e os que não suportam a pesquisa com células tronco, homossexuais e heterossexuais, cada cidadão e o seu oposto, para terminar clamando que todos eles são americanos, como se os 95,5%, ou seja, 6,9 bilhões de habitantes do resto do planeta, não existisse.
Nas primeiras página de seu discurso de uma hora, passou a afirmar:
"Neste momento, o que está em jogo não é quem vai ganhar a próxima eleição [...] O que está em jogo é se serão criados novos empregos e indústrias [...] se podemos manter a liderança que fez dos EUA não apenas um ponto no mapa, mas uma luz no mundo."
"Estamos prontos para o progresso. [...] a bolsa recuperou-se com fervor. Os lucros das empresas são maiores. A economia está crescendo novamente. "
Imediatamente após estas palavras, trata de nos comover com uma passagem que parece tirada de um conhecido filme norte-americano, que as pessoas da minha geração recordam: "E o vento levou", relacionado com a terrível guerra civil entre o norte industrial e o sul escravagista e agrário nos anos do homem excepcional que foi Abraham Lincoln.
"O mundo mudou. E para muitos, a mudança tem sido dolorosa", disse Obama."Vi nas janelas tapadas de fábricas outrora prósperas e nas vitrines vazias em ruas principais antes concorridas. Ouvi a frustração de estadunidenses que viram o declínio de seus salários ou o desaparecimento de seus empregos; homens e mulheres orgulhosas de seu trabalho que pensam que mudaram as regras no meio do jogo".
"As siderúrgicas, que chegaram a precisar de mil trabalhadores, agora podem fazer o mesmo trabalho com cem."
"Enquanto isso, países como a China e a Índia perceberam que, com algumas mudanças, podiam competir neste novo mundo. [...] Recentemente, a China se tornou a sede da maior unidade privada de pesquisa solar no mundo e do computador mais rápido do mundo. "
"Mas os EUA ainda têm a maior e mais próspera economia do mundo."
"Sabemos o que é preciso para competir por empregos e indústrias dos nossos tempos. Precisamos de mais inovação, educar melhor e construir mais que o resto do mundo. Devemos fazer dos Estados Unidos o melhor lugar do mundo para fazer negócios. [...] E esta noite gostaria de falar sobre como chegar lá."
Obama não fala nunca das grandes empresas monopólicas que hoje controlam e saqueam os recursos do planeta. Não menciona jamais o acordo de Bretton Woods, o sistema imposto a um mundo devastado pela guerra, no qual os Estados Unidos assumiram o controle das instituições financeiras e do Fundo Monetário Internacional, onde detêm ferreamente o poder de veto.
Jamais disse uma palavra sobre a colossal fraude de Nixon em 1971, quando suspendeu unilateralmente a conversão do dólar em ouro, imprimiu notas norte-americanas sem limite algum e adquiriu incontáveis bens e riqueza no mundo, que pagou principalmente com papéis, cujo valor, em 40 anos, foi reduzido para 2,5% do que era então.
Obama gosta de narrar, no entanto, histórias líricas sobre pequenos empresários que supostamente deslumbram, cativam e comovem os ouvintes que não estão cientes da realidade. Sua oratória, seu estilo e seu tom parecem desenhados para que se escutem, como crianças disciplinadas, suas histórias comoventes.
"Robert e Gary Allen são irmãos que têm uma pequena empresa de construção, em Michigan. Depois de 11 de setembro, ofereceram seus melhores funcionários para ajudarem a reparar o Pentágono. Mas a recessão os afetou muito, e sua fábrica estava operando com metade da capacidade. Hoje, com a ajuda de um empréstimo do governo, este espaço está sendo usado para fabricação de telhas fotovoltaicas que estão sendo vendidas em todo o país. Nas palavras de Robert, "nos reinventamos."
"Estamos lançando um desafio. Estamos dizendo para cientistas e engenheiros dos EUA que se constituírem equipes são os melhores cérebros em sua área e se concentrarem nos problemas mais difíceis de energia limpa, financiaremos os projetos Apollo da nossa era. "
Imediatamente, nos deixa sem respiração:
"No Instituto de Tecnologia da Califórnia estão desenvolvendo uma maneira de converter energia solar e água em combustível para nossos veículos."
Salvou-se o planeta! Ou pelo menos ele não morrerá popr excesso de CO2 ou por falta de energia. Me traz à mente uma história de mais de 40 anos, quando um grupo empreendedor de jovens cientistas me falou com grande entusiasmo dessa mesma ideia, a partir de princípios teóricos, e, em minha fé cega na ciência, tratei de conseguir tudo o que solicitaram, incluindo uma instalação isolada, onde passaram anos com tal ânimo que até explodiram um motor que quase matou um grupo deles, e ainda assim continuaram a tarefa.
Não nego nada, muito menos a um super instituto da Califórnia, mas, por favor, senhor presidente, informe ao mundo sobre essa possibilidade para que muitos outros cientistas trabalham nessa mesma direção. Não se trata de lucro, a humanidade estará disposta a pagar tudo o que os seus cientistas queiram, e eu tenho certeza que até Michael Moore aplaudiria que lhe concedessem 10 prêmios Nobel.
Imediatamente, e após outro comentário encorajador sobre Oak Ridge National Laboratory, e supercomputadores para que instalações nucleares produzam mais energia, o presidente nos garante: "Com mais pesquisas e incentivos, podemos acabar com nossa dependência do petróleo, com os biocombustíveis, e nos converter no primeiro país a ter um milhão de veículos elétricos em marcha em 2015. (Aplausos) "
Destemido, o presidente continua:
"Coloquem-se a pensar. Nos próximos dez anos, quase metade de todos os novos empregos exigirão educação superior, não apenas estudos secundários. No entanto, até um quarto dos nossos estudantes não estão sequer terminando o colegial. A qualidade do nosso ensino de matemática e ciência é inferior à de muitos outros países. Os Estados Unidos se tornou o nono em termos da proporção de jovens com um diploma universitário. Portanto, a pergunta é se nós, como cidadãos e como os pais, estamos dispostos a fazer o que é necessário para dar a cada criança a oportunidade de ter sucesso. "
"Alcançaremos a meta que tracei, há dois anos: que, para fins desta década, os Estados Unidos tenham a mais alta proporção de graduados do mundo. (Aplausos) "
"Outros vêm do exterior para estudar em nossas escolas e universidades. Mas apenas obtêm seu título, nós os enviamos de volta ao seu país para que possam competir contra nós. Não faz nenhum sentido. "
Claro que este roubo insólito e confesso de cérebros, que a nosso amigo Obama nem sequer interessa dissimular, devemos desculpar em consideração à sua paixão pela ciência e pela competição saudável.
"O terceiro passo para conquistarmos o futuro é reconstruir os Estados Unidos. Para atrair novos negócios para as nossas costas, precisamos das vias amias rápidas para transportar pessoas, mercadorias e informações, desde trens de alta velocidade até Internet de alta velocidade.
"Nossa infra-estrutura parecia ser a melhor, mas já não somos os primeiros. As casas da Coreia do Sul agora têm melhor acesso à Internet que as nossas. A Rússia e os países europeus investem mais em suas estradas e ferrovias que nós. A China constrói trens mais rápidos e aeroportos mais novos."
"Nos últimos dois anos, começamos a reconstruir para o século XXI um projeto que tem gerado milhares de empregos bem remunerados no gravemente afetado setor da construção. E esta noite proponho redobrar esses esforços ".
"Nos próximos 25 anos, nosso objetivo é dar a 80% dos americanos acesso aos trens de alta velocidade."
"Nos próximos cinco anos, faremos o possível para que as empresas façam chegar a próxima geração de tecnologia de alta velocidade sem fios a 98% dos americanos. [...] Isso significa que, a partir de uma comunidade rural do Iowa ou Alabama, os trabalhadores e as pequenas empresas poderão vender seus produtos em todo o mundo. "
".Farão com que os Estados Unidos sejam um lugar melhor para se fazer negócios e criar empregos."
"Um exército de lobistas fez com que o código tributário favoreça determinadas empresas e indústrias."
"Nos colocamos uma meta de duplicar as nossas exportações para 2014, porque quanto mais nós exportamos, mais empregos são criados no país. [...] Recentemente, assinamos acordos com a Índia e a China que vão respaldar mais de 250 mil empregos aqui nos Estados Unidos. "
"Deixei claro que [...] só subscreveria acordos que beneficiem os trabalhadores americanos e promovam emprego nos Estados Unidos. [...] É o que eu pretendo fazer ao buscar acordos com o Panamá e a Colômbia ... "
Algumas das coisas que Obama narra dão uma ideia dos dramáticos sofrimentos que, em pleno século XXI, têm que suportar os mais pobres no seu próprio país. Por exemplo, ele nos diz:
"Não estou disposto a dizer a James Howard, paciente do Texas com câncer no cérebro, que é possível que seu tratamento não seja coberto."
"Vivemos com um legado de gasto em déficit que começou há quase uma década. E depois da crise financeira, algo disso era necessário para manter o fluxo de crédito, para preservar os empregos e colocar dinheiro nos bolsos das pessoas ".
"Esta noite proponho que, a partir deste ano, congelemos o gasto nacional anual durante os próximos cinco anos".
"O secretário de Defesa também concordou em cortar dezenas de bilhões de dólares em despesas que ele e seus generais acreditam que podem prescindir"
"E se realmente nos importa o nosso déficit, simplesmente não podemos nos darmos ao luxo de uma extensão permanente de recortes tributários para os 2% mais ricos dos norte-americanos. Antes de tomar o dinheiro de nossas escolas ou bolsas de estudo para os alunos, temos que exigir que os milionários renunciem a seu corte de impostos. "
"Já que vocês merecem saber quando seus funcionários públicos se encontram com lobistas, vou pedir ao Congresso para fazer o que a Casa Branca já fez: colocar essa informação na internet"
Eu acho que a mera presença de um exército de lobistas trabalhando e negociando com os membros do Congresso é um fato vergonhoso para qualquer país civilizado.
"O exemplo moral dos Estados Unidos deve brilhar sempre para todos aqueles que anseiam por liberdade, justiça e dignidade", disse Obama, e, imediatamente, passou para um outro tópico.
"Considerem o Iraque, onde cerca de 100 mil de nossos bravos homens e mulheres têm saído de cabeças erguidas".
Missão cumprida, recordei.
"Graças à aprovação por republicanos e democratas do Nova Tratado START, continuou Obama-, serão colocadas muito menos armas e lançadores nucleares"
"Devido a um esforço diplomático de insistir para que o Irã cumpra as suas obrigações, o governo do Irã tem agora de enfrentar sanções mais duras, sanções mais rigorosas que nunca. E na península coreana, apoiamos nosso aliado Coreia do Sul e insistir que a Coreia do Norte cumpra seu compromisso de abandonar as armas nucleares. "
O Presidente, como se pode ver, não menciona uma só palavra sobre o assassinato seletivo de cientistas iranianos realizado pelas agências de inteligência dos Estados Unidos e seus aliados, que ele conhece perfeitamente bem.
Em vez disso, nos amplia a informação:
"Estas são apenas algumas das maneiras com que nós estamos forjando um mundo que favorece a paz e a prosperidade. Com nossos aliados na Europa, revitalizamos a Otan e aumentamos a nossa cooperação em tudo, desde o antiterrorismo até a defesa antimísseis ".
Naturalmente, o nosso ilustre amigo não diz uma só palavra sobre a necessidade urgente de evitar que o aquecimento global prossiga seu incremento acelerado, ou das chuvas catastróficas e das nevadas que acabam de golpear o mundo, nem da crise alimentar que ameaça agora 80 países do Terceiro Mundo e, claro, das dezenas de milhões de toneladas de milho e soja que as grandes empresas dos EUA estão a dedicar à produção de biocombustíveis, enquanto a população mundial, que já alcança 6,9 bilhões de habitantes, será equivalente a 7 bilhões em 18 meses.
"Em março viajarei para Brasil, Chile e El Salvador para forjar novas alianças em todo continente americano".
No Brasil, dese já, poderá apreciar os estragos e os mortos e desaparecidos provocados pelas chuvas sem precedentes que acabam de ter lugar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Será, sem dúvida, ocasião propícia para uma auto-crítica pelo fato de que os EUA se recusaram a assinar o acordo de Kyoto e impulsionaram, já sob seu próprio governo, a política suicida de Copenhague.
No Chile, a política agora se complica. É de supor que alguém deve prestar homenagem a Salvador Allende, e aos milhares de chilenos assassinados pela ditadura de Pinochet, que os Estados Unidos impuseram ao Chile. Esta situação é agravada pelo que explico mais adiante. Outra situação constrangedora deve ocorrer em El Salvador, onde as armas fornecidas pelos Estadosa Unidos e as forças treinadas e educadas em escolas militares de contra-insurgência dos EUA torturaram e cometeram crimes horríveis contra os combatentes da FMLN, cujo partido obteve o voto da amioria em eleições recentes.
Apenas é possível acreditar no que se lê em seguida, quando o presidente diz:
"Em todo o mundo, estamos a apoiar aqueles que assumem responsabilidade, ajudando os agricultores a produzir mais alimentos; apoiando os médicos para que cuidem dos doentes ...."
Muitas pessoas sabem o que os Estados Unidos fizeram com os nossos médicos na Venezuela e outros países latino-americanos, construindo até planos para promover deserções e oferecendo vistos e dinheiro nos Estados Unidos para que abandonem sua dura e abnegada tarefa.
Ninguém ignora tampouco os acordos de livre comércio e os enormes subsídios aos produtos agrícolas dos EUA para arruinar os produtores de cereais e grãos na América Latina. Com estas práticas, arruinaram a prozução de milho e outros cereais no México, tornando-o dependente da agricultura dos EUA.
Em países tão pobres como o Haiti, que quase se autoabastecia de arroz, as transnacionais arruinaram a produção à base de excedentes subsidiados e impediram que o país se abastecesse dessa linha e oferecesse crescente emprego aos milhares de trabalhadores haitianos. Agora, de acordo com o discurso de Obama, os Estados Unidos são o campeão olímpico da assistência médica e da honradez administrativa do mundo. Estes temas são extensos e difíceis de abordar em uma única reflexão.
Queremos recordar que os países industrializados são os principais saqueadores de médicos e cientistas do Terceiro Mundo. O orçamento militar dos EUA ultrapassa o de todos os outros países juntos; suas exportações de armas são o dobro ou o triplo dos demais estados; seus arsenais arsenais nucleares implantados somam mais de 5 mil armas estratégicas; suas bases militares no exterior superam as 500; seus porta-aviões nucleares e frotas navais dominam os mares do planeta. Acaso o sonho americano pode ser modelo para o mundo? A quem pretende enganar o presidente dos Estados Unidos, com esse discurso?
Nas páginas finais de sua mensagem delirante, disse:
"É por esse sonho que estou diante de vocês esta noite. É por esse sonho que um garoto da classe trabalhadora de Scranton pode sentar-se atrás de mim. É por esse sonho que alguém que começou varrendo o chão do bar de seu pai em Cincinnati pode ser presidente da Câmara dos Representantes no país mais grandioso do mundo ".
"E esse sonho é o caso de um pequeno empresário chamado Brandon Fisher".
"Brandon abriu uma empresa em Berlim, na Pensilvânia, que se especializa em um novo tipo de tecnologia de perfuração. E um dia no verão passado vi a notícia de que no outro lado do mundo, 33 homens foram presos em uma mina no Chile e que ninguém sabia como salvá-los.
"Mas Brandon pensou que sua empresa podia ajudar. E então, formulou um resgate que veio a ser conhecido como Plano B. Seus funcionários trabalharam dia e noite para fazer o equipamento de perfuração necessário. E Brandon partiu para o Chile.
"Junto com os outros, começou a perfurar no solo um buraco de 2 mil metros, trabalhando três ou quatro horas - três ou quatro dias às vezes sem dormir. Trinta e sete dias depois, o Plano B teve êxito, e os mineiros foram resgatados. (Aplausos) Mas, porque não queria toda essa atenção, Brandon não estava lá quando os mineiros saíram à superfície. Já havia retornado para casa para trabalhar em seu próximo projeto.
"E, mais tarde, um de seus empregados disse sobre o resgate: 'Provamos que Center Rock é uma empresa pequena, mas que fazemos grandes coisas'(Aplausos). "
Obama falou na noite de 25 para 26. Hoje, 27 de janeiro, a agência de notícias norte-americana AP comunicou à imprensa mundialo segue:
"O chefe da equipe de resgate que recuperou com viva os 33 mineiros, presos por 69 dias no fundo de uma mina no Chile, corrigiu o presidente Barack Obama sobre o papel dos EUA no resgate.
"'Crer que foram eles unicamente os partícipes do êxito, acho que é exagerado. Não em parece correto', disse ao jornal El Mercurio, o engenheiro chileno Jorge Sougarret, que liderou o resgate dos mineiros, em outubro."
"Obama disse Brandon Fisher "viu uma história que veio do outro lado do mundo, 33 homens foram presos em uma mina no Chile e que ninguém sabia como poderiam salvá-los. "
"Fisher 'escolheu um projeto de resgate, conhecido como Plano B. Seus funcionários trabalharam dia e noite para fabricar o equipamento necessário para o salvamento. Trinta e sete dias depos, o Plano B teve êxito e os mineiros foram resgatados. "
"Sougarret disse que Fisher não desenhou o plano de resgate, um dos três que foram usados para trazer à superfície os mineiros, mas que a sua empresa colocou os martelos usado pelas perfuradoras. E que lhe pagaram US $ 100 mil pelos martelos.
"O que eles fizeram foi colocar à nossa disposição uma técnica, como houve outras mais. Não foi exclusiva. Por isso se chamou Plano B. E o Plano A e C continuaram funcionando. Portanto, não é uma operação exclusiva o que eles fizeram. Não há dúvida de que a sua equipe completa teve participação que permitiu finalmente que chegássemos ao sucesso ", disse Sougarret.
"O chefe da equipe de resgate, gerente de um dos cinco grandes depósitos de cobre de propriedade estatal, disse que a equipe técnica integrada pela estatal Codelco e duas grandes mineiras privadas decidiu a implementação do Plano B, que culminou com êxito em 13 de outubro, com o resgate por meio de uma sonda introduzida pela perfuração"
Depois de elogiar a proeza da pequena empresa Center Rock, independentemente dos méritos pessoais e da capacidade que possa ter o jovem Brandon Fisher, Obama, em sua desenfreada apologia que o levou nem sequer mencionar os esforços dos resgatistas chilenos que levaram semanas trabalhando arduamente para salvar os mineiros presos, terminou seu incendiado discurso:
"A idéia dos Estados Unidos continua. Nosso destino segue sendo o que nós decidimos que seja. E esta noite, mais de dois séculos mais tarde, é graças à nossa gente que o nosso futuro está cheio de esperança, nossa travessia continua e o estado de nossa nação é sólido.
"Obrigado, que Deus abençoe vocês e que Deus abençoe os Estados Unidos da América. (Aplausos) "
É difícil que Deus possa abençoar tantas mentiras.
Fidel Castro
Era esperado com interesse o discurso do presidente sobre o assunto, depois de suas palavras em 12 de janeiro na Universidade de Tucson, Arizona, sobre o massacre que havia ocorrido naquela cidade quatro dias antes.
Por Fidel Castro, em Cuba Debate.
Seis pessoas morreram e 14 ficaram feridas, incluindo a jovem congressista democrata Gabrielle Giffords, eleita pela terceira vez para o Congresso dos Estados Unidos, e que se opôs à lei anti-imigrante daquele Estado, que foi parte do território arrebatado do México na injusta guerra de 1848.
O Tea Party, a direita fascista do Partido Republicano, tinha conseguido um notável êxito entre os eleitores que se preocuparam em exercer o direito de voto nas eleições deste país. A população do Arizona, como a do resto dos Estados Unidos, reagiu com indignação. Sua conduta foi, sem dúvida, correta, e expressei isso.
Nunca duvidei dos fatores éticos que parecem ser características dos povos, independentemente da política e dos governos.
Se aquele discurso de Obama foi omisso, quanto à incrível mostra de primitivismo que reflete o uso generalizado e praticamente irrestrito de mortíferas armas de fogo, a mensagem sobre o Estado da União merece uma análise política e ética, já que os EUA são uma superpotência da qual, independentemente do presidente e do Congresso, depende, entre outros fatores importantes, o destino da espécie humana.
Nenhum país isolado tem ou pode ter uma resposta para os problemas que o mundo enfrenta hoje.
Obama, em primeiro lugar, está envolvido em um processo eleitoral. Tem que falar com os democratas e republicanos, os que votam e os que não votam, os milionários e os mendigos, os protestantes e os católicos, cristãos e muçulmanos, crentes e não crentes, negros e brancos, aqueles que apóiam e os que não suportam a pesquisa com células tronco, homossexuais e heterossexuais, cada cidadão e o seu oposto, para terminar clamando que todos eles são americanos, como se os 95,5%, ou seja, 6,9 bilhões de habitantes do resto do planeta, não existisse.
Nas primeiras página de seu discurso de uma hora, passou a afirmar:
"Neste momento, o que está em jogo não é quem vai ganhar a próxima eleição [...] O que está em jogo é se serão criados novos empregos e indústrias [...] se podemos manter a liderança que fez dos EUA não apenas um ponto no mapa, mas uma luz no mundo."
"Estamos prontos para o progresso. [...] a bolsa recuperou-se com fervor. Os lucros das empresas são maiores. A economia está crescendo novamente. "
Imediatamente após estas palavras, trata de nos comover com uma passagem que parece tirada de um conhecido filme norte-americano, que as pessoas da minha geração recordam: "E o vento levou", relacionado com a terrível guerra civil entre o norte industrial e o sul escravagista e agrário nos anos do homem excepcional que foi Abraham Lincoln.
"O mundo mudou. E para muitos, a mudança tem sido dolorosa", disse Obama."Vi nas janelas tapadas de fábricas outrora prósperas e nas vitrines vazias em ruas principais antes concorridas. Ouvi a frustração de estadunidenses que viram o declínio de seus salários ou o desaparecimento de seus empregos; homens e mulheres orgulhosas de seu trabalho que pensam que mudaram as regras no meio do jogo".
"As siderúrgicas, que chegaram a precisar de mil trabalhadores, agora podem fazer o mesmo trabalho com cem."
"Enquanto isso, países como a China e a Índia perceberam que, com algumas mudanças, podiam competir neste novo mundo. [...] Recentemente, a China se tornou a sede da maior unidade privada de pesquisa solar no mundo e do computador mais rápido do mundo. "
"Mas os EUA ainda têm a maior e mais próspera economia do mundo."
"Sabemos o que é preciso para competir por empregos e indústrias dos nossos tempos. Precisamos de mais inovação, educar melhor e construir mais que o resto do mundo. Devemos fazer dos Estados Unidos o melhor lugar do mundo para fazer negócios. [...] E esta noite gostaria de falar sobre como chegar lá."
Obama não fala nunca das grandes empresas monopólicas que hoje controlam e saqueam os recursos do planeta. Não menciona jamais o acordo de Bretton Woods, o sistema imposto a um mundo devastado pela guerra, no qual os Estados Unidos assumiram o controle das instituições financeiras e do Fundo Monetário Internacional, onde detêm ferreamente o poder de veto.
Jamais disse uma palavra sobre a colossal fraude de Nixon em 1971, quando suspendeu unilateralmente a conversão do dólar em ouro, imprimiu notas norte-americanas sem limite algum e adquiriu incontáveis bens e riqueza no mundo, que pagou principalmente com papéis, cujo valor, em 40 anos, foi reduzido para 2,5% do que era então.
Obama gosta de narrar, no entanto, histórias líricas sobre pequenos empresários que supostamente deslumbram, cativam e comovem os ouvintes que não estão cientes da realidade. Sua oratória, seu estilo e seu tom parecem desenhados para que se escutem, como crianças disciplinadas, suas histórias comoventes.
"Robert e Gary Allen são irmãos que têm uma pequena empresa de construção, em Michigan. Depois de 11 de setembro, ofereceram seus melhores funcionários para ajudarem a reparar o Pentágono. Mas a recessão os afetou muito, e sua fábrica estava operando com metade da capacidade. Hoje, com a ajuda de um empréstimo do governo, este espaço está sendo usado para fabricação de telhas fotovoltaicas que estão sendo vendidas em todo o país. Nas palavras de Robert, "nos reinventamos."
"Estamos lançando um desafio. Estamos dizendo para cientistas e engenheiros dos EUA que se constituírem equipes são os melhores cérebros em sua área e se concentrarem nos problemas mais difíceis de energia limpa, financiaremos os projetos Apollo da nossa era. "
Imediatamente, nos deixa sem respiração:
"No Instituto de Tecnologia da Califórnia estão desenvolvendo uma maneira de converter energia solar e água em combustível para nossos veículos."
Salvou-se o planeta! Ou pelo menos ele não morrerá popr excesso de CO2 ou por falta de energia. Me traz à mente uma história de mais de 40 anos, quando um grupo empreendedor de jovens cientistas me falou com grande entusiasmo dessa mesma ideia, a partir de princípios teóricos, e, em minha fé cega na ciência, tratei de conseguir tudo o que solicitaram, incluindo uma instalação isolada, onde passaram anos com tal ânimo que até explodiram um motor que quase matou um grupo deles, e ainda assim continuaram a tarefa.
Não nego nada, muito menos a um super instituto da Califórnia, mas, por favor, senhor presidente, informe ao mundo sobre essa possibilidade para que muitos outros cientistas trabalham nessa mesma direção. Não se trata de lucro, a humanidade estará disposta a pagar tudo o que os seus cientistas queiram, e eu tenho certeza que até Michael Moore aplaudiria que lhe concedessem 10 prêmios Nobel.
Imediatamente, e após outro comentário encorajador sobre Oak Ridge National Laboratory, e supercomputadores para que instalações nucleares produzam mais energia, o presidente nos garante: "Com mais pesquisas e incentivos, podemos acabar com nossa dependência do petróleo, com os biocombustíveis, e nos converter no primeiro país a ter um milhão de veículos elétricos em marcha em 2015. (Aplausos) "
Destemido, o presidente continua:
"Coloquem-se a pensar. Nos próximos dez anos, quase metade de todos os novos empregos exigirão educação superior, não apenas estudos secundários. No entanto, até um quarto dos nossos estudantes não estão sequer terminando o colegial. A qualidade do nosso ensino de matemática e ciência é inferior à de muitos outros países. Os Estados Unidos se tornou o nono em termos da proporção de jovens com um diploma universitário. Portanto, a pergunta é se nós, como cidadãos e como os pais, estamos dispostos a fazer o que é necessário para dar a cada criança a oportunidade de ter sucesso. "
"Alcançaremos a meta que tracei, há dois anos: que, para fins desta década, os Estados Unidos tenham a mais alta proporção de graduados do mundo. (Aplausos) "
"Outros vêm do exterior para estudar em nossas escolas e universidades. Mas apenas obtêm seu título, nós os enviamos de volta ao seu país para que possam competir contra nós. Não faz nenhum sentido. "
Claro que este roubo insólito e confesso de cérebros, que a nosso amigo Obama nem sequer interessa dissimular, devemos desculpar em consideração à sua paixão pela ciência e pela competição saudável.
"O terceiro passo para conquistarmos o futuro é reconstruir os Estados Unidos. Para atrair novos negócios para as nossas costas, precisamos das vias amias rápidas para transportar pessoas, mercadorias e informações, desde trens de alta velocidade até Internet de alta velocidade.
"Nossa infra-estrutura parecia ser a melhor, mas já não somos os primeiros. As casas da Coreia do Sul agora têm melhor acesso à Internet que as nossas. A Rússia e os países europeus investem mais em suas estradas e ferrovias que nós. A China constrói trens mais rápidos e aeroportos mais novos."
"Nos últimos dois anos, começamos a reconstruir para o século XXI um projeto que tem gerado milhares de empregos bem remunerados no gravemente afetado setor da construção. E esta noite proponho redobrar esses esforços ".
"Nos próximos 25 anos, nosso objetivo é dar a 80% dos americanos acesso aos trens de alta velocidade."
"Nos próximos cinco anos, faremos o possível para que as empresas façam chegar a próxima geração de tecnologia de alta velocidade sem fios a 98% dos americanos. [...] Isso significa que, a partir de uma comunidade rural do Iowa ou Alabama, os trabalhadores e as pequenas empresas poderão vender seus produtos em todo o mundo. "
".Farão com que os Estados Unidos sejam um lugar melhor para se fazer negócios e criar empregos."
"Um exército de lobistas fez com que o código tributário favoreça determinadas empresas e indústrias."
"Nos colocamos uma meta de duplicar as nossas exportações para 2014, porque quanto mais nós exportamos, mais empregos são criados no país. [...] Recentemente, assinamos acordos com a Índia e a China que vão respaldar mais de 250 mil empregos aqui nos Estados Unidos. "
"Deixei claro que [...] só subscreveria acordos que beneficiem os trabalhadores americanos e promovam emprego nos Estados Unidos. [...] É o que eu pretendo fazer ao buscar acordos com o Panamá e a Colômbia ... "
Algumas das coisas que Obama narra dão uma ideia dos dramáticos sofrimentos que, em pleno século XXI, têm que suportar os mais pobres no seu próprio país. Por exemplo, ele nos diz:
"Não estou disposto a dizer a James Howard, paciente do Texas com câncer no cérebro, que é possível que seu tratamento não seja coberto."
"Vivemos com um legado de gasto em déficit que começou há quase uma década. E depois da crise financeira, algo disso era necessário para manter o fluxo de crédito, para preservar os empregos e colocar dinheiro nos bolsos das pessoas ".
"Esta noite proponho que, a partir deste ano, congelemos o gasto nacional anual durante os próximos cinco anos".
"O secretário de Defesa também concordou em cortar dezenas de bilhões de dólares em despesas que ele e seus generais acreditam que podem prescindir"
"E se realmente nos importa o nosso déficit, simplesmente não podemos nos darmos ao luxo de uma extensão permanente de recortes tributários para os 2% mais ricos dos norte-americanos. Antes de tomar o dinheiro de nossas escolas ou bolsas de estudo para os alunos, temos que exigir que os milionários renunciem a seu corte de impostos. "
"Já que vocês merecem saber quando seus funcionários públicos se encontram com lobistas, vou pedir ao Congresso para fazer o que a Casa Branca já fez: colocar essa informação na internet"
Eu acho que a mera presença de um exército de lobistas trabalhando e negociando com os membros do Congresso é um fato vergonhoso para qualquer país civilizado.
"O exemplo moral dos Estados Unidos deve brilhar sempre para todos aqueles que anseiam por liberdade, justiça e dignidade", disse Obama, e, imediatamente, passou para um outro tópico.
"Considerem o Iraque, onde cerca de 100 mil de nossos bravos homens e mulheres têm saído de cabeças erguidas".
Missão cumprida, recordei.
"Graças à aprovação por republicanos e democratas do Nova Tratado START, continuou Obama-, serão colocadas muito menos armas e lançadores nucleares"
"Devido a um esforço diplomático de insistir para que o Irã cumpra as suas obrigações, o governo do Irã tem agora de enfrentar sanções mais duras, sanções mais rigorosas que nunca. E na península coreana, apoiamos nosso aliado Coreia do Sul e insistir que a Coreia do Norte cumpra seu compromisso de abandonar as armas nucleares. "
O Presidente, como se pode ver, não menciona uma só palavra sobre o assassinato seletivo de cientistas iranianos realizado pelas agências de inteligência dos Estados Unidos e seus aliados, que ele conhece perfeitamente bem.
Em vez disso, nos amplia a informação:
"Estas são apenas algumas das maneiras com que nós estamos forjando um mundo que favorece a paz e a prosperidade. Com nossos aliados na Europa, revitalizamos a Otan e aumentamos a nossa cooperação em tudo, desde o antiterrorismo até a defesa antimísseis ".
Naturalmente, o nosso ilustre amigo não diz uma só palavra sobre a necessidade urgente de evitar que o aquecimento global prossiga seu incremento acelerado, ou das chuvas catastróficas e das nevadas que acabam de golpear o mundo, nem da crise alimentar que ameaça agora 80 países do Terceiro Mundo e, claro, das dezenas de milhões de toneladas de milho e soja que as grandes empresas dos EUA estão a dedicar à produção de biocombustíveis, enquanto a população mundial, que já alcança 6,9 bilhões de habitantes, será equivalente a 7 bilhões em 18 meses.
"Em março viajarei para Brasil, Chile e El Salvador para forjar novas alianças em todo continente americano".
No Brasil, dese já, poderá apreciar os estragos e os mortos e desaparecidos provocados pelas chuvas sem precedentes que acabam de ter lugar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Será, sem dúvida, ocasião propícia para uma auto-crítica pelo fato de que os EUA se recusaram a assinar o acordo de Kyoto e impulsionaram, já sob seu próprio governo, a política suicida de Copenhague.
No Chile, a política agora se complica. É de supor que alguém deve prestar homenagem a Salvador Allende, e aos milhares de chilenos assassinados pela ditadura de Pinochet, que os Estados Unidos impuseram ao Chile. Esta situação é agravada pelo que explico mais adiante. Outra situação constrangedora deve ocorrer em El Salvador, onde as armas fornecidas pelos Estadosa Unidos e as forças treinadas e educadas em escolas militares de contra-insurgência dos EUA torturaram e cometeram crimes horríveis contra os combatentes da FMLN, cujo partido obteve o voto da amioria em eleições recentes.
Apenas é possível acreditar no que se lê em seguida, quando o presidente diz:
"Em todo o mundo, estamos a apoiar aqueles que assumem responsabilidade, ajudando os agricultores a produzir mais alimentos; apoiando os médicos para que cuidem dos doentes ...."
Muitas pessoas sabem o que os Estados Unidos fizeram com os nossos médicos na Venezuela e outros países latino-americanos, construindo até planos para promover deserções e oferecendo vistos e dinheiro nos Estados Unidos para que abandonem sua dura e abnegada tarefa.
Ninguém ignora tampouco os acordos de livre comércio e os enormes subsídios aos produtos agrícolas dos EUA para arruinar os produtores de cereais e grãos na América Latina. Com estas práticas, arruinaram a prozução de milho e outros cereais no México, tornando-o dependente da agricultura dos EUA.
Em países tão pobres como o Haiti, que quase se autoabastecia de arroz, as transnacionais arruinaram a produção à base de excedentes subsidiados e impediram que o país se abastecesse dessa linha e oferecesse crescente emprego aos milhares de trabalhadores haitianos. Agora, de acordo com o discurso de Obama, os Estados Unidos são o campeão olímpico da assistência médica e da honradez administrativa do mundo. Estes temas são extensos e difíceis de abordar em uma única reflexão.
Queremos recordar que os países industrializados são os principais saqueadores de médicos e cientistas do Terceiro Mundo. O orçamento militar dos EUA ultrapassa o de todos os outros países juntos; suas exportações de armas são o dobro ou o triplo dos demais estados; seus arsenais arsenais nucleares implantados somam mais de 5 mil armas estratégicas; suas bases militares no exterior superam as 500; seus porta-aviões nucleares e frotas navais dominam os mares do planeta. Acaso o sonho americano pode ser modelo para o mundo? A quem pretende enganar o presidente dos Estados Unidos, com esse discurso?
Nas páginas finais de sua mensagem delirante, disse:
"É por esse sonho que estou diante de vocês esta noite. É por esse sonho que um garoto da classe trabalhadora de Scranton pode sentar-se atrás de mim. É por esse sonho que alguém que começou varrendo o chão do bar de seu pai em Cincinnati pode ser presidente da Câmara dos Representantes no país mais grandioso do mundo ".
"E esse sonho é o caso de um pequeno empresário chamado Brandon Fisher".
"Brandon abriu uma empresa em Berlim, na Pensilvânia, que se especializa em um novo tipo de tecnologia de perfuração. E um dia no verão passado vi a notícia de que no outro lado do mundo, 33 homens foram presos em uma mina no Chile e que ninguém sabia como salvá-los.
"Mas Brandon pensou que sua empresa podia ajudar. E então, formulou um resgate que veio a ser conhecido como Plano B. Seus funcionários trabalharam dia e noite para fazer o equipamento de perfuração necessário. E Brandon partiu para o Chile.
"Junto com os outros, começou a perfurar no solo um buraco de 2 mil metros, trabalhando três ou quatro horas - três ou quatro dias às vezes sem dormir. Trinta e sete dias depois, o Plano B teve êxito, e os mineiros foram resgatados. (Aplausos) Mas, porque não queria toda essa atenção, Brandon não estava lá quando os mineiros saíram à superfície. Já havia retornado para casa para trabalhar em seu próximo projeto.
"E, mais tarde, um de seus empregados disse sobre o resgate: 'Provamos que Center Rock é uma empresa pequena, mas que fazemos grandes coisas'(Aplausos). "
Obama falou na noite de 25 para 26. Hoje, 27 de janeiro, a agência de notícias norte-americana AP comunicou à imprensa mundialo segue:
"O chefe da equipe de resgate que recuperou com viva os 33 mineiros, presos por 69 dias no fundo de uma mina no Chile, corrigiu o presidente Barack Obama sobre o papel dos EUA no resgate.
"'Crer que foram eles unicamente os partícipes do êxito, acho que é exagerado. Não em parece correto', disse ao jornal El Mercurio, o engenheiro chileno Jorge Sougarret, que liderou o resgate dos mineiros, em outubro."
"Obama disse Brandon Fisher "viu uma história que veio do outro lado do mundo, 33 homens foram presos em uma mina no Chile e que ninguém sabia como poderiam salvá-los. "
"Fisher 'escolheu um projeto de resgate, conhecido como Plano B. Seus funcionários trabalharam dia e noite para fabricar o equipamento necessário para o salvamento. Trinta e sete dias depos, o Plano B teve êxito e os mineiros foram resgatados. "
"Sougarret disse que Fisher não desenhou o plano de resgate, um dos três que foram usados para trazer à superfície os mineiros, mas que a sua empresa colocou os martelos usado pelas perfuradoras. E que lhe pagaram US $ 100 mil pelos martelos.
"O que eles fizeram foi colocar à nossa disposição uma técnica, como houve outras mais. Não foi exclusiva. Por isso se chamou Plano B. E o Plano A e C continuaram funcionando. Portanto, não é uma operação exclusiva o que eles fizeram. Não há dúvida de que a sua equipe completa teve participação que permitiu finalmente que chegássemos ao sucesso ", disse Sougarret.
"O chefe da equipe de resgate, gerente de um dos cinco grandes depósitos de cobre de propriedade estatal, disse que a equipe técnica integrada pela estatal Codelco e duas grandes mineiras privadas decidiu a implementação do Plano B, que culminou com êxito em 13 de outubro, com o resgate por meio de uma sonda introduzida pela perfuração"
Depois de elogiar a proeza da pequena empresa Center Rock, independentemente dos méritos pessoais e da capacidade que possa ter o jovem Brandon Fisher, Obama, em sua desenfreada apologia que o levou nem sequer mencionar os esforços dos resgatistas chilenos que levaram semanas trabalhando arduamente para salvar os mineiros presos, terminou seu incendiado discurso:
"A idéia dos Estados Unidos continua. Nosso destino segue sendo o que nós decidimos que seja. E esta noite, mais de dois séculos mais tarde, é graças à nossa gente que o nosso futuro está cheio de esperança, nossa travessia continua e o estado de nossa nação é sólido.
"Obrigado, que Deus abençoe vocês e que Deus abençoe os Estados Unidos da América. (Aplausos) "
É difícil que Deus possa abençoar tantas mentiras.
Fidel Castro
POLÍTICA - A caneta pertence a Dilma Rousseff.
Pedro do Coutto.
A caneta pertence a Dilma Rousseff: não é do PT nem do PMDB.
O Globo e a Folha de São Paulo de terça-feira publicaram reportagens sobre choque que vêm ocorrendo entre o PT e o PMDB para o preenchimento de cargos de direção na administração pública federal. As versões se sucedem e, contraditoriamente, ambos os partidos agem como se fossem os donos da caneta mágica que sintetiza o exercício do poder. Nada disso. Grave equívoco que funciona negativamente para a formação completa do governo que veio das urnas de outubro e se instalou no Palácio do Planalto a primeiro de janeiro de 2011.
A dona da caneta mágica, por sinal, chama-se Dilma Roussef. Ela não pode emprestá-la, muito menos dividi-la com ninguém. Com nenhum partido, com nenhuma corrente ou legenda. O poder não se transfere, como me disse em 1959 o presidente Juscelino. Nunca esqueci a frase. Hoje, 52 anos depois, vejo que ela, a frase, é mais forte e verdadeira do que pensei numa tarde de outono no Palácio do Catete.
A entrevista ocorreu em abril ou maio. Foi a propósito da substituição de Lucas Lopes por Sebastião Paes de Almeida, no Ministério da Fazenda, e de Roberto Campos por Lúcio Meira na presidência do BNDE, hoje BNDES. JK fez poucas substituições em sua equipe. Não gostava. Nem precisava recorrer ao mecanismo porque suas escolhas eram partidárias, mas se baseavam na competência pessoal e sobretudo na afinidade do nomeado para o setor que iria comandar.
Era amigo pessoal de Lucas Lopes, de Roberto Campos nem tanto, Acontece que Lucas e Campos, de repente, passaram a defender a suspensão das obras de construção de Brasília para conter a inflação. Esta história se repete, o confronto entre o estruturalismo e o monetarismo. Parece inclusive ser eterna. Mas em 59 Juscelino decidiu a questão.
Não vacilou. A mim disse que o poder não se transfere. Ao deputado Hermógenes Príncipe, que narra o episódio em seu livro “Luz e Trevas”, afirmou que não poderia passar à história como construtor de elefantes brancos. Correta sua posição. O tempo passou na janela e comprovou. Brasília aí está consolidada com dois milhões e quinhentos mil habitantes.
JK cumpria integralmente os compromissos partidários, porém não nomeou incompetente algum. Um dia, também em 1959, o deputado Santiago Dantas, que comprara o Jornal do Comércio do acadêmico Elmano Cardim para transferi-lo a Assis Chateaubriand, procurou JK. Queria ser ministro da Agricultura.
“Perfeito”, disse o presidente. “Você pode ser ministro de qualquer pasta. Mas o cargo pertence ao PTB. Se você me trouxer a concordância do vice João Goulart, está nomeado”. Não obteve. Jango preferiu indicar Barros de Carvalho, de Pernambuco. E o governo continuou.
Juscelino não demorava a resolver. Nada. Sua grande motivação era o movimento seqUente, dinâmico, concreto. Era um homem absolutamente sereno, sempre cordial. Mas não atuava na defensiva. A qualquer pressão, respondia imediatamente. Não permitia que ela se acumulasse. Um exemplo de político, legou um exemplo de política.
Creio que a presidente Dilma deva se inspirar naquele estilo. Afinal, ela é quem é a dona da caneta. As decisões são suas. Não dos dirigentes partidários das legendas que a apóiam. Este não serve, aquele não serve, esse não representa um fator de equilíbrio. Qual o critério afinal? Critério final – isso sim – pertence à chefe de Estado, não a legendas em função do número de senadores e deputados que possuam. Se assim fosse, não haveria número suficiente de cargos para contentar a todos. Impossível. O poder tem limites. E estilos.
A caneta pertence a Dilma Rousseff: não é do PT nem do PMDB.
O Globo e a Folha de São Paulo de terça-feira publicaram reportagens sobre choque que vêm ocorrendo entre o PT e o PMDB para o preenchimento de cargos de direção na administração pública federal. As versões se sucedem e, contraditoriamente, ambos os partidos agem como se fossem os donos da caneta mágica que sintetiza o exercício do poder. Nada disso. Grave equívoco que funciona negativamente para a formação completa do governo que veio das urnas de outubro e se instalou no Palácio do Planalto a primeiro de janeiro de 2011.
A dona da caneta mágica, por sinal, chama-se Dilma Roussef. Ela não pode emprestá-la, muito menos dividi-la com ninguém. Com nenhum partido, com nenhuma corrente ou legenda. O poder não se transfere, como me disse em 1959 o presidente Juscelino. Nunca esqueci a frase. Hoje, 52 anos depois, vejo que ela, a frase, é mais forte e verdadeira do que pensei numa tarde de outono no Palácio do Catete.
A entrevista ocorreu em abril ou maio. Foi a propósito da substituição de Lucas Lopes por Sebastião Paes de Almeida, no Ministério da Fazenda, e de Roberto Campos por Lúcio Meira na presidência do BNDE, hoje BNDES. JK fez poucas substituições em sua equipe. Não gostava. Nem precisava recorrer ao mecanismo porque suas escolhas eram partidárias, mas se baseavam na competência pessoal e sobretudo na afinidade do nomeado para o setor que iria comandar.
Era amigo pessoal de Lucas Lopes, de Roberto Campos nem tanto, Acontece que Lucas e Campos, de repente, passaram a defender a suspensão das obras de construção de Brasília para conter a inflação. Esta história se repete, o confronto entre o estruturalismo e o monetarismo. Parece inclusive ser eterna. Mas em 59 Juscelino decidiu a questão.
Não vacilou. A mim disse que o poder não se transfere. Ao deputado Hermógenes Príncipe, que narra o episódio em seu livro “Luz e Trevas”, afirmou que não poderia passar à história como construtor de elefantes brancos. Correta sua posição. O tempo passou na janela e comprovou. Brasília aí está consolidada com dois milhões e quinhentos mil habitantes.
JK cumpria integralmente os compromissos partidários, porém não nomeou incompetente algum. Um dia, também em 1959, o deputado Santiago Dantas, que comprara o Jornal do Comércio do acadêmico Elmano Cardim para transferi-lo a Assis Chateaubriand, procurou JK. Queria ser ministro da Agricultura.
“Perfeito”, disse o presidente. “Você pode ser ministro de qualquer pasta. Mas o cargo pertence ao PTB. Se você me trouxer a concordância do vice João Goulart, está nomeado”. Não obteve. Jango preferiu indicar Barros de Carvalho, de Pernambuco. E o governo continuou.
Juscelino não demorava a resolver. Nada. Sua grande motivação era o movimento seqUente, dinâmico, concreto. Era um homem absolutamente sereno, sempre cordial. Mas não atuava na defensiva. A qualquer pressão, respondia imediatamente. Não permitia que ela se acumulasse. Um exemplo de político, legou um exemplo de política.
Creio que a presidente Dilma deva se inspirar naquele estilo. Afinal, ela é quem é a dona da caneta. As decisões são suas. Não dos dirigentes partidários das legendas que a apóiam. Este não serve, aquele não serve, esse não representa um fator de equilíbrio. Qual o critério afinal? Critério final – isso sim – pertence à chefe de Estado, não a legendas em função do número de senadores e deputados que possuam. Se assim fosse, não haveria número suficiente de cargos para contentar a todos. Impossível. O poder tem limites. E estilos.
ANOS DE CHUMBO - Maria do Rosário enquadra FHC.
Maria do Rosário enquadra FHC sobre arquivos da ditadura.
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, questionou nesta quinta-feira se documentos oficiais sobre o período da ditadura militar poderiam ter sido destruídos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A ministra rebateu declarações do ex-presidente, para quem os arquivos da ditadura já não existem mais.
“A primeira coisa que pretendo fazer é uma pergunta, respeitosamente, ao ex-presidente Fernando Henrique. Li nos jornais esta semana que o ex-presidente disse que não existem arquivos. Preciso saber exatamente se houve alguma destruição no período dele, que ele tenha tomado conhecimento”, afirmou Maria do Rosário. Ela participou da cerimônia alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, realizada em Porto Alegre, com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
Na última terça (25), FHC disse ser a favor da abertura dos arquivos, mas que “não vão achar nada”. O ex-presidente afirmou que os militares teriam informado que não existem mais documentos. “Essa é a questão mais grave. Pode ser que descubram documentos. Mas, oficialmente, pode abrir à vontade que não vão achar nada”, afirmou FHC, que alegou ter assinado por engano o decreto que prolongou por 50 anos o sigilo sobre os arquivos.
Segundo Maria do Rosário, as declarações de FHC são relevantes. “Se ele como ex-presidente diz que não existem, é muito preocupante”, disse a ministra. Questionada pela reportagem do iG, ela negou estar cogitando a possibilidade de que os arquivos tenham sido destruídos. “Não cogito. Mas ao ouvir o ex-presidente, gostaria de saber porque ele fez um pronunciamento dizendo que não existem arquivos”, respondeu.
A ministra defendeu a quebra do sigilo sobre documentos da ditadura militar, “como forma de conciliação nacional”, e disse que não existem mais divisões internas no governo federal. “Não existem duas posições de governo. Os ministérios dos Direitos Humanos, da Defesa e da Justiça seguem a linha e a concepção da presidenta. Encerramos qualquer etapa de cisão. Vamos trabalhar juntos e encontrar soluções para os problemas nacionais”, completou.
Fonte: Último Segundo
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, questionou nesta quinta-feira se documentos oficiais sobre o período da ditadura militar poderiam ter sido destruídos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A ministra rebateu declarações do ex-presidente, para quem os arquivos da ditadura já não existem mais.
“A primeira coisa que pretendo fazer é uma pergunta, respeitosamente, ao ex-presidente Fernando Henrique. Li nos jornais esta semana que o ex-presidente disse que não existem arquivos. Preciso saber exatamente se houve alguma destruição no período dele, que ele tenha tomado conhecimento”, afirmou Maria do Rosário. Ela participou da cerimônia alusiva ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, realizada em Porto Alegre, com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
Na última terça (25), FHC disse ser a favor da abertura dos arquivos, mas que “não vão achar nada”. O ex-presidente afirmou que os militares teriam informado que não existem mais documentos. “Essa é a questão mais grave. Pode ser que descubram documentos. Mas, oficialmente, pode abrir à vontade que não vão achar nada”, afirmou FHC, que alegou ter assinado por engano o decreto que prolongou por 50 anos o sigilo sobre os arquivos.
Segundo Maria do Rosário, as declarações de FHC são relevantes. “Se ele como ex-presidente diz que não existem, é muito preocupante”, disse a ministra. Questionada pela reportagem do iG, ela negou estar cogitando a possibilidade de que os arquivos tenham sido destruídos. “Não cogito. Mas ao ouvir o ex-presidente, gostaria de saber porque ele fez um pronunciamento dizendo que não existem arquivos”, respondeu.
A ministra defendeu a quebra do sigilo sobre documentos da ditadura militar, “como forma de conciliação nacional”, e disse que não existem mais divisões internas no governo federal. “Não existem duas posições de governo. Os ministérios dos Direitos Humanos, da Defesa e da Justiça seguem a linha e a concepção da presidenta. Encerramos qualquer etapa de cisão. Vamos trabalhar juntos e encontrar soluções para os problemas nacionais”, completou.
Fonte: Último Segundo
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
TUNÍSIA - As manobras de Washington.
As manobras de Washington face à cólera do povo tunisino.
As grandes potências não gostam das perturbações políticas que escapam ao seu controle e contrariam seus planos. Os acontecimentos que desde há um mês fazem vibrar a Tunísia não escapam a esta regra, muito pelo contrário.
Por Thierry Meyssan [*]
É, portanto pelo menos surpreendente que a mídia internacional, seguidora indefectível do sistema de dominação mundial, se entusiasme subitamente pela "Revolução do jasmim" e multiplique os inquéritos e reportagens sobre a fortuna dos Ben Ali que até então ignorava, apesar do seu luxo ostentoso. É que os ocidentais correm após uma situação que escapou das suas mãos e que desejariam recuperar descrevendo-a de acordo com os seus desejos.
Antes de tudo, convém lembrar que o regime de Ben Ali era sustentado pelos Estados Unidos, Israel, França e Itália.
Considerado por Washington como um Estado de importância menor, a Tunísia era utilizada no plano securitário, mais do que no econômico. Em 1987, é organizado um golpe de Estado soft para depor o presidente Habib Bourguiba em proveito do seu ministro do Interior, Zine el-Abidine Ben Ali. Este é um agente da CIA formado na Senior Intelligence School de Fort Holabird. Segundo certos elementos recentes, a Itália e a Argélia teriam estado associadas a esta tomada de poder. [1]
Desde a sua chegada ao Palácio da República, ele estabelece uma Comissão militar conjunta com o Pentágono. Ela reúne-se anualmente, em Maio. Ben Ali, que desconfia do exército, mantém-no num papel marginal e sub-equipado, com a exceção do Grupo das Forças Especiais que treina com os militares dos EUA e participa no dispositivo "anti-terrorista" regional. Os portos de Bizerte, Sfax, Sousse e Túnis são abertos aos navios da NATO e, em 2004, a Tunísia insere-se no "Diálogo mediterrânico" da Aliança.
Washington, não esperando nada de especial deste país no plano econômico, deixa, portanto os Ben Ali porem a Tunísia ao seu serviço. Toda empresa que se desenvolva é solicitada a ceder 50% do seu capital e dos respectivos dividendos. Contudo, as coisas azedam em 2009 quando a família reinante, passando da gula à cupidez, entende submeter também os empresários estadunidenses à sua extorsão.
Pelo seu lado, o Departamento de Estado antecipa o inevitável desaparecimento do presidente. O ditador eliminou cuidadosamente os seus rivais e não dispõe de sucessor. Há, portanto que imaginar um sucessor se ele vier a morrer. Cerca de sessenta personalidades susceptíveis de desempenhar um papel político ulterior é recrutada. Cada uma delas recebe uma formação de três meses em Fort Bragg, depois um salário mensal [2] . O tempo passa...
Apesar de o presidente Ben Ali prosseguir a retórica anti-sionista em vigor no mundo muçulmano, a Tunísia oferece diversas facilidades à colônia judia da Palestina. Os israelenses de ascendência tunisina são autorizados a viajar e a comerciar no país. Ariel Sharon chega mesmo a ser convidado em Tunis.
A revolta
A imolação pelo fogo de um vendedor ambulante, Mohamed el-Bouzazi, em 17 de Dezembro de 2010, depois de a sua carroça e os seus produtos terem sido apreendidos pela polícia, dá o sinal para os primeiros tumultos. Os habitantes de Sidi Bouzid reconhecem-se neste drama pessoal e levantam-se. Os afrontamentos estendem-se a várias regiões, depois à capital. A central sindical UGTT e um coletivo de advogados manifestam-se, selando sem terem consciência a aliança entre classes populares e burguesia em torno de uma organização estruturada.
Em 28 de Dezembro o presidente Ben Ali tenta retomar o controle. Ele visita a cabeceira do jovem Mohamed el-Bouazizi e à noite dirige-se à nação. Mas o seu discurso na televisão exprime a sua cegueira. Denuncia os manifestantes como extremistas e agitadores pagos e anuncia uma repressão feroz. Longe de acalmar o jogo, a sua intervenção transforma a revolta popular em insurreição. O povo tunisino já não contesta simplesmente a injustiça social, mas sim o poder político.
Em Washington, constata-se que o "nosso agente Ben Ali" já não domina mais nada. No Conselho de Segurança Nacional, Jeffrey Feltman [3] e Colin Kahl [4] decidem considerar que chegou o momento de abandonar este ditador já gasto e organizar a sua sucessão antes que a insurreição se transforme e autêntica revolução, ou seja, em contestação do sistema.
Decidem mobilizar medias, na Tunísia e no mundo, para circunscrever a insurreição. A atenção dos tunisinos será focalizada sobre as questões sociais, a corrupção dos Ben Ali e a censura da imprensa. Tudo, desde que não se debatam as razões que levaram Washington a instalar o ditador, 23 anos antes, e a protegê-lo enquanto ele açambarcava a economia nacional.
A 30 de Dezembro, a cadeia privada Nessma TV desafia o regime difundindo reportagens sobre os tumultos e organizando um debate sobre a necessária transição democrática. A Nessma TV pertence ao grupo italo-tunisino de Tarak Ben Ammar e Silvio Berlusconi. A mensagem é perfeitamente compreendida pelos indecisos: o regime está rachado.
Simultaneamente, peritos estadunidenses (e também sérvios e alemães) são enviados à Tunísia para canalizar a insurreição. São eles que, surfando sobre as emoções coletivas, tentam impor slogans nas manifestações. Conforme as técnicas das pretensas "revoluções" coloridas, elaborada pela Albert Einstein Institution de Gene Sharp [5] , eles concentram a atenção sobre o ditador a fim de evitar todo debate sobre o futuro político do país. É a palavra de ordem "Ben Ali fora!" ("Ben Ali dégage!") [6] .
Mascarado com o pseudônimo Anonymous, o ciber-esquadrão da CIA — já utilizado contra o Zimbabwe e o Irão — invade sítios oficiais tunisinos e neles instala uma mensagem de ameaça em inglês
A insurreição
Os tunisinos continuam espontaneamente a desafiar o regime, a descer em massa às ruas e a incendiar comissariados de polícias e lojas pertencentes aos Ben Ali. Com coragem, alguns deles pagam o preço do sangue. Patético, o ditador ultrapassado crispa-se sem compreender.
Dia 13 de Janeiro ele ordena ao exército que atire sobre a multidão, mas o chefe do estado-maior do exército de terra recusa-se. O general Rachid Ammar, que foi contatado pelo comandante do Africom, o general William Ward, anuncia ele mesmo ao presidente que Washington lhe ordena fugir.
Em França, o governo Sarkozy não foi prevenido da decisão estadunidense e não analisou as diversas mudanças de casaco. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Michèle Alliot-Marie, propõe-se salvar o ditador despachando-lhe conselheiros em manutenção da ordem e material para que ele se mantenha no poder por procedimentos mais adequados [7] . É fretado um avião cargueiro na sexta-feira 14. Quando as formalidades de desalfandegamento são acabadas em Paris, já é demasiado tarde: Ben Ali não precisa mais de ajuda, ele já está em fuga.
Seus amigos de ontem, em Washington e Tel-Aviv, em Paris e Roma, recusam-lhe asilo. Ele acaba em Riad. Teria levado consigo 1,5 tonelada de ouro roubado ao Tesouro Público, o que é desmentido pelas autoridades ainda em vigor.
Os conselheiros em comunicação estratégica dos EUA tentam então apitar o fim de partida, enquanto o primeiro-ministro cessante compõe um governo de continuidade. É aqui que as agências de imprensa lançam a denominação "Jasmine Revolution" (em inglês por favor). Os tunisinos, asseguram elas, acabam de realizar a sua "revolução colorida". Um governo de união nacional é constituído. Tudo está bem quando acaba bem.
A expressão "Revolução Jasmim" deixa um gosto amargo nos tunisinos mais velhos: é aquela que a CIA já havia utilizado para comunicar quando do golpe de Estado de 1987 que coloca Ben Ali no poder.
A imprensa ocidental — doravante melhor controlada pelo Império do que a imprensa tunisina — descobre a fortuna mal adquirida dos Ben Ali que até então ela ignorava. Esquece-se o satisfecit concedido pelo diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, aos gestores do país alguns meses após os tumultos da fome [8] . E esquece-se o ultimo relatório de Transparency International, o qual afirmava que a Tunísia era menos corrompida que Estados da União Europeia como a Itália, a Romênia e a Grécia [9] .
Os milicianos do regime, que haviam espalhado o terror entre os civis durante os tumultos obrigando-os a organizarem-se em comitês de auto-defesa, desaparecem na noite.
Os tunisinos, considerados despolitizados e manipuláveis após anos de ditadura, revelam-se muito maduros. Eles constatam que o governo de Mohammed Ghannouchi é o "benalismo sem Ben Ali". Apesar de alguns retoques de fachada, os caciques do partido único (RCD) conservam os ministérios principais. Os sindicalistas da UGTT recusam-se a associar-se à manipulação estadunidense e demitem-se dos postos que lhes foram atribuídos.
Além dos membros inamovíveis do RCB, restam os dispositivos mediáticos e os agentes da CIA. Graças ao produtor Tarak Ben Amar (o patrão da Nessma TV), a realizadora Moufida Tlati torna-se ministra da Cultura. Menos espetacular e mais significativo, Ahmed Néjib Chebbi, um peão da National Endowment for Democracy, torna-se ministro do Desenvolvimento Regional. Ou ainda, o obscuro Slim Amanou, um bloguista moldado pelos métodos do Allbert Einstein Institute, torna-se secretário de Estado da Juventude e do Desporto em nome do fantasmático Partido pirata ligado ao auto-proclamado grupo Anonymous.
A Embaixada dos Estados Unidos, naturalmente, não solicitou ao Partido Comunista que fizesse parte deste chamado "governo de união nacional". Ao contrário, prepara-se o retorno de Londres, onde havia obtido asilo político, do líder histórico do Partido da Renascença (Ennahda), Rached Ghannouchi. Islamita ex-salafista, ele prega a compatibilidade do islão e da democracia e prepara desde há muito uma aproximação como o Partido Democrata Progressista do seu amigo Ahmed Néjib Chebbi, um social-democrata ex-marxista. No caso de um fracasso do "governo de união nacional", este também pró-EUA poderia fornecer uma ilusão de mudança.
Mais uma vez, os tunisinos levantam-se, ampliando por si mesmos a palavra de ordem que se lhes havia soprado: "RCD fora!". Nas comunas e nas empresas, caçam os colaboradores do regime caído.
Rumo à Revolução?
Ao contrário do que foi dito pela imprensa ocidental, a insurreição ainda não está terminada e a Revolução ainda não começou. É forçoso constatar que Washington nada encaminhou, exceto jornalistas ocidentais. Hoje, mais ainda do que no fim de Dezembro, a situação está fora de controle.
________________________________________
[1] Declarações do almirante Fulvio Martini, então chefe dos serviços secretos italianos (SISMI).
[2] Testemunho direto recolhido pelo autor.
[3] Assistente da secretária de Estado para Assuntos do Próximo Oriente.
[4] Assistente adjunto do secretário da Defesa para o Próximo Oriente.
[5] "L'Albert Einstein Institution: la non-violence version CIA" , por Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 4 junho 2007.
[6] "La technique du coup d'État coloré" , por John Laughland, Réseau Voltaire, 4 Jan 2010.
7] "Proposition française de soutenir la répression en Tunisie" , par Michelle Alliot-Marie, Réseau Voltaire, 12 Jan 2011.
[8] Vídeo .
[9] "Corruption perception index 2010" , Transparency International.
[*] Analista político francês, presidente-fundador do Réseau Voltaire da conferência Axis for Peace . Publica toda semana crônicas de política estrangeira na imprensa árabe e russa. Última obra publicada: L'Effroyable imposture 2 , éd. JP Bertand (2007). Artigo extraído de resistir.info, a versão original encontra-se em http://www.voltairenet.org/article168223.html
As grandes potências não gostam das perturbações políticas que escapam ao seu controle e contrariam seus planos. Os acontecimentos que desde há um mês fazem vibrar a Tunísia não escapam a esta regra, muito pelo contrário.
Por Thierry Meyssan [*]
É, portanto pelo menos surpreendente que a mídia internacional, seguidora indefectível do sistema de dominação mundial, se entusiasme subitamente pela "Revolução do jasmim" e multiplique os inquéritos e reportagens sobre a fortuna dos Ben Ali que até então ignorava, apesar do seu luxo ostentoso. É que os ocidentais correm após uma situação que escapou das suas mãos e que desejariam recuperar descrevendo-a de acordo com os seus desejos.
Antes de tudo, convém lembrar que o regime de Ben Ali era sustentado pelos Estados Unidos, Israel, França e Itália.
Considerado por Washington como um Estado de importância menor, a Tunísia era utilizada no plano securitário, mais do que no econômico. Em 1987, é organizado um golpe de Estado soft para depor o presidente Habib Bourguiba em proveito do seu ministro do Interior, Zine el-Abidine Ben Ali. Este é um agente da CIA formado na Senior Intelligence School de Fort Holabird. Segundo certos elementos recentes, a Itália e a Argélia teriam estado associadas a esta tomada de poder. [1]
Desde a sua chegada ao Palácio da República, ele estabelece uma Comissão militar conjunta com o Pentágono. Ela reúne-se anualmente, em Maio. Ben Ali, que desconfia do exército, mantém-no num papel marginal e sub-equipado, com a exceção do Grupo das Forças Especiais que treina com os militares dos EUA e participa no dispositivo "anti-terrorista" regional. Os portos de Bizerte, Sfax, Sousse e Túnis são abertos aos navios da NATO e, em 2004, a Tunísia insere-se no "Diálogo mediterrânico" da Aliança.
Washington, não esperando nada de especial deste país no plano econômico, deixa, portanto os Ben Ali porem a Tunísia ao seu serviço. Toda empresa que se desenvolva é solicitada a ceder 50% do seu capital e dos respectivos dividendos. Contudo, as coisas azedam em 2009 quando a família reinante, passando da gula à cupidez, entende submeter também os empresários estadunidenses à sua extorsão.
Pelo seu lado, o Departamento de Estado antecipa o inevitável desaparecimento do presidente. O ditador eliminou cuidadosamente os seus rivais e não dispõe de sucessor. Há, portanto que imaginar um sucessor se ele vier a morrer. Cerca de sessenta personalidades susceptíveis de desempenhar um papel político ulterior é recrutada. Cada uma delas recebe uma formação de três meses em Fort Bragg, depois um salário mensal [2] . O tempo passa...
Apesar de o presidente Ben Ali prosseguir a retórica anti-sionista em vigor no mundo muçulmano, a Tunísia oferece diversas facilidades à colônia judia da Palestina. Os israelenses de ascendência tunisina são autorizados a viajar e a comerciar no país. Ariel Sharon chega mesmo a ser convidado em Tunis.
A revolta
A imolação pelo fogo de um vendedor ambulante, Mohamed el-Bouzazi, em 17 de Dezembro de 2010, depois de a sua carroça e os seus produtos terem sido apreendidos pela polícia, dá o sinal para os primeiros tumultos. Os habitantes de Sidi Bouzid reconhecem-se neste drama pessoal e levantam-se. Os afrontamentos estendem-se a várias regiões, depois à capital. A central sindical UGTT e um coletivo de advogados manifestam-se, selando sem terem consciência a aliança entre classes populares e burguesia em torno de uma organização estruturada.
Em 28 de Dezembro o presidente Ben Ali tenta retomar o controle. Ele visita a cabeceira do jovem Mohamed el-Bouazizi e à noite dirige-se à nação. Mas o seu discurso na televisão exprime a sua cegueira. Denuncia os manifestantes como extremistas e agitadores pagos e anuncia uma repressão feroz. Longe de acalmar o jogo, a sua intervenção transforma a revolta popular em insurreição. O povo tunisino já não contesta simplesmente a injustiça social, mas sim o poder político.
Em Washington, constata-se que o "nosso agente Ben Ali" já não domina mais nada. No Conselho de Segurança Nacional, Jeffrey Feltman [3] e Colin Kahl [4] decidem considerar que chegou o momento de abandonar este ditador já gasto e organizar a sua sucessão antes que a insurreição se transforme e autêntica revolução, ou seja, em contestação do sistema.
Decidem mobilizar medias, na Tunísia e no mundo, para circunscrever a insurreição. A atenção dos tunisinos será focalizada sobre as questões sociais, a corrupção dos Ben Ali e a censura da imprensa. Tudo, desde que não se debatam as razões que levaram Washington a instalar o ditador, 23 anos antes, e a protegê-lo enquanto ele açambarcava a economia nacional.
A 30 de Dezembro, a cadeia privada Nessma TV desafia o regime difundindo reportagens sobre os tumultos e organizando um debate sobre a necessária transição democrática. A Nessma TV pertence ao grupo italo-tunisino de Tarak Ben Ammar e Silvio Berlusconi. A mensagem é perfeitamente compreendida pelos indecisos: o regime está rachado.
Simultaneamente, peritos estadunidenses (e também sérvios e alemães) são enviados à Tunísia para canalizar a insurreição. São eles que, surfando sobre as emoções coletivas, tentam impor slogans nas manifestações. Conforme as técnicas das pretensas "revoluções" coloridas, elaborada pela Albert Einstein Institution de Gene Sharp [5] , eles concentram a atenção sobre o ditador a fim de evitar todo debate sobre o futuro político do país. É a palavra de ordem "Ben Ali fora!" ("Ben Ali dégage!") [6] .
Mascarado com o pseudônimo Anonymous, o ciber-esquadrão da CIA — já utilizado contra o Zimbabwe e o Irão — invade sítios oficiais tunisinos e neles instala uma mensagem de ameaça em inglês
A insurreição
Os tunisinos continuam espontaneamente a desafiar o regime, a descer em massa às ruas e a incendiar comissariados de polícias e lojas pertencentes aos Ben Ali. Com coragem, alguns deles pagam o preço do sangue. Patético, o ditador ultrapassado crispa-se sem compreender.
Dia 13 de Janeiro ele ordena ao exército que atire sobre a multidão, mas o chefe do estado-maior do exército de terra recusa-se. O general Rachid Ammar, que foi contatado pelo comandante do Africom, o general William Ward, anuncia ele mesmo ao presidente que Washington lhe ordena fugir.
Em França, o governo Sarkozy não foi prevenido da decisão estadunidense e não analisou as diversas mudanças de casaco. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Michèle Alliot-Marie, propõe-se salvar o ditador despachando-lhe conselheiros em manutenção da ordem e material para que ele se mantenha no poder por procedimentos mais adequados [7] . É fretado um avião cargueiro na sexta-feira 14. Quando as formalidades de desalfandegamento são acabadas em Paris, já é demasiado tarde: Ben Ali não precisa mais de ajuda, ele já está em fuga.
Seus amigos de ontem, em Washington e Tel-Aviv, em Paris e Roma, recusam-lhe asilo. Ele acaba em Riad. Teria levado consigo 1,5 tonelada de ouro roubado ao Tesouro Público, o que é desmentido pelas autoridades ainda em vigor.
Os conselheiros em comunicação estratégica dos EUA tentam então apitar o fim de partida, enquanto o primeiro-ministro cessante compõe um governo de continuidade. É aqui que as agências de imprensa lançam a denominação "Jasmine Revolution" (em inglês por favor). Os tunisinos, asseguram elas, acabam de realizar a sua "revolução colorida". Um governo de união nacional é constituído. Tudo está bem quando acaba bem.
A expressão "Revolução Jasmim" deixa um gosto amargo nos tunisinos mais velhos: é aquela que a CIA já havia utilizado para comunicar quando do golpe de Estado de 1987 que coloca Ben Ali no poder.
A imprensa ocidental — doravante melhor controlada pelo Império do que a imprensa tunisina — descobre a fortuna mal adquirida dos Ben Ali que até então ela ignorava. Esquece-se o satisfecit concedido pelo diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, aos gestores do país alguns meses após os tumultos da fome [8] . E esquece-se o ultimo relatório de Transparency International, o qual afirmava que a Tunísia era menos corrompida que Estados da União Europeia como a Itália, a Romênia e a Grécia [9] .
Os milicianos do regime, que haviam espalhado o terror entre os civis durante os tumultos obrigando-os a organizarem-se em comitês de auto-defesa, desaparecem na noite.
Os tunisinos, considerados despolitizados e manipuláveis após anos de ditadura, revelam-se muito maduros. Eles constatam que o governo de Mohammed Ghannouchi é o "benalismo sem Ben Ali". Apesar de alguns retoques de fachada, os caciques do partido único (RCD) conservam os ministérios principais. Os sindicalistas da UGTT recusam-se a associar-se à manipulação estadunidense e demitem-se dos postos que lhes foram atribuídos.
Além dos membros inamovíveis do RCB, restam os dispositivos mediáticos e os agentes da CIA. Graças ao produtor Tarak Ben Amar (o patrão da Nessma TV), a realizadora Moufida Tlati torna-se ministra da Cultura. Menos espetacular e mais significativo, Ahmed Néjib Chebbi, um peão da National Endowment for Democracy, torna-se ministro do Desenvolvimento Regional. Ou ainda, o obscuro Slim Amanou, um bloguista moldado pelos métodos do Allbert Einstein Institute, torna-se secretário de Estado da Juventude e do Desporto em nome do fantasmático Partido pirata ligado ao auto-proclamado grupo Anonymous.
A Embaixada dos Estados Unidos, naturalmente, não solicitou ao Partido Comunista que fizesse parte deste chamado "governo de união nacional". Ao contrário, prepara-se o retorno de Londres, onde havia obtido asilo político, do líder histórico do Partido da Renascença (Ennahda), Rached Ghannouchi. Islamita ex-salafista, ele prega a compatibilidade do islão e da democracia e prepara desde há muito uma aproximação como o Partido Democrata Progressista do seu amigo Ahmed Néjib Chebbi, um social-democrata ex-marxista. No caso de um fracasso do "governo de união nacional", este também pró-EUA poderia fornecer uma ilusão de mudança.
Mais uma vez, os tunisinos levantam-se, ampliando por si mesmos a palavra de ordem que se lhes havia soprado: "RCD fora!". Nas comunas e nas empresas, caçam os colaboradores do regime caído.
Rumo à Revolução?
Ao contrário do que foi dito pela imprensa ocidental, a insurreição ainda não está terminada e a Revolução ainda não começou. É forçoso constatar que Washington nada encaminhou, exceto jornalistas ocidentais. Hoje, mais ainda do que no fim de Dezembro, a situação está fora de controle.
________________________________________
[1] Declarações do almirante Fulvio Martini, então chefe dos serviços secretos italianos (SISMI).
[2] Testemunho direto recolhido pelo autor.
[3] Assistente da secretária de Estado para Assuntos do Próximo Oriente.
[4] Assistente adjunto do secretário da Defesa para o Próximo Oriente.
[5] "L'Albert Einstein Institution: la non-violence version CIA" , por Thierry Meyssan, Réseau Voltaire, 4 junho 2007.
[6] "La technique du coup d'État coloré" , por John Laughland, Réseau Voltaire, 4 Jan 2010.
7] "Proposition française de soutenir la répression en Tunisie" , par Michelle Alliot-Marie, Réseau Voltaire, 12 Jan 2011.
[8] Vídeo .
[9] "Corruption perception index 2010" , Transparency International.
[*] Analista político francês, presidente-fundador do Réseau Voltaire da conferência Axis for Peace . Publica toda semana crônicas de política estrangeira na imprensa árabe e russa. Última obra publicada: L'Effroyable imposture 2 , éd. JP Bertand (2007). Artigo extraído de resistir.info, a versão original encontra-se em http://www.voltairenet.org/article168223.html
POLÌTICA - "Massas estão zangadas", diz secretário da Liga Árabe.
"As massas árabes estão frustradas e zangadas, em toda parte".
A frase, dita por algum analista ocidental, soaria trivial, ante o que aconteceu na Tunísia, na Argélia e está acontecendo agora no Egito.
A reportagem é de Clóvis Rossi e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 27-01-2011.
Mas, saída da boca de Amr Moussa, ganha profundo significado. Ele é o secretário-geral da Liga Árabe, o conglomerado de todos os países cujas massas estão "frustradas e zangadas".
Antes, foi chanceler precisamente do Egito, a aparente bola da vez na crise, durante dez anos, até 2001, quando assumiu o cargo atual.
São, portanto, 20 anos no coração do establishment árabe, posição da qual se espera contemporização e não uma avaliação tão contundente, feita para a Folha, em conversa ontem mantida nos corredores do Centro de Congressos de Davos.
Moussa lista os motivos da frustração e da zanga: "políticos, econômicos e sociais".
Não entra em detalhes, mas é óbvio que está estendendo ao conjunto do mundo árabe os motivos que levaram à derrubada do ditador da Tunísia: regimes autoritários, imensa desigualdade social e falta de oportunidades, especialmente para os jovens, mesmo aqueles com diploma universitário.
O que é necessário fazer? "A palavra é reformas, em todos os países". A Folha quer saber se ele inclui a Arábia Saudita na lista de países que carecem de reformas, justamente o reino que parece mais estável.
"Repito: as massas árabes estão frustradas e zangadas, em toda parte", responde o secretário-geral da Liga Árabe, pondo a ênfase em "toda parte".
Junta-se à conversa um representante do banco suíço UBS, o que faz Moussa acentuar a cautela natural de um funcionário internacional ao falar da situação interna dos países-membros da sua organização.
Exemplo: quando a Folha quis saber se os governantes árabes estavam conscientes de que precisam fazer as reformas que ele defende, Moussa dá uma resposta evasiva: "Pelo menos no Egito [anteontem] não houve a violência que vimos em outros países".
Emenda: "É a típica situação de copo meio cheio, meio vazio".
"Mais cheio ou mais vazio?", insiste a Folha. "Boa pergunta", responde apenas.
Fonte: IHU
A frase, dita por algum analista ocidental, soaria trivial, ante o que aconteceu na Tunísia, na Argélia e está acontecendo agora no Egito.
A reportagem é de Clóvis Rossi e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 27-01-2011.
Mas, saída da boca de Amr Moussa, ganha profundo significado. Ele é o secretário-geral da Liga Árabe, o conglomerado de todos os países cujas massas estão "frustradas e zangadas".
Antes, foi chanceler precisamente do Egito, a aparente bola da vez na crise, durante dez anos, até 2001, quando assumiu o cargo atual.
São, portanto, 20 anos no coração do establishment árabe, posição da qual se espera contemporização e não uma avaliação tão contundente, feita para a Folha, em conversa ontem mantida nos corredores do Centro de Congressos de Davos.
Moussa lista os motivos da frustração e da zanga: "políticos, econômicos e sociais".
Não entra em detalhes, mas é óbvio que está estendendo ao conjunto do mundo árabe os motivos que levaram à derrubada do ditador da Tunísia: regimes autoritários, imensa desigualdade social e falta de oportunidades, especialmente para os jovens, mesmo aqueles com diploma universitário.
O que é necessário fazer? "A palavra é reformas, em todos os países". A Folha quer saber se ele inclui a Arábia Saudita na lista de países que carecem de reformas, justamente o reino que parece mais estável.
"Repito: as massas árabes estão frustradas e zangadas, em toda parte", responde o secretário-geral da Liga Árabe, pondo a ênfase em "toda parte".
Junta-se à conversa um representante do banco suíço UBS, o que faz Moussa acentuar a cautela natural de um funcionário internacional ao falar da situação interna dos países-membros da sua organização.
Exemplo: quando a Folha quis saber se os governantes árabes estavam conscientes de que precisam fazer as reformas que ele defende, Moussa dá uma resposta evasiva: "Pelo menos no Egito [anteontem] não houve a violência que vimos em outros países".
Emenda: "É a típica situação de copo meio cheio, meio vazio".
"Mais cheio ou mais vazio?", insiste a Folha. "Boa pergunta", responde apenas.
Fonte: IHU
EGITO - Jovens encabeçam a revolta.
Jovens egípcios encabeçam a revolta, deixando líderes para trás.
Milhares de egípcios desafiaram na quarta-feira a proibição expressa do governo, que havia advertido que não permitiria protestos, e voltaram a se lançar às ruas para pedir o fim do regime de Hosni Mubarak. A rede social Facebook foi novamente a ferramenta que os jovens do país empregaram para se mobilizar em várias localidades. Apenas algumas horas depois de protagonizar as maiores manifestações dos últimos 30 anos, a mensagem corria de terminal em terminal: "Filhos do Egito, tomem as ruas".
A reportagem é de Nuria Tesón, publicada pelo jornal El País e reproduzida pelo Portal Uol, 27-01-2011.
Desse modo, o grupo de oposição Jovens de 6 de Abril, um dos organizadores, animava a não perder o espírito que havia inflamado durante a jornada anterior, que denominaram "dia da ira". E assim também a juventude egípcia voltava a se situar na vanguarda da revolta, deixando para trás seus líderes políticos. O grande ausente da jornada de terça-feira foi Mohamed El Baradei.
O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica defendeu desde seu regresso ao Egito, há um ano, uma corrente de oposição denominada Assembleia Nacional para a Mudança. Esse grupo, um dos promotores das manifestações de terça-feira, confirmou que o diplomata não só não participou dos protestos, os quais havia animado timidamente em seu Twitter, como nem sequer está no Egito.
Enquanto com o avanço do dia começavam a surgir pequenas explosões de protesto em diferentes partes do país, a tentativa do governo de desautorizar a revolta, argumentando que os islâmicos Irmãos Muçulmanos a estavam comandando, caía por seu próprio peso. Assim como os demais dirigentes políticos, esses ficaram em segundo plano diante da força dos egípcios comuns que seguem os jovens que defendem a mudança.
Uma mudança política e carente de lemas de tom islâmico, como pretendia contaminar o regime. "Abaixo Hosni Mubarak. Abaixo Gamal Mubarak", "Povo egípcio, levanta a voz, tem o direito de falar", "Ontem éramos todos tunisianos, hoje somos todos egípcios, amanhã seremos todos livres" - foram alguns dos lemas lançados diante dos sindicatos de advogados e dos jornalistas, nas imediações dos tribunais egípcios. Mais de 500 mil pessoas protagonizaram ali confrontos com a polícia.
Alguns manifestantes lançaram pedras contra a polícia antidistúrbios do telhado de um edifício para romper o cerco que afogava os que se encontravam embaixo cortando a central rua de Ramsés. A reação policial foi contundente e a chegada de reforços levou os manifestantes a dirigir-se por ruas laterais para a praça de Tahrir, perseguidos por policiais que disparavam balas de borracha e gás lacrimogêneo. A central praça da Libertação é o símbolo a conquistar desta revolta e durante todo o dia os cidadãos haviam tentado alcançá-la sem êxito.
Houve mais de 500 detenções, que se somam às mais de 200 registradas pela Rede Árabe para a Informação de Direitos Humanos (ANHRI) na última terça-feira. Entre elas está a de um cidadão egípcio, Mark Gamal, casado com uma espanhola que se encontra em paradeiro desconhecido. A ANHRI confirmou que tem mais de 200 nomes de detidos, mas considera que o número poderia chegar a 400. Seu diretor, o advogado Gamal Eid, explicou que a maioria foi detida durante a noite nos confrontos que ocorreram na citada praça e em perseguições por todo o centro do Cairo.
"Muitos deles foram golpeados e torturados. Alguns feridos foram sequestrados dos hospitais e levados para dois campos de detenção fora da cidade", explica Eid. A polícia egípcia é famosa pela tortura sistemática em delegacias e centros de detenção, fato que foi denunciado por organizações internacionais de direitos humanos. "Fizemos saber ao promotor geral que todas as detenções são ilegais, porque se realizaram em uma manifestação legal, e vão contra os direitos fundamentais. Isso é um crime", concluiu o advogado.
Ao anoitecer, milhares de pessoas enfrentaram a polícia, que não hesitou em dispersá-las com gás lacrimogêneo. "Por que está me batendo? Também estou lutando por seus direitos", recriminou um jovem ao policial que empunhava à sua frente um cassetete de quase um metro. O desconcerto durou apenas o que demorou para dar o próximo golpe.
Fonte: IHU
Milhares de egípcios desafiaram na quarta-feira a proibição expressa do governo, que havia advertido que não permitiria protestos, e voltaram a se lançar às ruas para pedir o fim do regime de Hosni Mubarak. A rede social Facebook foi novamente a ferramenta que os jovens do país empregaram para se mobilizar em várias localidades. Apenas algumas horas depois de protagonizar as maiores manifestações dos últimos 30 anos, a mensagem corria de terminal em terminal: "Filhos do Egito, tomem as ruas".
A reportagem é de Nuria Tesón, publicada pelo jornal El País e reproduzida pelo Portal Uol, 27-01-2011.
Desse modo, o grupo de oposição Jovens de 6 de Abril, um dos organizadores, animava a não perder o espírito que havia inflamado durante a jornada anterior, que denominaram "dia da ira". E assim também a juventude egípcia voltava a se situar na vanguarda da revolta, deixando para trás seus líderes políticos. O grande ausente da jornada de terça-feira foi Mohamed El Baradei.
O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica defendeu desde seu regresso ao Egito, há um ano, uma corrente de oposição denominada Assembleia Nacional para a Mudança. Esse grupo, um dos promotores das manifestações de terça-feira, confirmou que o diplomata não só não participou dos protestos, os quais havia animado timidamente em seu Twitter, como nem sequer está no Egito.
Enquanto com o avanço do dia começavam a surgir pequenas explosões de protesto em diferentes partes do país, a tentativa do governo de desautorizar a revolta, argumentando que os islâmicos Irmãos Muçulmanos a estavam comandando, caía por seu próprio peso. Assim como os demais dirigentes políticos, esses ficaram em segundo plano diante da força dos egípcios comuns que seguem os jovens que defendem a mudança.
Uma mudança política e carente de lemas de tom islâmico, como pretendia contaminar o regime. "Abaixo Hosni Mubarak. Abaixo Gamal Mubarak", "Povo egípcio, levanta a voz, tem o direito de falar", "Ontem éramos todos tunisianos, hoje somos todos egípcios, amanhã seremos todos livres" - foram alguns dos lemas lançados diante dos sindicatos de advogados e dos jornalistas, nas imediações dos tribunais egípcios. Mais de 500 mil pessoas protagonizaram ali confrontos com a polícia.
Alguns manifestantes lançaram pedras contra a polícia antidistúrbios do telhado de um edifício para romper o cerco que afogava os que se encontravam embaixo cortando a central rua de Ramsés. A reação policial foi contundente e a chegada de reforços levou os manifestantes a dirigir-se por ruas laterais para a praça de Tahrir, perseguidos por policiais que disparavam balas de borracha e gás lacrimogêneo. A central praça da Libertação é o símbolo a conquistar desta revolta e durante todo o dia os cidadãos haviam tentado alcançá-la sem êxito.
Houve mais de 500 detenções, que se somam às mais de 200 registradas pela Rede Árabe para a Informação de Direitos Humanos (ANHRI) na última terça-feira. Entre elas está a de um cidadão egípcio, Mark Gamal, casado com uma espanhola que se encontra em paradeiro desconhecido. A ANHRI confirmou que tem mais de 200 nomes de detidos, mas considera que o número poderia chegar a 400. Seu diretor, o advogado Gamal Eid, explicou que a maioria foi detida durante a noite nos confrontos que ocorreram na citada praça e em perseguições por todo o centro do Cairo.
"Muitos deles foram golpeados e torturados. Alguns feridos foram sequestrados dos hospitais e levados para dois campos de detenção fora da cidade", explica Eid. A polícia egípcia é famosa pela tortura sistemática em delegacias e centros de detenção, fato que foi denunciado por organizações internacionais de direitos humanos. "Fizemos saber ao promotor geral que todas as detenções são ilegais, porque se realizaram em uma manifestação legal, e vão contra os direitos fundamentais. Isso é um crime", concluiu o advogado.
Ao anoitecer, milhares de pessoas enfrentaram a polícia, que não hesitou em dispersá-las com gás lacrimogêneo. "Por que está me batendo? Também estou lutando por seus direitos", recriminou um jovem ao policial que empunhava à sua frente um cassetete de quase um metro. O desconcerto durou apenas o que demorou para dar o próximo golpe.
Fonte: IHU
ANOS DE CHUMBO - Dilma e as mães da Praça de Maio.
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Dilma confirma encontro com as Mães da Praça de Maio na Argentina.
Em sua visita à Argentina, a presidente Dilma Rousseff se reúne, na segunda-feira (31), com o grupo de mulheres chamado de as Mães (e Avós) da Praça de Maio.
O encontro foi confirmado pelo assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
As mães e avós argentinas se tornaram famosas pela luta em favor da punição dos envolvidos na ditadura (1976 a 1983) e na busca por filhos e netos desaparecidos no período.
Garcia disse que o encontro foi agendado a pedido de Dilma. "[A presidente] tem uma grande sensibilidade para questões relativas aos direitos humanos", afirmou o assessor. “[Essa iniciativa da presidente] valoriza muito essa luta emblemática que essas senhoras têm na história política recente da Argentina", disse ele.
Garcia afirmou que, por falta de tempo, Dilma não poderá visitar o Museu da Memória Aberta, construído na área onde funcionou a Escola de Mecânica Armada da Marinha (ESMA) — um dos principais centros de tortura da Argentina.
Agenda
Em sua primeira viagem ao exterior, Dilma será acompanhada pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Nelson Jobim, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
A presidente chega a Buenos Aires, no domingo (30), por volta das 18h30. Na segunda-feira, Dilma cumprirá intensa agenda de compromissos.
Pela manhã, ela se reúne com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner e em seguida com ministros argentinos. Acordos em várias áreas deverão firmados durante a viagem.
Fonte: Agência Telam
Dilma confirma encontro com as Mães da Praça de Maio na Argentina.
Em sua visita à Argentina, a presidente Dilma Rousseff se reúne, na segunda-feira (31), com o grupo de mulheres chamado de as Mães (e Avós) da Praça de Maio.
O encontro foi confirmado pelo assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
As mães e avós argentinas se tornaram famosas pela luta em favor da punição dos envolvidos na ditadura (1976 a 1983) e na busca por filhos e netos desaparecidos no período.
Garcia disse que o encontro foi agendado a pedido de Dilma. "[A presidente] tem uma grande sensibilidade para questões relativas aos direitos humanos", afirmou o assessor. “[Essa iniciativa da presidente] valoriza muito essa luta emblemática que essas senhoras têm na história política recente da Argentina", disse ele.
Garcia afirmou que, por falta de tempo, Dilma não poderá visitar o Museu da Memória Aberta, construído na área onde funcionou a Escola de Mecânica Armada da Marinha (ESMA) — um dos principais centros de tortura da Argentina.
Agenda
Em sua primeira viagem ao exterior, Dilma será acompanhada pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Nelson Jobim, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
A presidente chega a Buenos Aires, no domingo (30), por volta das 18h30. Na segunda-feira, Dilma cumprirá intensa agenda de compromissos.
Pela manhã, ela se reúne com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner e em seguida com ministros argentinos. Acordos em várias áreas deverão firmados durante a viagem.
Fonte: Agência Telam
POLÍTICA - Mensalão tucano.
Mensalão tucano: testemunha complica a vida de Azeredo.
O ex-presidente da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) e ex-prefeito de Belo Horizonte, Ruy José Vianna Lage, confirmou nesta quarta-feira (26) o desvio de dinheiro da estatal para o financiamento da campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB).
Lage é uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público no processo do mensalão tucano que seriam ouvidas ontem, na primeira audiência de instrução. Entretanto, os depoimentos foram adiados e remarcados para o dia 24 de fevereiro.
Ruy Lage assumiu que quando era presidente da Copasa recebeu ordem de repassar R$ 1,5 milhão para a agência SMPB, dos empresários Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano de Melo Paz e Ramon Hollerbach Cardoso.
“Eu sabia que era ilegal, porque a ASA (agência de propaganda) era licitada para fazer a propaganda da Copasa. Me neguei e pedi uma ordem por escrito. Recebi essa ordem do secretário de Comunicação e autorizei o repasse. Mas nunca foi feita nem uma camisa para divulgar a Copasa', afirmou ao Estado de S. Paulo.
O processo sobre o mensalão tucano investiga o esquema de desvio de recursos públicos na campanha à reeleição, em 1998, do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB). Ele é acusado por peculato e lavagem de dinheiro.
Adiamento
O motivo da remarcação de uma nova data para a audiência aconteceu porque apenas quatro, dos dez réus, compareceram à audiência. Os advogados dos acusados pediram que a audiência de testemunhas tivesse a presença de todos os réus.
Os presentes eram o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza; o ex-secretário de Administração do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), Cláudio Mourão; o ex-diretor da Comig (Companhia Mineradora) - atual Codemig -, Lauro Wilson de Lima Filho, e o ex-diretor da Copasa (Companhia de Saneamento), Fernando Moreira Soares.
A Justiça não conseguiu localizar o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia; os ex-sócios de Valério nas agências DNA e SMPB, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Melo Paz; o ex-secretário de Comunicação do governo Azeredo, Eduardo Guedes; o ex-diretor da Comig Renato Caporali Cordeiro, e o ex-presidente do Bemge, José Afonso Bicalho.
Além deles, Clésio Andrade também era réu no caso, mas a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, desmembrou o processo, já que ele se tornou senador pelo PR-MG após a morte de Eliseu Rezende (DEM-MG). O cargo lhe garante o direito de ser julgado apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), assim como Azeredo, hoje senador e deputado eleito pelo PSDB mineiro.
O ex-presidente da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) e ex-prefeito de Belo Horizonte, Ruy José Vianna Lage, confirmou nesta quarta-feira (26) o desvio de dinheiro da estatal para o financiamento da campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB).
Lage é uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público no processo do mensalão tucano que seriam ouvidas ontem, na primeira audiência de instrução. Entretanto, os depoimentos foram adiados e remarcados para o dia 24 de fevereiro.
Ruy Lage assumiu que quando era presidente da Copasa recebeu ordem de repassar R$ 1,5 milhão para a agência SMPB, dos empresários Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano de Melo Paz e Ramon Hollerbach Cardoso.
“Eu sabia que era ilegal, porque a ASA (agência de propaganda) era licitada para fazer a propaganda da Copasa. Me neguei e pedi uma ordem por escrito. Recebi essa ordem do secretário de Comunicação e autorizei o repasse. Mas nunca foi feita nem uma camisa para divulgar a Copasa', afirmou ao Estado de S. Paulo.
O processo sobre o mensalão tucano investiga o esquema de desvio de recursos públicos na campanha à reeleição, em 1998, do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB). Ele é acusado por peculato e lavagem de dinheiro.
Adiamento
O motivo da remarcação de uma nova data para a audiência aconteceu porque apenas quatro, dos dez réus, compareceram à audiência. Os advogados dos acusados pediram que a audiência de testemunhas tivesse a presença de todos os réus.
Os presentes eram o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza; o ex-secretário de Administração do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), Cláudio Mourão; o ex-diretor da Comig (Companhia Mineradora) - atual Codemig -, Lauro Wilson de Lima Filho, e o ex-diretor da Copasa (Companhia de Saneamento), Fernando Moreira Soares.
A Justiça não conseguiu localizar o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia; os ex-sócios de Valério nas agências DNA e SMPB, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Melo Paz; o ex-secretário de Comunicação do governo Azeredo, Eduardo Guedes; o ex-diretor da Comig Renato Caporali Cordeiro, e o ex-presidente do Bemge, José Afonso Bicalho.
Além deles, Clésio Andrade também era réu no caso, mas a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, desmembrou o processo, já que ele se tornou senador pelo PR-MG após a morte de Eliseu Rezende (DEM-MG). O cargo lhe garante o direito de ser julgado apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), assim como Azeredo, hoje senador e deputado eleito pelo PSDB mineiro.
CUBA - O contexto da crise de Cuba.
China, Brasil e alguns Estados da União Européia se converteram em contrapesos aos estadunidenses de linha dura. Com um espaço de manobra, os cubanos podem evitar as piores consequências da obsoleta doutrina de choque que Washington mantém durante 50 anos.
Por Saul Landau e Nelson P. Valdés
]
No dia 18 de dezembro de 2010, o presidente cubano Raúl Castro advertiu os cidadãos cubanos de que a nação enfrentava uma crise. As condições desastrosas da economia de Cuba já não permitiam que o Estado tivesse espaço de manobra para sair do perigoso “precipício” de ineficiência, baixa produtividade e corrupção. Sem reformas, Cuba entraria em colapso, e junto com ela o esforço de todas as gerações que buscaram uma Cuba livre, desde a primeira revolta aborígene contra o domínio colonial espanhol.
Os cubanos compreendem que desde a Revolução de 1959, com todos os seus erros, protegeu-se a independência da nação – a soberania nacional. Desde 1492 (desembarque de Colombo) até dezembro de 1958, as potências estrangeiras decidiram o destino dos cubanos.
Em princípios do século XIX emergiu um tipo “cubano”, não um espanhol em uma ilha distante ou um escravo africano, mas sim um híbrido produto de três séculos de colonialismo, que buscou a autodeterminação tal qual a população colonial estadunidense em 1776.
Quando Batista e seus generais fugiram, fracassou a materialização de um golpe de Estado apoiado pelos EUA, apesar de todas as conspirações encabeçadas pelo governo estadunidense. Os rebeldes então estabeleceram a moderna nação cubana, a qual rapidamente se converteu em um desafio real e até então quase inimaginável à dominação dos EUA.
Esta verdade não expressada, e compreendida em Havana e Washington, afetou os dois países. Washington se negou a ceder o controle; a Revolução rechaçou a autoridade dos EUA. Desde 1898, os EUA trataram Cuba como um apêndice da sua economia. Os consórcios dos Estados Unidos possuíam as maiores centrais açucareiras de Cuba, as melhores terras, as companhias de telefone e de eletricidade, as minas e muito mais. O governo cubano, tal qual seus vizinhos do “quintal dos EUA”, obedeciam automaticamente os ditados da política de Washington.
A rebeldia da Revolução, a redução em 50% dos aluguéis e a aprovação de uma lei de reforma agrária sem nem mesmo pedir permissão, tudo isto conseguiu atrair finalmente a atenção de Washington. Palavras como “ditadura” e “comunista” começaram a aparecer rotineiramente nas reportagens dos órgãos de imprensa incentivados pelo governo.
A ilha de 6 milhões de habitantes, tendo como produto principal o açúcar, necessitava tanto dos recursos materiais como humanos para garantir uma verdadeira independência, e Washington tinha plena ciência disto. Alguns funcionários estadunidenses, escreveu E. W. Kenworthy, “creem que o governo de Castro deve ‘passar o que passou Caim’ antes que compreenda a necessidade da ajuda de Washington e concorde com as medidas estabilizadoras que tornarão possível receber esta ajuda”. (“Os problemas de Cuba põe a prova a política dos EUA”, NY Times, 26 de abril de 1959.)
Quando os líderes cubanos ignoraram ou ridicularizaram as advertências advindas de Washington, em março de 1960 o presidente Eisenhower autorizou uma operação encoberta para derrubar o governo cubano – que terminou em um fracasso na Bahia de Cochinos em abril de 1961. No entanto, em outubro de 1960, em resposta à nacionalização das propriedades estadunidenses por parte de Cuba – uma confrontação em escalada, tanto de ações de Cuba como de castigos de Washington – Eisenhower impôs um embargo a Cuba.
Porém, já em abril de 1960 o Departamento de Estado havia emitido suas orientações de castigo: “Devem tomar-se rapidamente todas as medidas possíveis para debilitar a vida econômica de Cuba... uma linha de ação que, ainda que seja tão hábil e inadvertida quanto possível, tenha êxito em negar dinheiro e suprimentos a Cuba, a fim de reduzir o dinheiro e os salários reais pra provocar a fome, o desespero e a queda do governo”. (Oficina do Historiador, Birô de Assuntos Públicos, Departamento de Estado; John P. Glennon e todos, editores, Relações Exteriores dos Estados Unidos, 1958-1960, Vol. VI, Cuba (em inglês), Washington D.C.: GPO, 1991, 885.)
Havana respondeu fazendo o impensável. Em 1961, Cuba se aliou com a União Soviética. Para garantir a independência, os líderes cubanos se tornaram dependentes da ajuda soviética. Em 1991, a derrocada soviética deixou os cubanos – por fim – em uma total “independência” política e sem apoio material externo para a manutenção da nação. O embargo adotou uma dimensão maior. Em 1959, os revolucionários de 20 a 30 anos não previram a ferocidade do castigo dos EUA e nem mesmo compreenderam que o pecado de desobediência se colocava mais para além dos ditados do poder dos EUA e chegava ao núcleo de um sistema global. Washington era a capital informal do mundo.
Neste papel, Washington atacou Cuba sem descanso – inclusive depois de os EUA terem deixado de exercer a hegemonia hemisférica. O mantra do controle ainda se infiltra pelas paredes dos escritórios de segurança nacional e por osmose penetra no cérebro dos burocratas: “Não permitimos uma insubordinação”. Os cubanos têm que pagar pela resistência que seus líderes apresentaram. A lição de Washington: é inútil resistir.
No mês passado, Raúl Castro informou aos cubanos a necessidade de reformas drásticas. A Revolução treinou, educou e curou a população cubana. Porém, admitiu Raúl, o Estado já não pode satisfazer algumas necessidades básicas que os cubanos assumiram como direitos humanos (ou direitos, somente). Um milhão de pessoas, anunciou, perderão seu trabalho; seriam reduzidos ou eliminados programas sociais.
A falta de produtividade dos cubanos – uma relaxada ética do trabalho, ineficiência burocrática e ausência de iniciativa – multiplicou-se junto com a corrupção. O embargo estadunidense provoca situações de escassez e encoraja os delitos burocráticos. Um burocrata aumenta sua renda resolvendo os mesmos obstáculos que os burocratas ajudaram a criar.
Depois de mais de 51 anos, o castigo de Washington pareceu forçar Cuba a aceitar uma doutrina de choque, entretanto sem os custos sociais regressivos que a maioria dos países do Terceiro Mundo pagaram. Em 1980, um jamaicano comentou, depois que o Primeiro Ministro Manley se submeteu às duras medidas de austeridade do Fundo Monetário Internacional: “Fomos FMIados”
A Revolução cubana uma vez mais adentra um território que terá que cruzar até o fim. No entanto, os reformistas contam com grandes recursos: um povo com consciência social, absorvida durante décadas de educação e experiência.
Ainda assim, as trocas geopolíticas do mundo oferecem algumas vantagens aos líderes cubanos: China, Brasil e alguns Estados da União Européia se converteram em contrapesos aos estadunidenses de linha dura. Com um espaço de manobra, os cubanos poderiam evitar as piores consequências da obsoleta doutrina de choque que Washington mantém durante 50 anos.
* Saul Landau é membro do Instituto para Estudos de Política. Seu filme Por Favor, que se fique de pé o verdadeiro terrorista, estreou em dezembro no Festival de Cine de Havana. Nelson Valdés é Professor Emérito da Universidade do Novo México.
Tradução de Cainã Vidor. Publicado por Rebelión. Fonte: http://progreso-semanal.com/4/index.php?option=com_content&view=article&id=3048:el-contexto-de-la-crisis-de-cuba&catid=3:en-los-estados-unidos&Itemid=4. Foto por http://www.flickr.com/photos/jadis1958/.
Fonte:Revista Fórum.
Por Saul Landau e Nelson P. Valdés
]
No dia 18 de dezembro de 2010, o presidente cubano Raúl Castro advertiu os cidadãos cubanos de que a nação enfrentava uma crise. As condições desastrosas da economia de Cuba já não permitiam que o Estado tivesse espaço de manobra para sair do perigoso “precipício” de ineficiência, baixa produtividade e corrupção. Sem reformas, Cuba entraria em colapso, e junto com ela o esforço de todas as gerações que buscaram uma Cuba livre, desde a primeira revolta aborígene contra o domínio colonial espanhol.
Os cubanos compreendem que desde a Revolução de 1959, com todos os seus erros, protegeu-se a independência da nação – a soberania nacional. Desde 1492 (desembarque de Colombo) até dezembro de 1958, as potências estrangeiras decidiram o destino dos cubanos.
Em princípios do século XIX emergiu um tipo “cubano”, não um espanhol em uma ilha distante ou um escravo africano, mas sim um híbrido produto de três séculos de colonialismo, que buscou a autodeterminação tal qual a população colonial estadunidense em 1776.
Quando Batista e seus generais fugiram, fracassou a materialização de um golpe de Estado apoiado pelos EUA, apesar de todas as conspirações encabeçadas pelo governo estadunidense. Os rebeldes então estabeleceram a moderna nação cubana, a qual rapidamente se converteu em um desafio real e até então quase inimaginável à dominação dos EUA.
Esta verdade não expressada, e compreendida em Havana e Washington, afetou os dois países. Washington se negou a ceder o controle; a Revolução rechaçou a autoridade dos EUA. Desde 1898, os EUA trataram Cuba como um apêndice da sua economia. Os consórcios dos Estados Unidos possuíam as maiores centrais açucareiras de Cuba, as melhores terras, as companhias de telefone e de eletricidade, as minas e muito mais. O governo cubano, tal qual seus vizinhos do “quintal dos EUA”, obedeciam automaticamente os ditados da política de Washington.
A rebeldia da Revolução, a redução em 50% dos aluguéis e a aprovação de uma lei de reforma agrária sem nem mesmo pedir permissão, tudo isto conseguiu atrair finalmente a atenção de Washington. Palavras como “ditadura” e “comunista” começaram a aparecer rotineiramente nas reportagens dos órgãos de imprensa incentivados pelo governo.
A ilha de 6 milhões de habitantes, tendo como produto principal o açúcar, necessitava tanto dos recursos materiais como humanos para garantir uma verdadeira independência, e Washington tinha plena ciência disto. Alguns funcionários estadunidenses, escreveu E. W. Kenworthy, “creem que o governo de Castro deve ‘passar o que passou Caim’ antes que compreenda a necessidade da ajuda de Washington e concorde com as medidas estabilizadoras que tornarão possível receber esta ajuda”. (“Os problemas de Cuba põe a prova a política dos EUA”, NY Times, 26 de abril de 1959.)
Quando os líderes cubanos ignoraram ou ridicularizaram as advertências advindas de Washington, em março de 1960 o presidente Eisenhower autorizou uma operação encoberta para derrubar o governo cubano – que terminou em um fracasso na Bahia de Cochinos em abril de 1961. No entanto, em outubro de 1960, em resposta à nacionalização das propriedades estadunidenses por parte de Cuba – uma confrontação em escalada, tanto de ações de Cuba como de castigos de Washington – Eisenhower impôs um embargo a Cuba.
Porém, já em abril de 1960 o Departamento de Estado havia emitido suas orientações de castigo: “Devem tomar-se rapidamente todas as medidas possíveis para debilitar a vida econômica de Cuba... uma linha de ação que, ainda que seja tão hábil e inadvertida quanto possível, tenha êxito em negar dinheiro e suprimentos a Cuba, a fim de reduzir o dinheiro e os salários reais pra provocar a fome, o desespero e a queda do governo”. (Oficina do Historiador, Birô de Assuntos Públicos, Departamento de Estado; John P. Glennon e todos, editores, Relações Exteriores dos Estados Unidos, 1958-1960, Vol. VI, Cuba (em inglês), Washington D.C.: GPO, 1991, 885.)
Havana respondeu fazendo o impensável. Em 1961, Cuba se aliou com a União Soviética. Para garantir a independência, os líderes cubanos se tornaram dependentes da ajuda soviética. Em 1991, a derrocada soviética deixou os cubanos – por fim – em uma total “independência” política e sem apoio material externo para a manutenção da nação. O embargo adotou uma dimensão maior. Em 1959, os revolucionários de 20 a 30 anos não previram a ferocidade do castigo dos EUA e nem mesmo compreenderam que o pecado de desobediência se colocava mais para além dos ditados do poder dos EUA e chegava ao núcleo de um sistema global. Washington era a capital informal do mundo.
Neste papel, Washington atacou Cuba sem descanso – inclusive depois de os EUA terem deixado de exercer a hegemonia hemisférica. O mantra do controle ainda se infiltra pelas paredes dos escritórios de segurança nacional e por osmose penetra no cérebro dos burocratas: “Não permitimos uma insubordinação”. Os cubanos têm que pagar pela resistência que seus líderes apresentaram. A lição de Washington: é inútil resistir.
No mês passado, Raúl Castro informou aos cubanos a necessidade de reformas drásticas. A Revolução treinou, educou e curou a população cubana. Porém, admitiu Raúl, o Estado já não pode satisfazer algumas necessidades básicas que os cubanos assumiram como direitos humanos (ou direitos, somente). Um milhão de pessoas, anunciou, perderão seu trabalho; seriam reduzidos ou eliminados programas sociais.
A falta de produtividade dos cubanos – uma relaxada ética do trabalho, ineficiência burocrática e ausência de iniciativa – multiplicou-se junto com a corrupção. O embargo estadunidense provoca situações de escassez e encoraja os delitos burocráticos. Um burocrata aumenta sua renda resolvendo os mesmos obstáculos que os burocratas ajudaram a criar.
Depois de mais de 51 anos, o castigo de Washington pareceu forçar Cuba a aceitar uma doutrina de choque, entretanto sem os custos sociais regressivos que a maioria dos países do Terceiro Mundo pagaram. Em 1980, um jamaicano comentou, depois que o Primeiro Ministro Manley se submeteu às duras medidas de austeridade do Fundo Monetário Internacional: “Fomos FMIados”
A Revolução cubana uma vez mais adentra um território que terá que cruzar até o fim. No entanto, os reformistas contam com grandes recursos: um povo com consciência social, absorvida durante décadas de educação e experiência.
Ainda assim, as trocas geopolíticas do mundo oferecem algumas vantagens aos líderes cubanos: China, Brasil e alguns Estados da União Européia se converteram em contrapesos aos estadunidenses de linha dura. Com um espaço de manobra, os cubanos poderiam evitar as piores consequências da obsoleta doutrina de choque que Washington mantém durante 50 anos.
* Saul Landau é membro do Instituto para Estudos de Política. Seu filme Por Favor, que se fique de pé o verdadeiro terrorista, estreou em dezembro no Festival de Cine de Havana. Nelson Valdés é Professor Emérito da Universidade do Novo México.
Tradução de Cainã Vidor. Publicado por Rebelión. Fonte: http://progreso-semanal.com/4/index.php?option=com_content&view=article&id=3048:el-contexto-de-la-crisis-de-cuba&catid=3:en-los-estados-unidos&Itemid=4. Foto por http://www.flickr.com/photos/jadis1958/.
Fonte:Revista Fórum.
POLÍTICA - Serra acusado de vazar informações contra o PSDB.
Enviado por luisnassif
Por Ernesto Camelo
Os amigos do Serra
Aécio e Alckmin isolam Serra em eleição no PSDB
Mineiro e paulista tentam impedir que ex-governador assuma comando da sigla
Documento articulado às pressas obtém adesão de 53 deputados do partido e defende que Sérgio Guerra continue
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Aliados do senador eleito Aécio Neves (MG) e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, endossaram uma operação que fecha as portas do comando do PSDB para o ex-governador José Serra.
Derrotado na corrida presidencial, Serra manifesta interesse pela direção da sigla para se manter em evidência.
Numa articulação desenhada anteontem, alckmistas e aecistas lideraram abaixo-assinado pela recondução do senador Sérgio Guerra à presidência do partido.
Consultado sobre a redação do abaixo-assinado, Aécio disse que o apoiaria desde que tivesse aval de Alckmin. Segundo a Folha apurou, Guerra ligou para Alckmin na manhã de ontem para falar sobre o documento.
Admitindo não ter consultado Serra, Guerra nega ter participado da elaboração do documento idealizado por senadores do PSDB. "É um documento dos deputados."
A operação foi posta em prática na manhã de ontem, durante reunião da bancada do PSDB para eleição de Duarte Nogueira (SP) para a liderança do partido na Câmara, quando mais adesões à ideia foram obtidas.
"Não sabia de nada", disse o presidente do PSDB de São Paulo, Mendes Thame, que assinou o documento.
O abaixo-assinado reuniu assinatura de 53 dos 55 deputados presentes à reunião.
"É um aviltamento à democracia interna do PSDB tentar reeleger o presidente em reunião para escolha do líder", protestou o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (SP), defensor do nome de Serra para presidir o partido.
"Houve um rolo compressor. Eles assinaram sob constrangimento", emendou.
Segundo participantes da costura, a recente movimentação de Serra precipitou a elaboração de um abaixo-assinado em favor de Guerra.
O ex-governador manifestou disposição de participar da reunião dos deputados, o que foi encarado como sinal de que pretende interferir nos rumos do partido.
Um dos articuladores da operação, o senador Cícero Lucena (PB) disse "não entender a reação". "Serra nunca me disse que era candidato à presidência do partido."
Aecistas também atribuíram a Serra o vazamento da informação de que o publicitário indicado pelo ex-governador para produção do programa do PSDB é réu no processo do mensalão mineiro.
Aliados de Aécio e tucanos de Pernambuco deram início à campanha para nomeação do senador Tasso Jereissati (CE) na presidência do Instituto Teotonio Vilela -outro destino cogitado por Serra.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2701201102.htm
Por Ernesto Camelo
Os amigos do Serra
Aécio e Alckmin isolam Serra em eleição no PSDB
Mineiro e paulista tentam impedir que ex-governador assuma comando da sigla
Documento articulado às pressas obtém adesão de 53 deputados do partido e defende que Sérgio Guerra continue
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
Aliados do senador eleito Aécio Neves (MG) e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, endossaram uma operação que fecha as portas do comando do PSDB para o ex-governador José Serra.
Derrotado na corrida presidencial, Serra manifesta interesse pela direção da sigla para se manter em evidência.
Numa articulação desenhada anteontem, alckmistas e aecistas lideraram abaixo-assinado pela recondução do senador Sérgio Guerra à presidência do partido.
Consultado sobre a redação do abaixo-assinado, Aécio disse que o apoiaria desde que tivesse aval de Alckmin. Segundo a Folha apurou, Guerra ligou para Alckmin na manhã de ontem para falar sobre o documento.
Admitindo não ter consultado Serra, Guerra nega ter participado da elaboração do documento idealizado por senadores do PSDB. "É um documento dos deputados."
A operação foi posta em prática na manhã de ontem, durante reunião da bancada do PSDB para eleição de Duarte Nogueira (SP) para a liderança do partido na Câmara, quando mais adesões à ideia foram obtidas.
"Não sabia de nada", disse o presidente do PSDB de São Paulo, Mendes Thame, que assinou o documento.
O abaixo-assinado reuniu assinatura de 53 dos 55 deputados presentes à reunião.
"É um aviltamento à democracia interna do PSDB tentar reeleger o presidente em reunião para escolha do líder", protestou o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (SP), defensor do nome de Serra para presidir o partido.
"Houve um rolo compressor. Eles assinaram sob constrangimento", emendou.
Segundo participantes da costura, a recente movimentação de Serra precipitou a elaboração de um abaixo-assinado em favor de Guerra.
O ex-governador manifestou disposição de participar da reunião dos deputados, o que foi encarado como sinal de que pretende interferir nos rumos do partido.
Um dos articuladores da operação, o senador Cícero Lucena (PB) disse "não entender a reação". "Serra nunca me disse que era candidato à presidência do partido."
Aecistas também atribuíram a Serra o vazamento da informação de que o publicitário indicado pelo ex-governador para produção do programa do PSDB é réu no processo do mensalão mineiro.
Aliados de Aécio e tucanos de Pernambuco deram início à campanha para nomeação do senador Tasso Jereissati (CE) na presidência do Instituto Teotonio Vilela -outro destino cogitado por Serra.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2701201102.htm
EDUCAÇÃO - A USP e o Estado de Direito.
A mão pesada do reitor que Serra colocou na USP
Enviado por luisnassif
O desgoverno Serra ou a privataria do PSDB, o retorno!
F. K. COMPARATO, F. DE OLIVEIRA, J. SOUTO MAIOR, L. MARTINS e P. ARANTES
Agora, em 2011, com a USP esvaziada pelas férias, o reitor determinou o "desligamento" de 271 servidores, sem consulta a superiores dos "desligados"
Um estatuto que permanece intocado mesmo após o fim do regime militar e um reitor que tem buscado a qualquer custo levar a efeito um projeto privatizante estão conduzindo a USP ao caos.
Após declarar-se pelo financiamento privado e pela reordenação dos cursos segundo o mercado, o reitor vem instituindo o terror por intermédio de inquéritos administrativos apoiados em um instrumento da ditadura (dec. nº 52.906/ 1972), pelos quais pretende a eliminação de 24 alunos.
Quanto aos servidores, impôs, em 2010, a quebra da isonomia salarial, instituída desde 1991, e, para inibir o direito de greve, suspendeu o pagamento de salários, desrespeitando praxe institucionalizada há muito na USP.
Agora, em 2011, determinou o "desligamento" de 271 servidores, sem prévio aviso e sem consulta a diretores de unidades e superiores dos "desligados".
Não houve avaliação de desempenho. Nenhum desses servidores possuía qualquer ocorrência negativa. As demissões atingiram técnicos na maioria com mais de 20 anos de serviços prestados à universidade.
O ato imotivado e, portanto, discriminatório, visou, unicamente, retaliar e aterrorizar o sindicato (Sintusp), principal obstáculo à privatização da USP desde a contestação aos decretos do governo Serra, em 2007. Mas o caso presente traz outras perversidades.
Todos os demitidos já se encontravam aposentados, a maioria em termos proporcionais.
Na verdade, foram incentivados a fazê-lo por comunicação interna da USP, divulgada após as decisões do STF (ADIs nº 1.721 e nº 1.770), definindo que a aposentadoria por tempo de contribuição não extingue o contrato de trabalho.
A dispensa efetivada afrontou o STF e configurou uma traição ao que fora ajustado, chegando-se mesmo a instituir um "Termo de Continuidade de Contrato em face da Aposentadoria Espontânea".
Nem cabe tentar apoiar a iniciativa no art. 37, parágrafo 10, da Constituição, que prevê a impossibilidade de acumular provento de aposentadoria com remuneração de cargo público, pois esses servidores eram "celetistas", ocupantes de empregos públicos, e suas aposentadorias advinham do Regime Geral da Previdência Social, e não de Regime Especial.
O ato não tem, igualmente, qualquer razão econômica e, ainda que tivesse, lhe faltaria base jurídica, pois, como definido pelo TST (caso Embraer), a dispensa coletiva de trabalhadores deve ser precedida de negociação com o sindicato.
Do ato à sorrelfa, com a USP esvaziada pelas férias, não se extrai qualquer fundamento de legalidade, sobressaindo a vontade do reitor de impor o terror a alguns dos líderes sindicais da categoria, próximos da aposentadoria, contrariando até mesmo parecer da procuradoria da universidade, que apontara a ilegalidade das demissões.
Assinale-se a magnitude do potencial dano econômico-moral à USP. A ação desumana de gerar sofrimento imerecido a servidores fere a imagem da universidade.
Sob o prisma econômico, a dispensa coletiva, de caráter discriminatório, traz o risco de enorme passivo judicial, pelas quase certas indenizações por danos morais que os servidores "desligados" poderão angariar a partir das decisões do STF e do TST e da forma como o "desligamento" se deu, sem contar reintegrações e salários retroativos.
Cumpre conduzir à administração da USP a noção de que "ninguém está acima da lei", exigindo-se a revogação imediata dos "desligamentos" e o estabelecimento de uma Estatuinte à luz da Constituição de 1988, em respeito ao Estado democrático de Direito.
FABIO KONDER COMPARATO é professor emérito da Faculdade de Direito da USP.
FRANCISCO DE OLIVEIRA é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP).
JORGE LUIZ SOUTO MAIOR é professor associado da Faculdade de Direito da USP.
LUIZ RENATO MARTINS é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP.
PAULO ARANTES é professor da FFLCH-USP
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2701201107.htm
Edição de 27/01/2011 - TENDÊNCIAS E DEBATES
Enviado por luisnassif
O desgoverno Serra ou a privataria do PSDB, o retorno!
F. K. COMPARATO, F. DE OLIVEIRA, J. SOUTO MAIOR, L. MARTINS e P. ARANTES
Agora, em 2011, com a USP esvaziada pelas férias, o reitor determinou o "desligamento" de 271 servidores, sem consulta a superiores dos "desligados"
Um estatuto que permanece intocado mesmo após o fim do regime militar e um reitor que tem buscado a qualquer custo levar a efeito um projeto privatizante estão conduzindo a USP ao caos.
Após declarar-se pelo financiamento privado e pela reordenação dos cursos segundo o mercado, o reitor vem instituindo o terror por intermédio de inquéritos administrativos apoiados em um instrumento da ditadura (dec. nº 52.906/ 1972), pelos quais pretende a eliminação de 24 alunos.
Quanto aos servidores, impôs, em 2010, a quebra da isonomia salarial, instituída desde 1991, e, para inibir o direito de greve, suspendeu o pagamento de salários, desrespeitando praxe institucionalizada há muito na USP.
Agora, em 2011, determinou o "desligamento" de 271 servidores, sem prévio aviso e sem consulta a diretores de unidades e superiores dos "desligados".
Não houve avaliação de desempenho. Nenhum desses servidores possuía qualquer ocorrência negativa. As demissões atingiram técnicos na maioria com mais de 20 anos de serviços prestados à universidade.
O ato imotivado e, portanto, discriminatório, visou, unicamente, retaliar e aterrorizar o sindicato (Sintusp), principal obstáculo à privatização da USP desde a contestação aos decretos do governo Serra, em 2007. Mas o caso presente traz outras perversidades.
Todos os demitidos já se encontravam aposentados, a maioria em termos proporcionais.
Na verdade, foram incentivados a fazê-lo por comunicação interna da USP, divulgada após as decisões do STF (ADIs nº 1.721 e nº 1.770), definindo que a aposentadoria por tempo de contribuição não extingue o contrato de trabalho.
A dispensa efetivada afrontou o STF e configurou uma traição ao que fora ajustado, chegando-se mesmo a instituir um "Termo de Continuidade de Contrato em face da Aposentadoria Espontânea".
Nem cabe tentar apoiar a iniciativa no art. 37, parágrafo 10, da Constituição, que prevê a impossibilidade de acumular provento de aposentadoria com remuneração de cargo público, pois esses servidores eram "celetistas", ocupantes de empregos públicos, e suas aposentadorias advinham do Regime Geral da Previdência Social, e não de Regime Especial.
O ato não tem, igualmente, qualquer razão econômica e, ainda que tivesse, lhe faltaria base jurídica, pois, como definido pelo TST (caso Embraer), a dispensa coletiva de trabalhadores deve ser precedida de negociação com o sindicato.
Do ato à sorrelfa, com a USP esvaziada pelas férias, não se extrai qualquer fundamento de legalidade, sobressaindo a vontade do reitor de impor o terror a alguns dos líderes sindicais da categoria, próximos da aposentadoria, contrariando até mesmo parecer da procuradoria da universidade, que apontara a ilegalidade das demissões.
Assinale-se a magnitude do potencial dano econômico-moral à USP. A ação desumana de gerar sofrimento imerecido a servidores fere a imagem da universidade.
Sob o prisma econômico, a dispensa coletiva, de caráter discriminatório, traz o risco de enorme passivo judicial, pelas quase certas indenizações por danos morais que os servidores "desligados" poderão angariar a partir das decisões do STF e do TST e da forma como o "desligamento" se deu, sem contar reintegrações e salários retroativos.
Cumpre conduzir à administração da USP a noção de que "ninguém está acima da lei", exigindo-se a revogação imediata dos "desligamentos" e o estabelecimento de uma Estatuinte à luz da Constituição de 1988, em respeito ao Estado democrático de Direito.
FABIO KONDER COMPARATO é professor emérito da Faculdade de Direito da USP.
FRANCISCO DE OLIVEIRA é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP).
JORGE LUIZ SOUTO MAIOR é professor associado da Faculdade de Direito da USP.
LUIZ RENATO MARTINS é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP.
PAULO ARANTES é professor da FFLCH-USP
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2701201107.htm
Edição de 27/01/2011 - TENDÊNCIAS E DEBATES
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
POLÍTICA - Ex-aluna de Monica Serra escreverá livro sobre aborto e eleições.
A dançarina Sheila Canevacci Ribeiro, que ficou nacionalmente famosa durante a última campanha eleitoral por denunciar um suposto aborto cometido por Monica Serra, esposa do então candidato tucano à Presidência, José Serra, está escrevendo um livro sobre o caso. A notícia foi dada pela própria Sheila em sua página no Facebook, na qual ela pede ajuda aos internautas de sua lista de amigos para que sugiram um título para a obra. Segundo Sheila, o livro terá que ser “barato e acessível”.
“Estou escrevendo um livro sobre o duplo discurso e o oportunismo do aborto nas eleiçoes. Quero que ele seja barato e acessível. Alguém tem sugestão de TÍTULO? Que tal A DANÇA DO DUPLO DISCURSO", sugere a própria dançarina.
Até o início da tarde desta terça-feira, 56 internautas já haviam postado comentários sugerindo títulos como “A dança da mentira”, “Aborto e eleições – Locais deslocados”, “Aborto nas eleições – A face oculta” e “Dança dupla”.
Em algumas das respostas a seus amigos do Facebook, Sheila dá dicas a respeito do conteúdo de seu futuro livro:
“(...) é um documento de um marco histórico. fiquei impressionada como td mundo falou em coragem e medo e acho q aqui precisa de muito trabalho de valorizaçao de açoes comuns, civis... é um livro q quer ser positivo e não resmungão”, antecipa.
Em outra resposta, Sheila acrescenta:
“(...) eu quero apenas documentar o evento e tem artigo de outras pessoas e o que mais valeu: OS COMENTARIOS DOS BRASILEIROS”.
Em um dos comentários direcionados à dançarina, um internauta questiona sua capacidade de virar escritora:
“A sua experiência vai ser suficeinte para escrever um livro pertinente sobre isso?”.
“A sua pergunta é um pouquinho arrogante”, reage a dançarina.
Procurada pela reportagem do JB, Sheila alegou estar "atolada de trabalho", e disse que ainda não poderia falar mais sobre o assunto. O marido de Sheila, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que está em sua terra natal, falou rapidamente com a reportagem por meio da internet e disse achar “interessante” a iniciativa da esposa. O casal Monica e José Serra não foi encontrado.
Denúncia
O caso sobre o suposto aborto cometido por Monica Serra ganhou repercussão depois que Sheila Canevacci postou, em outubro, em sua página no Facebook, uma mensagem dizendo que, durante uma aula na qual a dançarina estava presente, Monica teria confessado ter feito um aborto no Chile, quando já era casada com José Serra e ambos estavam exilados. A notícia caiu como uma bomba na campanha eleitoral, já que, na ocasião, Serra acusava sua então rival, Dilma Rousseff (PT), de ser a favor do aborto, e usava a questão para tentar ganhar votos do eleitorado religioso.
Após a denúncia de Sheila, Monica disse que "nunca fez aborto", mas não se mostrou disposta a processar a ex-aluna. Dilma negou-se a comentar o assunto. Após o incidente, o tema perdeu força na campanha presidencial.
Fonte: Jornal do Brasil
“Estou escrevendo um livro sobre o duplo discurso e o oportunismo do aborto nas eleiçoes. Quero que ele seja barato e acessível. Alguém tem sugestão de TÍTULO? Que tal A DANÇA DO DUPLO DISCURSO", sugere a própria dançarina.
Até o início da tarde desta terça-feira, 56 internautas já haviam postado comentários sugerindo títulos como “A dança da mentira”, “Aborto e eleições – Locais deslocados”, “Aborto nas eleições – A face oculta” e “Dança dupla”.
Em algumas das respostas a seus amigos do Facebook, Sheila dá dicas a respeito do conteúdo de seu futuro livro:
“(...) é um documento de um marco histórico. fiquei impressionada como td mundo falou em coragem e medo e acho q aqui precisa de muito trabalho de valorizaçao de açoes comuns, civis... é um livro q quer ser positivo e não resmungão”, antecipa.
Em outra resposta, Sheila acrescenta:
“(...) eu quero apenas documentar o evento e tem artigo de outras pessoas e o que mais valeu: OS COMENTARIOS DOS BRASILEIROS”.
Em um dos comentários direcionados à dançarina, um internauta questiona sua capacidade de virar escritora:
“A sua experiência vai ser suficeinte para escrever um livro pertinente sobre isso?”.
“A sua pergunta é um pouquinho arrogante”, reage a dançarina.
Procurada pela reportagem do JB, Sheila alegou estar "atolada de trabalho", e disse que ainda não poderia falar mais sobre o assunto. O marido de Sheila, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que está em sua terra natal, falou rapidamente com a reportagem por meio da internet e disse achar “interessante” a iniciativa da esposa. O casal Monica e José Serra não foi encontrado.
Denúncia
O caso sobre o suposto aborto cometido por Monica Serra ganhou repercussão depois que Sheila Canevacci postou, em outubro, em sua página no Facebook, uma mensagem dizendo que, durante uma aula na qual a dançarina estava presente, Monica teria confessado ter feito um aborto no Chile, quando já era casada com José Serra e ambos estavam exilados. A notícia caiu como uma bomba na campanha eleitoral, já que, na ocasião, Serra acusava sua então rival, Dilma Rousseff (PT), de ser a favor do aborto, e usava a questão para tentar ganhar votos do eleitorado religioso.
Após a denúncia de Sheila, Monica disse que "nunca fez aborto", mas não se mostrou disposta a processar a ex-aluna. Dilma negou-se a comentar o assunto. Após o incidente, o tema perdeu força na campanha presidencial.
Fonte: Jornal do Brasil
ECONOMIA - Remessas de capital estrangeiro explicam o rombo nas contas externas.
O Brasil registrou déficit de US$ 47,5 bilhões nas transações correntes do balanço de pagamentos em 2010. O valor é recorde em termos absolutos e corresponde a 2,28% do PIB, o que significa um avanço apreciável em relação a 2009, ano crítico para a economia nacional, em que o saldo negativo em conta corrente ficou em US$ 24,3 bilhões ou 1,52% do PIB. A renda apropriada pelo capital estrangeiro e remetida ao exterior é a principal causa do rombo.
Em dezembro, houve déficit de US$3,5 bilhões no mês. Mas o balanço de pagamentos (que inclui conta corrente e conta de capital) registrou superávit de US$ 2,8 bilhões. Em 2010 o saldo foi positivo em US$ 49,1 bilhões, de acordo com os números divulgados nesta terça-feira (25) pelo Banco Central.
Comércio foi positivo
A conta corrente é uma medida ampla do balanço de pagamentos. Computa os resultados das exportações e importações (balança comercial), remessas de lucros e dividendos, viagens internacionais, pagamentos de juros, frete e transferências unilaterais.
A análise dos números mostra que a responsabilidade pelo resultado negativo não pode ser atribuída à balança comercial, que terminou o ano com saldo positivo, apesar da guerra cambial e da valorização do real. O valor das exportações excedeu o das importações em US$ 20,278 bilhões no ano, o que se deve basicamente à forte recuperação dos preços das commodities, que também influenciam a aceleração da inflação.
Multinacionais
O que mais pesou na determinação do déficit foram as remessas líquidas de renda para o exterior, realizadas pelo capital estrangeiro. Somaram US$ 39,6 bilhões, 17,4% acima do valor apurado em 2009. O destaque ficou para as remessas totais (líquidas) de lucros e dividendos, realizados pelas multinacionais, de US$ 30,4 bilhões, 20,4% a mais na comparação com 2009. O pagamento de juros da dívida externa somou US$ 9,7 bilhões, com aumento de 6,8% na comparação com o ano anterior. Há muito no Brasil não há maiores restrições às remessas de lucros e dividendos, que no passado foram alvo de acirrada polêmica. A limitação e taxação das remessas pelo governo João Goulart nos anos 1960 é apontado como um dos motivos para a implantação da “ditabranda” em 1964.
A conta de serviços (que inclui viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, de royalties e licenças, computação e informação) também apresentou um déficit relevante, de US$ 31,1 bilhões, com acréscimo de 61,4% na comparação com 2009. O item turismo (viagens internacionais) apresentou déficits de US$ 1,1 bilhão em dezembro e de US$ 10,5 bilhões, no ano, com receitas e despesas alcançando valores anuais de US$ 5,9 bilhões e de US$ 16,4 bilhões, respectivamente.
Valorização do real
O câmbio teve papel proeminente no resultado dessas contas. A valorização do real elevou o valor em dólares dos lucros apropriados pelas multinacionais instaladas no país e também o das remessas, intensificadas pela crise, ocasião em que as matrizes dos monopólios estrangeiros demandam mais dinheiro de suas filiais para fazer frente aos prejuízos. O dólar barato também estimula viagens ao exterior das camadas de maior renda e explica o resultado desfavorável do turismo.
O ingresso de investimentos estrangeiros diretos chegou a US$ 15,4 bilhões em dezembro e acumulou US$48,5 bilhões no ano (representando 2,33% do PIB), valor que superou e cobriu com folga o déficit em conta corrente, contribuindo ao lado dos outros investimentos estrangeiros (em títulos e empréstimos), para o superávit do balanço de pagamentos.
Efeitos colaterias
Autoridades do governo louvaram o comportamento dos investimentos diretos, aparentemente sem atribuir maior importância aos efeitos colaterais dessas aplicações, que aumentam o passivo externo líquido do país e ampliam as remessas futuras de lucros e dividendos, que avançaram de forma extraordinária ao longo dos últimos anos, desbancando a dívida externa, que fechou dezembro em US$ 255,7 bilhões.
A perspectiva para este ano é de um novo recorde do déficit em conta corrente, que deve subir a mais de US$ 60 bilhões. Enquanto os investimentos externos foram suficientes para financiá-lo o rombo nesta conta, neutralizado pelo superávit na conta de capital, não será percebido como problema. A boa performance das reservas, que somaram US$ 288,6 bilhões em dezembro, também afasta a possibilidade de crise no front externo em curto prazo.
Despreocupado
A experiência ensina, porém, que tal situação pode mudar na hipótese de uma reversão do fluxo internacional de capitais, que hoje favorece o Brasil e outros países emergentes em função do crescimento desigual dos PIBs. Até o momento, porém, o governo não demonstrou maior preocupação com o tema e não acenou com medidas para conter a evolução do déficit.
Os números do BC sobre o setor externo também sinalizam o avanço das multinacionais brasileiras no exterior. Os investimentos brasileiros diretos no exterior somaram, em dezembro, aplicações líquidas de US$ 4,7 bilhões, acumulando US$ 11,5 bilhões, em 2010, compreendendo US$26,8 bilhões em aquisição líquida de participação no capital de empresas no exterior e amortizações líquidas de empréstimos de intercompanhias de US$ 15,3 bilhões. Tais valores ainda são bem menores do que os investimentos estrangeiros no Brasil (em termos de luxo e estoque), mas têm crescido notavelmente ao longo dos últimos anos.
Da redação, Umberto Martins/Site O Vermelho.
Em dezembro, houve déficit de US$3,5 bilhões no mês. Mas o balanço de pagamentos (que inclui conta corrente e conta de capital) registrou superávit de US$ 2,8 bilhões. Em 2010 o saldo foi positivo em US$ 49,1 bilhões, de acordo com os números divulgados nesta terça-feira (25) pelo Banco Central.
Comércio foi positivo
A conta corrente é uma medida ampla do balanço de pagamentos. Computa os resultados das exportações e importações (balança comercial), remessas de lucros e dividendos, viagens internacionais, pagamentos de juros, frete e transferências unilaterais.
A análise dos números mostra que a responsabilidade pelo resultado negativo não pode ser atribuída à balança comercial, que terminou o ano com saldo positivo, apesar da guerra cambial e da valorização do real. O valor das exportações excedeu o das importações em US$ 20,278 bilhões no ano, o que se deve basicamente à forte recuperação dos preços das commodities, que também influenciam a aceleração da inflação.
Multinacionais
O que mais pesou na determinação do déficit foram as remessas líquidas de renda para o exterior, realizadas pelo capital estrangeiro. Somaram US$ 39,6 bilhões, 17,4% acima do valor apurado em 2009. O destaque ficou para as remessas totais (líquidas) de lucros e dividendos, realizados pelas multinacionais, de US$ 30,4 bilhões, 20,4% a mais na comparação com 2009. O pagamento de juros da dívida externa somou US$ 9,7 bilhões, com aumento de 6,8% na comparação com o ano anterior. Há muito no Brasil não há maiores restrições às remessas de lucros e dividendos, que no passado foram alvo de acirrada polêmica. A limitação e taxação das remessas pelo governo João Goulart nos anos 1960 é apontado como um dos motivos para a implantação da “ditabranda” em 1964.
A conta de serviços (que inclui viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, de royalties e licenças, computação e informação) também apresentou um déficit relevante, de US$ 31,1 bilhões, com acréscimo de 61,4% na comparação com 2009. O item turismo (viagens internacionais) apresentou déficits de US$ 1,1 bilhão em dezembro e de US$ 10,5 bilhões, no ano, com receitas e despesas alcançando valores anuais de US$ 5,9 bilhões e de US$ 16,4 bilhões, respectivamente.
Valorização do real
O câmbio teve papel proeminente no resultado dessas contas. A valorização do real elevou o valor em dólares dos lucros apropriados pelas multinacionais instaladas no país e também o das remessas, intensificadas pela crise, ocasião em que as matrizes dos monopólios estrangeiros demandam mais dinheiro de suas filiais para fazer frente aos prejuízos. O dólar barato também estimula viagens ao exterior das camadas de maior renda e explica o resultado desfavorável do turismo.
O ingresso de investimentos estrangeiros diretos chegou a US$ 15,4 bilhões em dezembro e acumulou US$48,5 bilhões no ano (representando 2,33% do PIB), valor que superou e cobriu com folga o déficit em conta corrente, contribuindo ao lado dos outros investimentos estrangeiros (em títulos e empréstimos), para o superávit do balanço de pagamentos.
Efeitos colaterias
Autoridades do governo louvaram o comportamento dos investimentos diretos, aparentemente sem atribuir maior importância aos efeitos colaterais dessas aplicações, que aumentam o passivo externo líquido do país e ampliam as remessas futuras de lucros e dividendos, que avançaram de forma extraordinária ao longo dos últimos anos, desbancando a dívida externa, que fechou dezembro em US$ 255,7 bilhões.
A perspectiva para este ano é de um novo recorde do déficit em conta corrente, que deve subir a mais de US$ 60 bilhões. Enquanto os investimentos externos foram suficientes para financiá-lo o rombo nesta conta, neutralizado pelo superávit na conta de capital, não será percebido como problema. A boa performance das reservas, que somaram US$ 288,6 bilhões em dezembro, também afasta a possibilidade de crise no front externo em curto prazo.
Despreocupado
A experiência ensina, porém, que tal situação pode mudar na hipótese de uma reversão do fluxo internacional de capitais, que hoje favorece o Brasil e outros países emergentes em função do crescimento desigual dos PIBs. Até o momento, porém, o governo não demonstrou maior preocupação com o tema e não acenou com medidas para conter a evolução do déficit.
Os números do BC sobre o setor externo também sinalizam o avanço das multinacionais brasileiras no exterior. Os investimentos brasileiros diretos no exterior somaram, em dezembro, aplicações líquidas de US$ 4,7 bilhões, acumulando US$ 11,5 bilhões, em 2010, compreendendo US$26,8 bilhões em aquisição líquida de participação no capital de empresas no exterior e amortizações líquidas de empréstimos de intercompanhias de US$ 15,3 bilhões. Tais valores ainda são bem menores do que os investimentos estrangeiros no Brasil (em termos de luxo e estoque), mas têm crescido notavelmente ao longo dos últimos anos.
Da redação, Umberto Martins/Site O Vermelho.
ANOS DE CHUMBO - Faz 40 anos: nada do paradeiro e nem do corpo.
Rubens Paiva e família
Há 40 anos, à noite, duas mulheres foram presas ao desembarcar no Galeão, de um voo vindo do Chile.
Uma foi visitar o filho. A outra, a irmã, casada com ele.
Exilados em Santiago, onde se reunia grande parte dos brasileiros perseguidos e banidos pelo regime militar, sob a proteção da ainda democracia de Allende.
Exilados e agentes duplos.(?)
O voo era monitorado por agentes da Cisa, Centro de Informações da Aeronáutica, cuja sede era na Base Aérea do Galeão, ao lado.
Havia informações de que as duas senhoras traziam cartas para amigos e familiares dos “terroristas”.
Foram presas dentro do avião e revistadas na Aeronáutica.
Encontraram, entre algumas cartas, duas para um tal Raul, com o telefone dele anotado no envelope.
Uma de agradecimento, de uma ex-estudante envolvida com o MR-8, que Raul ajudou a tirar do Brasil [filha de um dos seus melhores amigos].
Outra com uma análise sobre a luta armada e os exilados.
Raul era o codinome do meu pai.
Que, como muitos brasileiros, combatia a ditadura do jeito que dava: escondia perseguidos, tirava-os do Brasil por rotas secretas, dava passaporte falso, dinheiro, mandava relatos para a imprensa internacional [a daqui era censurada] sobre torturas e abusos dos direitos humanos.
Era parte da chamada “rede de apoio”, empresários, professores, cassados, profissionais liberais, cuja maioria nem defendia a luta armada, mas sabia que algo deveria ser feito, para mostrar que uma ditadura não pode passar sem resistência.
No dia seguinte, dia 20 de janeiro de 1971, nossa casa foi cercada e invadida.
Há exatos 40 anos.
Traziam metralhadoras e granadas.
Esperavam encontrar um aparelho subversivo na orla do Leblon.
Mas era apenas a casa de um casal jovem, de 41 anos, com 5 filhos pequenos, que se preparava para ir à praia, no feriado de São Sebastião.
Levaram Raul embora, mas parte da equipe ficou na casa.
Quem chegasse, era preso também.
Pulei o muro escondido, para levar um bilhete à vizinha. Dei a volta na quadra, para escapar dos olhos dos agentes. Bilhete escrito pela minha mãe, que avisava da prisão e pedia para ninguém aparecer.
Meu pai foi levado para o CISA e lá foi torturado.
No dia seguinte, o DOI/Codi, do Exército, que centralizava as operações de repressão política, soube que havia um “peixe grande” com a Aeronáutica, e o transferiu para as suas dependências, sede do I Exército.
E continuou a torturá-lo.
Sem sucesso, pelo visto, pois para lá levaram minha mãe e irmã de 14 anos.
Mas era tarde demais. Ele morrera.
Minha irmã foi liberada no dia seguinte.
Minha mãe, só 13 dias depois.
Que começou a luta que durou uma vida.
O Exército no início não admitia a prisão dele nem delas.
Depois, montou uma farsa, de que ele tinha fugido.
Sabemos hoje que ele morreu dois dias depois.
Tem-se até os nomes de quem o matou, sob o comando de quem.
Quanto ao seu corpo, há testemunhas de que fora enterrado no Recreio dos Bandeirantes, no Alto da Boa Vista, na Rio Santos, jogado de um avião, esquartejado.
É mais um na lista dos desaparecidos políticos.
Dia 20 de janeiro é o dia em que a família decretou a data de sua morte.
Não temos um jazigo, mas temos uma data artificial.
A morte requer rituais.
E a força da família se mobilizou para a Anistia, o fim da ditadura e muitas outras lutas.
Há 40 anos, este caso não se encerra.
Pois se o Estado não quer, assim será.
Sob as incongruências da Lei da Anistia, o Brasil nos pede para virar a página e esquecer.
Não, não dá para esquecer...
MARCELO RUBENS PAIVA
http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/20-de-janeiro/
Fonte: Blog do Jader Resende.
Há 40 anos, à noite, duas mulheres foram presas ao desembarcar no Galeão, de um voo vindo do Chile.
Uma foi visitar o filho. A outra, a irmã, casada com ele.
Exilados em Santiago, onde se reunia grande parte dos brasileiros perseguidos e banidos pelo regime militar, sob a proteção da ainda democracia de Allende.
Exilados e agentes duplos.(?)
O voo era monitorado por agentes da Cisa, Centro de Informações da Aeronáutica, cuja sede era na Base Aérea do Galeão, ao lado.
Havia informações de que as duas senhoras traziam cartas para amigos e familiares dos “terroristas”.
Foram presas dentro do avião e revistadas na Aeronáutica.
Encontraram, entre algumas cartas, duas para um tal Raul, com o telefone dele anotado no envelope.
Uma de agradecimento, de uma ex-estudante envolvida com o MR-8, que Raul ajudou a tirar do Brasil [filha de um dos seus melhores amigos].
Outra com uma análise sobre a luta armada e os exilados.
Raul era o codinome do meu pai.
Que, como muitos brasileiros, combatia a ditadura do jeito que dava: escondia perseguidos, tirava-os do Brasil por rotas secretas, dava passaporte falso, dinheiro, mandava relatos para a imprensa internacional [a daqui era censurada] sobre torturas e abusos dos direitos humanos.
Era parte da chamada “rede de apoio”, empresários, professores, cassados, profissionais liberais, cuja maioria nem defendia a luta armada, mas sabia que algo deveria ser feito, para mostrar que uma ditadura não pode passar sem resistência.
No dia seguinte, dia 20 de janeiro de 1971, nossa casa foi cercada e invadida.
Há exatos 40 anos.
Traziam metralhadoras e granadas.
Esperavam encontrar um aparelho subversivo na orla do Leblon.
Mas era apenas a casa de um casal jovem, de 41 anos, com 5 filhos pequenos, que se preparava para ir à praia, no feriado de São Sebastião.
Levaram Raul embora, mas parte da equipe ficou na casa.
Quem chegasse, era preso também.
Pulei o muro escondido, para levar um bilhete à vizinha. Dei a volta na quadra, para escapar dos olhos dos agentes. Bilhete escrito pela minha mãe, que avisava da prisão e pedia para ninguém aparecer.
Meu pai foi levado para o CISA e lá foi torturado.
No dia seguinte, o DOI/Codi, do Exército, que centralizava as operações de repressão política, soube que havia um “peixe grande” com a Aeronáutica, e o transferiu para as suas dependências, sede do I Exército.
E continuou a torturá-lo.
Sem sucesso, pelo visto, pois para lá levaram minha mãe e irmã de 14 anos.
Mas era tarde demais. Ele morrera.
Minha irmã foi liberada no dia seguinte.
Minha mãe, só 13 dias depois.
Que começou a luta que durou uma vida.
O Exército no início não admitia a prisão dele nem delas.
Depois, montou uma farsa, de que ele tinha fugido.
Sabemos hoje que ele morreu dois dias depois.
Tem-se até os nomes de quem o matou, sob o comando de quem.
Quanto ao seu corpo, há testemunhas de que fora enterrado no Recreio dos Bandeirantes, no Alto da Boa Vista, na Rio Santos, jogado de um avião, esquartejado.
É mais um na lista dos desaparecidos políticos.
Dia 20 de janeiro é o dia em que a família decretou a data de sua morte.
Não temos um jazigo, mas temos uma data artificial.
A morte requer rituais.
E a força da família se mobilizou para a Anistia, o fim da ditadura e muitas outras lutas.
Há 40 anos, este caso não se encerra.
Pois se o Estado não quer, assim será.
Sob as incongruências da Lei da Anistia, o Brasil nos pede para virar a página e esquecer.
Não, não dá para esquecer...
MARCELO RUBENS PAIVA
http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/20-de-janeiro/
Fonte: Blog do Jader Resende.
POLÍTICA - Quando a política pode ser nobre.
Ricardo Kotscho
Quem teve a felicidade de participar da homenagem prestada neste 25 de janeiro pela cidade de São Paulo ao mineiro José Alencar foi testemunha de que, depois das baixarias da recente campanha eleitoral e em meio às bandalheiras generalizadas denunciadas nos últimos dias, a política também pode ser nobre.
Ao final da cerimônia, pareciam todos felizes com o que tinham acabado de assistir no improvisado auditório montado no saguão da sede da Prefeitura no Viaduto do Chá. Enquanto Alencar era rapidamente retirado em sua cadeira de rodas por médicos e enfermeiros, políticos de todas as tendências conversavam como se fossem todos do mesmo partido.
“Este é o nosso Brasil, olha aí, hoje veio todo mundo, tem de tudo”, resumia com alegria o tucano histórico José Gregori, na garagem do prédio, no momento em que o ex-vice-presidente se despedia dos convidados para voltar ao hospital.
Foi um encontro ecumênico que emocionou a todos, deixando uma brava lição de coragem de alguém que luta para continuar vivendo e é capaz de sorrir mesmo nos momentos mais difíceis, reunindo à sua volta adversários políticos de todos os partidos.
A presidente Dilma, o ex-presidente Lula, o governador Alckmin, o vice Temer, o prefeito Kassab, petistas, tucanos, democratas e peemedebistas, ali eram todos apenas amigos de José Alencar, um raro exemplo de nobreza na vida política brasileira. Durou só uma hora, mas valeu o dia. Vida que segue.
Fonte: Balaio do Kotscho.
Quem teve a felicidade de participar da homenagem prestada neste 25 de janeiro pela cidade de São Paulo ao mineiro José Alencar foi testemunha de que, depois das baixarias da recente campanha eleitoral e em meio às bandalheiras generalizadas denunciadas nos últimos dias, a política também pode ser nobre.
Ao final da cerimônia, pareciam todos felizes com o que tinham acabado de assistir no improvisado auditório montado no saguão da sede da Prefeitura no Viaduto do Chá. Enquanto Alencar era rapidamente retirado em sua cadeira de rodas por médicos e enfermeiros, políticos de todas as tendências conversavam como se fossem todos do mesmo partido.
“Este é o nosso Brasil, olha aí, hoje veio todo mundo, tem de tudo”, resumia com alegria o tucano histórico José Gregori, na garagem do prédio, no momento em que o ex-vice-presidente se despedia dos convidados para voltar ao hospital.
Foi um encontro ecumênico que emocionou a todos, deixando uma brava lição de coragem de alguém que luta para continuar vivendo e é capaz de sorrir mesmo nos momentos mais difíceis, reunindo à sua volta adversários políticos de todos os partidos.
A presidente Dilma, o ex-presidente Lula, o governador Alckmin, o vice Temer, o prefeito Kassab, petistas, tucanos, democratas e peemedebistas, ali eram todos apenas amigos de José Alencar, um raro exemplo de nobreza na vida política brasileira. Durou só uma hora, mas valeu o dia. Vida que segue.
Fonte: Balaio do Kotscho.
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