segunda-feira, 18 de abril de 2011

POLÍTICA - PSDB terceiriza críticas na TV.

Ricardo Kotscho.

FHC e Aécio elogiam a presidente Dilma e defendem uma oposição firme, ma non troppo, enquanto Serra bate pesado no twitter.

Os principais líderes divergem sobre a melhor estratégia para combater o PT, mas nenhum deles deu as caras até agora nos comerciais de televisão que o PSDB colocou no ar esta semana.

Com dez inserções de 30 segundos cada por dia, as peças criadas pelo publicitário Stalimir Vieira começaram a ser exibidas em todas as emissoras de TV do país na quinta-feira. Neles o principal partido de oposição dispensou os políticos e vem utilizando atores anônimos para terceirizar críticas ao governo.

O primeiro personagem foi um jovem com sotaque nordestino, roupas simples, típico representante do “povão” que antes não viajava de avião, citado esta semana por FHC no manifesto “O papel da oposição”. Empurrando o carrinho de bagagem em algum aeroporto, o rapaz manda bala:

“Olha os aeroportos! Ninguém faz nada! Estão esperando o que? As obras atrasarem bastante para ficarem muito mais caras? E a gente? Nós vamos pagar por tudo isso e ainda por cima passar vergonha?”

Os dois comerciais terminam com a mesma advertência: “É preciso abrir o olho. Tem muita coisa errada por aí”. No segundo, a personagem dona de casa reclama dos preços que estão subindo no supermercado, acenando com o fantasma da volta da inflação.

“O governo disse outro dia que não vai mais controlar a inflação. Por que não quer ou por que não sabe? O que esta turma andou aprontando?”. As indagações são feitas pela moça sem citar as fontes, com ar de desafio, lembrando que o PSDB acabou com a inflação em 1994.

A assinatura dos comerciais é meio estranha: “A gente não cobra cargos. A gente cobra competência”. Cobrar competência, tudo bem, todos nós cobramos. Mas cobrar cargos me parece um direito dos partidos aliados que estão no governo, e não da oposição, por suposto.

Vocês viram estes comerciais na TV? Qual foi a impressão dos leitores do Balaio?
Autor: Ricardo Kotscho

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