sábado, 9 de fevereiro de 2019

POLÍTICA - O imbecilismo no poder.

A professora da USP que misturou Bolívar, Marx e Lênin não precisará se corrigir porque o imbecilismo está no poder

 
O detalhe mais importante da estultice proferida pela professora Maristela Basso na Jovem Pan é que ela, dois dias depois, não se corrigiu.
Sua página no Facebook continua incólume.
Maristela, que dá aulas de Direito Internacional na USP, participou de um programa e, a certa altura, comentou que Simon Bolívar tinha sido influenciado por Marx.
“Era o tempo do auge também das leituras de Marx, de Lênin, do comunismo”, chutou, logo após classificar a Bolívia de “ditadura terrível” (!?!)
Bolívar nasceu em 1783 e assumiu a presidência da recém-criada Venezuela em 1813. O filósofo alemão é de 1818 e seu famoso manifesto foi lançado em 1848.
Lênin veio ao mundo em 1870, 40 anos após a morte do “Libertador das Américas”.
A doutora Maristela está longe de ser uma exceção no que certamente é o período mais tosco da nossa história.
Os idiotas perderam a modéstia de vez e em nome do perigo vermelho vale tudo.
Recentemente, Kim Kataguiri afirmou que Marx — sempre ele — percebeu seus erros após a Primeira Guerra, quando ele estava a sete palmos de terra havia 31 anos.
Seu amigo Nando Moura, youtuber direitista recomendado pelos Bolsonaros, cravou que “Stalin recebeu duas vezes o Nobel da Paz”, sandice aparentemente saída da cabeça de um tal Rubinho Nunes, um dos 548 líderes do MBL.
Tudo isso em meio às picaretagens de Damares e às mamadeiras de piroca, sobre as quais senta o gênio de Olavo de Carvalho, mentor de um chanceler obcecado com a fraude do “marxismo cultural” e um ministro da Educação que não fala português, entre outros.
Outro dia escrevi sobre “Idiocracia”, uma comédia americana despretensiosa que serve como tradução do culto do imbecilismo no Brasil.
Joe Bauer (Luke Wilson) é um bibliotecário do Exército meio burro, escolhido para participar de um projeto científico com uma prostituta chamada Rita (Maya Rudolph).
Eles acordam de um congelamento 50 anos depois. A raça humana passou por processo de derretimento das capacidades cognitivas e intelectuais.
Joe e Rita viram luminares num planeta em que todos consideram a atividade de pensar algo para “bichas”.
O presidente, Camacho (Terry Crews), é um idiota exibicionista. Joe, nesse cenário, acaba sucedendo-o e é aclamado como o homem mais sábio da Terra.
É onde que fomos parar.
Maristela e quejandos não precisarão pedir desculpas pela ignorância porque, afinal, isso é coisa de bicha. 

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