Mario Marona
O DILEMA DA GLOBO
A Globo está experimentando pela primeira vez o ódio generalizado.
Sempre foi odiada pela esquerda, mas desde o crescimento das religiões evangélicas, sobretudo pentecostais e neopentecostais, passou a ser hostilizada pelos seguidores destas denominações, por influência de seus pastores e proprietários.
Agora, virou alvo da repulsa da direita, que sempre atendeu na linha editorial de seus telejornais. E ganhou a ojeriza de bolsonaristas e fascistas.
Tecnicamente, a Globo ainda faz a melhor televisão do Brasil.
Mas com o advento de opções de streaming em entretenimento e num país que empobrece culturalmente e cujo povo incorporou como natural a estética simplificada e sem sofistificação das redes sociais, com o tempo nem o chamado padrão Globo de qualidade fará muita diferença. Basta lembrar que faz duas ou três semanas que o país assiste a jogos de futebol pelo celular, narrados pelos próprios clubes mandantes das partidas.
Para uma empresa que dedicou tanto esforço, tempo e dinheiro para insuflar o antipetismo, deve ser estranho ser acossada pelo antiglobismo.
A Globo não precisa apenas se reinventar, para usar uma palavra da moda.
Precisa arrumar outro povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário