segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ECONOMIA - Privataria a caminho.

 

ZEMA QUER PRIVATIZAR A CEMIG E ENTREGAR AO MERCADO A PRINCIPAL EMPRESA PÚBLICA MINEIRA. CONFIRA O ARTIGO DE MARCELO CORREIA, TRABALHADOR APOSENTADO DA CEMIG E MEMBRO DO CONSELHO DELIBERATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS DA CEMIG SAÚDE E FORLUZ (ABCF)*
Mineirada,
Acho que estamos menosprezando o debate sobre a privatização da Cemig. O governador Zema colocou o assunto como prioridade desde o primeiro dia de seu mandato, e está atuando desde então para concretizar suas intenções.
Segunda a matéria publicada no jornal O Tempo de hoje, 11/12/2020, Zema “espera arrecadar para os cofres da estatal algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões”. Ou seja, a Cemig Holding vende todo o recheio e depois distribui os dividendos. O estado tem apenas 17% do capital, ou seja, receberá no muito R$2,5 bilhões. Esta é a forma encontrada: a Cemig é uma holding que controla as subsidiárias de distribuição, geração e transmissão de energia. Zema quer vender Cemig D e Cemig GT e deixar a Cemig H como uma caixa vazia.
Este é o golpe para evitar a emenda 50 da constituição mineira, conquistada junto ao governador Itamar Franco, que prevê o plebiscito popular para vender as estatais. O pior é que acredito que ele pode conseguir a maioria na Assembleia Legislativa e no judiciário para cometer este crime contra o povo mineiro.
A grande mentira de Zema é afirmar que “temos uma empresa que não consegue investir volume suficiente para atender a demanda”. Mesmo no alge da crise, a Cemig apresentou resultados positivos. Em 2019, lucrou R$2,9 bilhões; de 2013 a 2019, somou R$ 14,3 bilhões. No primeiro semestre deste ano, já apresenta lucro de R$ 1 bilhão. Esta história de investimento privado é pura enganação. Os investimentos em energia elétrica — seja na distribuição, transmissão ou geração — são controlados pela ANEEL. A agência reconhece e remunera na tarifa. No final, somos nós consumidores que pagamos integralmente pelos investimentos. E, é claro, pelo lucro também.
A Cemig tem com seus trabalhadores e ex-empregados um compromisso pós-emprego (fundo de previdência e plano de saúde) de mais de R$ 7 bilhões. Para obter o dinheiro pretendido com a venda, certamente o governador pretende dar o calote nos empregados, que são cidadãos mineiros. E não é o estado de Minas Gerais quem vai receber o bônus do calote, mas os acionistas (em sua maioria estrangeiros) e o futuro comprador (provavelmente uma estatal chinesa).
No final, Minas Gerais perderá a Cemig que, ao contrário do que afirma o governador Pinóquio, é a mais importante empresa de desenvolvimento de Minas Gerais, a que gera mais riquezas e que oferece os melhores empregos do estado. A privatização levará tudo isto embora, assim como foi nosso ouro e nosso minério. Ficaremos com as barragens, sem manutenção, os subempregos, os acidentes de trabalho e a falta de energia para a população. Certamente, pagando uma conta ainda mais cara!
Espero que não! Vamos à luta!
*Marcelo Correia de Moura Baptista
Aposentado Cemig
Conselheiro da ABCF (Associação dos Beneficiários da Cemig Saúde e Forluz)
Mandato Sempre na Luta
Rogério Correia, deputado federal (PT-MG)

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