domingo, 24 de fevereiro de 2013

POLÍTICA - O que une "os sem rumo" é o ódio ao PT e à grande maioria que votou no Lula e na Dilma.




Dr. Rosinha


Marcelo Zero


O PSDB lançou extraoficialmente a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República com um texto/discurso bem chinfrim sobre os “13 erros do PT”.

Foi primeiro grande erro.

Com efeito, independentemente da análise dos supostos 13 erros, é evidente que a pré-candidatura do PSDB começa muito mal. Como Serra, Aécio parece estar apostando no antipetismo para se viabilizar politicamente.

Não vai conseguir. Esse discurso anti-Lula e anti-PT, e agora também anti-Dilma, só sensibiliza e atrai 20% do eleitorado, no máximo. Um eleitorado que, de qualquer forma, não votará no PT.

Tanto Dilma quanto Lula têm recordes de popularidade e o apoio firme de cerca de 80% da população. Essa população, grandemente beneficiada pelas políticas econômicas e sociais implantadas nos governos do PT, não dá a menor bola para esse tipo de discurso engendrado pela pequena horda de ressentidos que domina a Oposição e a mídia nacional.

Para o sujeito que antes não comia e hoje se alimenta bem, o que importa é a comida na mesa. Para a mãe que antes tinha os filhos na rua, o que interessa é que os filhos hoje vão à escola, graças ao Bolsa Família. Para a família que não tinha moradia, o que importa é o teto sobre a cabeça, obtido graças ao Minha Casa Minha Vida. Para o indivíduo que antes não tinha luz, o que faz diferença é a energia chegando à sua casa, graças ao Luz Para Todos. Para o estudante pobre, que antes não tinha acesso ao ensino superior, o que importa é entrar na universidade, com o auxílio do ENEM, do Prouni e do Fies. Para quem estava desempregado, o que faz toda a diferença é o emprego com carteira assinada, com salário garantido todo o final de mês.
Será que os “estrategistas” do PSDB acham que essas pessoas leem a Veja? Não leem. E, se lessem, jogavam no lixo.

A última candidatura de Serra apostou, especialmente no fim da campanha, nesse tipo de discurso de ódio e de ressentimento para se afirmar. Não conseguiu absolutamente nada, a não ser os minguados votos daqueles que não iam votar no PT de qualquer modo. E transformou-se numa espécie de Tea Party tupiniquim, atraindo os setores mais atrasados e reacionários da vida política nacional.

A pré-candidatura Aécio vai pelo mesmo caminho da mediocridade ressentida.

O PSDB teria feito muito melhor se tivesse apresentado à opinião pública um documento com 45 propostas para melhorar o Brasil. Teria dado boa contribuição para um debate democrático de nível sobre o Brasil do futuro.

Mas há um problema: o PSDB e a oposição não têm propostas, novas ideias para apresentar. A oposição conservadora brasileira é viúva ideológica de um neoliberalismo acossado pelo fracasso político e petrificado pela crise econômica que criou. Eles não sabem mais o que fazer e como fazer. Perderam o rumo. Estão incapacitados de construir um projeto alternativo ao exitoso projeto de crescimento com inclusão social implementado pelos governos do PT.

São incapazes de compreender esse novo Brasil que vem sendo criado desde 2003, e não conseguem atrair mais os eleitores. Não dialogam com essa imensa legião de pessoas que saíram da miséria e melhoraram de vida. Falam para si mesmos e para a minoritária e ruidosa opinião publicada encastelada na grande mídia conservadora. Não falam para a verdadeira opinião pública e para o Brasil real. Sucumbiram a um neoudenismo tardio, e estão imersos num mundo autorreferenciado. O que os une é o ódio ao PT e o desprezo à grande maioria do povo que votou em Lula e Dilma.

Estão perdidos, perderam a noção.

Continuando assim, a candidatura do PSDB se transformará na candidatura do gueto obscuro da Veja.

Uma candidatura para 2014 só será vitoriosa se dialogar com o novo Brasil que foi criado, que demanda novas utopias e tem novos anseios e interesses. Uma candidatura para 2014 só terá êxito se aprofundar o novo paradigma de desenvolvimento nacional. Uma candidatura para 2014 só terá chances de ser bem-sucedida se apontar os caminhos do futuro.

Uma candidatura para 2014 só terá êxito se abraçar a esperança do Novo Brasil. Mas eles parecem ter escolhido, de novo, o ódio dos que perderam os privilégios do passado.

Um grande e fatal erro.

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