segunda-feira, 1 de setembro de 2014

POLÍTICA - Malafaia e a Marina.

Malafaia, o homem que mudou o programa de Marina, diz o que pensava dela em 2010

 Autor: Fernando Brito
malafaia

Não costumo entrar em questões religiosas e nem vou fazê-lo. Absolutamente nada contra os evangélicos, entre os quais já conheci muitas pessoas de grande caráter, humanidade e tolerância, como as conheci em outras ou nenhuma religião.
Mas ontem o senhor Silas Malafaia entrou como um furacão na campanha eleitoral, não apenas para manifestar seu apoio a um candidato (ele diz apoiar o Pastor Everaldo, mas já afirmou-se “marinista” do segundo turno) mas para humilhar publicamente Marina Silva, fiel de sua igreja, a Assembléia de Deus, e faze-la voltar atrás em compromissos assumidos publicamente em seu programa de governo.
Exigiu-o e conseguiu quase que imediatamente.
Não precisou esperar nem pela terça-feira, prazo fatal de seu ultimato à candidata.
Passou, portanto, à condição de agente no processo político.
É justo, portanto, que se recorde o que ele dizia da candidata que vai apoiar e sobre a qual exerce, também nas suas ações políticas, o papel de condutor que se demonstrou no episódio.
Este é o vídeo no qual, em 2010, aunciava ter retirado seu apoio à então candidata do PV e passado a dar suporte a José Serra.
De tudo o que diz, deixo claro, discordo. Menos, e apenas, de que as bibliotecas públicas tivessem ao menos uma Bíblia em seu acervo. Não acho nada de mais e eu mesmo tenho uma, sem professar nenhuma religião. Ela faz parte da cultura ocidental, como fazem o Corão árabe e os Vedas hindus da oriental – aliás, inspirado nos Vedas, começou sua luta um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro, a quem conheci no final de sua vida, Octávio Brandão.
Não tenho nenhum problema em dizer isso e nem acho que isso ofenda o laicismo do Estado.
Malafaia tem o direito de apoiar a quem quiser. No momento, porém, em que se converte em tutor de Marina Silva, passa a ser de interesse público saber o que disse dela e o que lhe dirá agora.

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