“Eu tenho 18 anos e não tenho liberdade de expressão porque o PT tira todos os direitos”, declarou Isabella Trevisani no auge das manifestações pelo impeachment de Dilma (vídeo no pé do artigo).
Ontem, Isabella foi alvo de um mandado de busca e apreensão e também teve impetrada uma ordem de bloqueio de suas redes sociais. Tudo isso durante o governo que ela sonhou e contribuiu para aí estar.
Suas postagens foram consideradas “graves ofensas a Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem” pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O STF não é o governo, mas Alexandre de Moraes era ídolo de Isabella quando secretário de Alckmin e sua truculência era direcionada contra esquerdistas, professores ou estudantes.
Agora Isabella sente na própria pele o que considerava “justo” para os demais.
No último dia 31 de março, aniversário da ditadura, foi Isabella Trevisani quem começou a briga na avenida Paulista ao borrifar spray de pimenta e xingar manifestantes. Estava lá apenas para isso.
No domingo seguinte, sobre um caminhão de som e discursando em favor dos militares, foi ela quem botou pilha nas agressões sofridas pela dupla de amigos Eloisa Araújo e Kim Scher.
Com o microfone ligado, ela acusou-os de serem responsáveis pela pancadaria do domingo anterior. A seu modo histérico e inconsequente, Isabella poderia ter causado um linchamento.
Kim foi jogado ao chão e recebeu socos e chutes, enquanto Eloisa quase foi enforcada por um trio de cidadãos de bem.
Agora efetivamente perseguida e sem seu direito de postar bobagens, a ativista da extrema direita diz que está “assustada, minha família sendo exposta de maneira covarde”. Vinte e quatro horas de ditadura foram demais para a moça?
Entender a cabeça dessa direita que, depois de conquistar o que defendia, passa se ‘arrepender’, a dizer que ‘foi enganada’, a se revoltar, é um exercício hercúleo.
A situação que melhor representa essa confusão mental foi o episódio em que um manifestante pró intervenção militar foi constrito, por um policial, a tirar seu caminhão da Paulista. Desolado, ele desabafou: “A gente não tem liberdade”.
As postagens de Isabella e seus semelhantes são graves ofensas à inteligência e à razão. Quem pede o militarismo e depois se espanta com a ausência de liberdade deveria estar em tratamento intensivo na ala psiquiátrica.
Pior ainda fazem Alexandre de Moraes (e Toffoli, claro) ao darem cartaz para uma insignificante candidata que abarcou míseros 512 votos – 0;00% – em sua alucinada tentativa de tornar-se deputada estadual, menos da metade de seus seguidores na página oficial. Em 2018 ela concorreu ao cargo pelo PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro).
Se fosse uma obra séria e que de fato fizesse jus ao título, o livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” deveria ser entregue gratuitamente a Isabella Trevisani, José Padilha e demais bolsominions arrependidos.
Afinal, estão colhendo o que plantaram.
A truculência, o autoritarismo, a promiscuidade com as milícias e com o crime organizado e, sobretudo, a total adequação à “velha política” que diziam ser alternativa, sempre esteve visível. Só aderiu quem é maluco ou quem agiu de má fé.
O país está um caos, com as instituições ultrapassando seus limites de atuação, algo que Isabella e companhia limitada consideravam correto quando os alvos eram Dilma e Lula ou qualquer outro que vestisse uma camiseta vermelha.
Tomou?
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