sexta-feira, 9 de setembro de 2011

POLÍTICA - Prévia no PT para escolha do candidato a prefeito.

Falcão diz que candidato em SP deverá sair de prévia


Diante da dificuldade de consenso, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que tudo caminha para a realização de uma disputa interna para a escolha do candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. A prévia deverá ser realizada em 27 de novembro.

"O objetivo é definirmos o nome ainda este ano, sobretudo porque se o escolhido for uma novidade é preciso que haja mais tempo para divulgarmos a candidatura", diz Falcão.

A reportagem é do jornal Valor, 09-09-2011.

A senadora e ex-prefeita Marta Suplicy aparece na liderança da pesquisa Datafolha, divulgada no início da semana, com média de 30% de intenção de voto, em diferentes cenários. Mas enfrenta a concorrência de outros correligionários, como os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, e principalmente, o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Haddad oscila entre 1% e 2% na pesquisa, mas tem a seu favor o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rui Falcão afirma que as pesquisas são apenas um retrato do momento, o que também não significa, explica, que Haddad possa ser beneficiado por uma transferência de popularidade de Lula, como ocorreu com a presidente Dilma Rousseff, na eleição do ano passado.

"Tem coisas que são diferentes. A Dilma estava no governo com ele [Lula] havia sete anos e ia fazer a sucessão do governo dele. Era parte de tudo aquilo que ele construiu. Aqui em São Paulo é diferente. Haddad participou do governo dele, participa do governo da Dilma, mas não há a mesma linha de raciocínio para um caso e para outro", argumenta Rui Falcão. "Ele [Lula] sempre respeita as decisões do partido, embora seja o que tenha mais condições de influenciar nas pretensões que ele várias vezes manifestou", diz.

O processo de escolha está sendo feito com cautela. O presidente do PT afirma que, pela primeira vez, os encontros da base com os pré-candidatos não permitem o debate entre os concorrentes. Entre a conclusão das 36 plenárias - já iniciadas, uma para cada diretório zonal do partido na capital - e a realização da prévia haverá "pouco tempo" para o confronto direto, um ou dois no máximo. Tudo para evitar um estilhaçamento.

Rui Falcão conta que o mesmo cuidado de manter a unidade do partido tem sido adotado em outras cidades. Nos últimos meses, Falcão visitou 25 capitais para ver de perto a situação local e, por vezes, apagar incêndios. Dois casos foram contornados: o da ex-senadora pelo Mato Grosso, Serys Slhessarenko, e o do prefeito de Palmas, Raul Filho, que haviam sido expulsos do partido.

O PT é a sigla que atualmente administra o maior número de capitais, sete ao todo. Por outro lado, em cinco delas o prefeito não terá direito à reeleição: Fortaleza, Vitória, Palmas, Porto Velho e Rio Branco. Rui Falcão, porém, afirma que o número pode ser mantido ou mesmo ampliado, com a eleição de sucessores nestas cidades, a manutenção de Recife e Goiânia e a conquista de Salvador, São Paulo, Aracaju e Campo Grande.

Nas outras capitais e municípios prioritários, com mais de 150 mil eleitores, prevalecerá a "política de compensações", de alianças, que podem incluir até siglas da oposição na coligação. Falcão afirma que a proibição de aliança com PSDB, DEM e PPS, aprovada no Congresso do PT, no fim de semana, se restringe à presença deles na chapa, entendida apenas como o candidato a prefeito e o vice.

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