quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PRIVATARIA TUCANA - Quatro mentiras encontradas na defesa de Verônica Serra.

Do blog Os amigos do Presidente Lula.


A tardia defesa da filha de José Serra (PSDB/SP), em nota negando o livro "A Privataria Tucana" (semelhante aquelas negações de Maluf), em vez de melhorar, complicou mais a situação.

Documentos oficiais e públicos, inclusive assinados por ela, além de flagrantes, desmentem pelo menos 4 tópicos de sua defesa em relação à Privataria Tucana.

A primeira mentira

.... já foi apontada em diversos blogs (como aqui e aqui): Verônica Serra disse que não é indiciada, mas não corresponde à verdade. Ela está sim, indiciada na Justiça Federal em São Paulo:


http://www.jfsp.jus.br/foruns-federais/

A segunda mentira

Verônica Serra faz uma ginástica danada para parecer que era apenas uma funcionária burocrática que cumpria ordens e não foi sócia da irmã de Daniel Dantas. Pode até ser que a irmã de Daniel Dantas não tenha sido oficialmente a sócia, e ambas apenas se associaram no Conselho de Administração, porém Verônica Serra cai em contradição em sua versão e documentos desmentem sua explicação.

Ela foi sim sócia na sucursal brasileira, Decidir.com do Brasil S.A. (como comprova ata da A.G.E. publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo):



E quem era sócio na outra ponta, que trouxe R$ 5 milhões em 2000 para a empresa do paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas?

A Decidir.com International Ltd. (empresa off-shore com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas). Segundo a defesa de Verônica Serra dá a entender, quem estava por traz do dinheiro dessa off-shore seria o Citibank e o Banco Opportunity de Daniel Dantas. Assim a situação dela se complica, pois a coloca como sócia do próprio Daniel Dantas e não da irmã dele.

A terceira mentira

Verônica Serra diz que "... Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação...."

A verdade na afirmação acima está só na parte onde diz SEM LICITAÇÃO.

Vamos aos fatos: quando Verônica Serra estava na empresa Decidir, e seu pai era o todo-poderoso ministro sendo preparado por FHC para sucedê-lo, a empresa conseguiu um convênio com o Banco Central (do governo do Brasil) para ter acesso ao cadastro de cheques sem fundos. Se algo semelhante acontecesse no governo Lula ou Dilma diriam que era tráfico de influência.



Tela capturada em 10 de novembro de 2000, quando a empresa conseguiu acesso ao cadastro de cheques sem fundos do Banco Central.


Ainda há o caso da empresa SUPERBID, onde Verônica Serra e seu marido foram sócios, e que fazia leilões de venda de equipamentos e bens descartados pelas estatais paulistas no governo tucano Mário Covas, SEM LICITAÇÃO. Esta parte não está no livro Privataria Tucana, mas já foi alvo de inquérito no Ministério Público estadual de SP (engavetado), e gerou um pedido de CPI na Assembléia Legislativa Paulista, devido a reclamações de outros leiloeiros que não tinham "pistolão" político.

A quarta mentira

Ela diz: "...Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização...."

De acordo com seu currículo disponível na internet:
1997-1998 Foi Vice Presidente da Leucadia National Corporation.
1996 - Foi uma associada do Goldman Sachs & Co's NY Fixed Income Group.
1993-1995 Trabalhou no Banco BBA Creditanstalt
1991-1992 Trabalhou na Editora Abril (humm...)

Ao contrário do que ela disse, a Leucadia National Corporation tinha negócios no Brasil.

http://goo.gl/qeGyj


Verônica, em sua defesa, diz ter documentos mas, assim como Maluf, não disponibilizou nenhum para acompanhar seu texto de defesa, o que poderia elucidar mais fatos (ou talvez complicar).

Não faremos nenhum julgamento sumário como faz o PIG. Mas a CPI da Privataria será o lugar certo para ver quem está limpo e quem meteu a mão no dinheiro do patrimônio público durante a roubalheira ocorrida na privataria tucana.

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