04.06.12 - América Latina
No Dia do Meio Ambiente, manifestações acontecem no marco da Mobilização Global contra o Capitalismo e a Mercantilização da Vida
Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Amanhã, 5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente, ativistas de todas as partes do mundo vão se mobilizar contra a crise capitalista e em favor de saídas concretas para a crise ambiental. As manifestações serão realizadas no marco da ‘Mobilização Global contra o Capitalismo e a Mercantilização da Vida e em defesa dos bens comuns, da justiça social e ambiental’, convocada pela Assembleia de Movimentos Sociais durante o Fórum Social Temático, realizado em janeiro.
As manifestações de amanhã também querem reforçar o posicionamento dos movimentos sociais e suas propostas, que serão debatidas durante a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, a ser realizada nos próximos 15 a 23 no Rio de Janeiro (Brasil), onde também acontecerá a aguardada Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
A Articulação de Movimentos Sociais para a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) está reforçando o chamado da Assembleia dos Movimentos Sociais e evocando a sociedade civil a se juntar aos protestos para mostrar a força das mudanças que estão acontecendo desde toda a América Latina. Mobilizados, ativistas de várias partes do mundo vão lutar contra a mercantilização da vida e em defesa dos bens comuns e pela integração dos povos da região.
As ações preparadas para celebrar o Dia Internacional do Meio Ambiente serão mais uma oportunidade para rejeitar as propostas baseadas na ‘economia verde’ e lutar contra a crise sistêmica que se transforma em crise econômica, financeira, política, alimentar e ambiental e que prejudica o pleno desenvolvimento da vida humana. A Assembleia dos Movimentos acredita que hoje a "descolonização dos povos oprimidos e o enfrentamento ao imperialismo” são os principais desafios dos movimentos sociais de todo o mundo. Junto a isso, defendem que é preciso reafirmar o combate às transnacionais, a luta em favor da justiça climática e pela soberania alimentar, a luta pelo fim da violência contra a mulher, pela paz, contra a guerra, contra o colonialismo, as ocupações e a militarização dos territórios.
"A defesa da soberania e a autodeterminação dos povos, a justiça econômica, ambiental e de gênero, são a chave para o enfrentamento e a superação da crise, fortalecendo o protagonismo de um Estado livre das corporações e a serviço dos povos”, defendem.
Outra medida importante é conhecer e combater os agentes causadores do agravamento da crise. São bancos, transnacionais, conglomerados midiáticos, instituições internacionais e governos que conseguem benefícios como tratados de livre comércio e medidas de austeridade, que oprimem ainda mais a população, intensificando as migrações, os deslocamentos forçados, as desocupações, o endividamento e as desigualdades sociais.
O aquecimento global e a crescente emissão de gases poluentes na atmosfera também são resultados da crise. Para tentar contornar a situação, os agentes causadores da crise mundial desenvolveram a chamada ‘economia verde’ como ‘solução’para a crise ambiental e alimentar. No entanto, já está comprovado que esta falsa medida na verdade resulta na mercantilização e privatização da vida.
Os movimentos sociais e ambientais organizados por meio da Assembleia rejeitam enfaticamente esta falsa saída e outras como os agrocombustíveis, os transgênicos, a geoengenharia e os mercados de carbono, "que são novos disfarces do sistema”.
Assim, motivados pela necessidade urgente de lutar e inspirados na batalha de movimentos como Primavera Árabe, Ocuppy Wall Street, Os Indignados e nas reivindicações dos estudantes chilenos por educação, e certos de que a população mundial não deve continuar sofrendo os efeitos da crise capitalista, a Assembleia dos Movimentos Sociais conclama à participação na grande jornada de mobilização global contra o capitalismo e pede que a sociedade civil impulsione e a realização da Cúpula dos Povos.
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