sábado, 15 de junho de 2013

MOVIMENTO PASSE LIVRE - Hélio Fernandes comenta.

A Polícia, insubordinada, sem comando autêntico e visível, violentou e reprimiu manifestação que era um protesto pacífico e democrático. Agora, totalmente incontrolável. Os marqueteiros trouxeram Camões para a comparação entre OTIMISTAS e PESSIMISTAS. Pelo menos, cultura no debate eleitoral.

Helio Fernandes

Quatro opiniões, interpretações, conclusões, rigorosamente majoritárias sobre os acontecimentos de São Paulo e do Rio, que já repercutem no exterior, incluindo críticas duras e preocupadas da Anistia Internacional. E que ninguém sabe como vai terminar.

1 – As manifestações começaram de forma rigorosamente pacíficas, eram protestos não só quanto ao aumento inesperado dos preços. Muitas pessoas, em praça pública, diziam: “Até aceito o aumento das passagens, mas é preciso melhorar, e muito, a qualidade dos serviços”. Escorchados nos preços e negligenciados nos serviços.
Era vivível a boa vontade, mas o poder público não cobra das empresas pelo menos a prestação de um serviço razoável. Os trens, ônibus e metrôs, todos encarecem juntos, mas continua a superlotação, horas e horas a esperar um transporte, que não serve a ninguém, ou “serve” de forma inacreditável de tão precária.
2 – Podia ter começado um diálogo a partir daquela constatação, não havia ninguém para cuidar do assunto, governador e prefeito em Paris, ninguém para fazer uma intervenção não hostil. Manifestações, protestos, reivindicações são próprios da democracia.
O EXAGERO AUTORITÁRIO DA POLÍCIA
3 – Estabanada, sem comando superior, a Polícia entrou logo com violência, agredindo, exorbitando, praticando um dos piores crimes, que é o “abuso do Poder”. Alguns dizem, “estavam desarmados”. A Polícia nunca está desarmada, sempre leva vantagem, usam e abusam do que chamam de “armas não letais”. Mas essas armas devem ser usadas contra partes inferiores do corpo, os policiais atiravam prazerosamente contra o rosto e a cabeça dos manifestantes.
A maioria dos feridos, no rosto e até nos olhos. E pasmem, existem testemunhos e imagens das câmeras flagrando policiais derrubando simples cidadãos e anulando-os implacavelmente. Era o mais forte, pelo físico, treinamento e armas, massacrando os cidadãos que pagam impostos, só não queriam pagar esses aumentos indiscriminados de preços.
4 – Os manifestantes cometeram então provavelmente o único erro: a depredação, chamada de vandalismo. Nisso eles perdem em qualquer avaliação. Foi exagero, patrimônio público e privado não pode ser destruído. Mas queriam o quê? Que a multidão continuasse sendo agredida, violentada e espancada, e “desse a outra face”? Nesse item, não há justificativa, mas atenuante para os manifestantes.
E agora, como terminará o episódio provocado lamentavelmente pelas Polícias de São Paulo e do Rio? E que já se espalham por 6 ou 7 capitais.
ALCKMIN E CABRAL:
“O PROTESTO É POLÍTICO”  
Os dois governadores tentaram levar a manifestação para outro plano, mais alto, como se tudo tivesse sido planejado e executado com “alguém” comandando. Alckmin e Serginho gaguejavam, não conseguiam chegar ao final da frase, mesmo porque era tudo inconsistente, incoerente, imprudente. Alckmin, Haddad, Sergio Cabral não responderão pela ausência, a inércia, a cumplicidade? (Não cito o prefeito do Rio, ele não apareceu, simplesmente não participou).

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