De tudo que li, vi e ouvi nas duas ultimas semanas sobre os prisioneiros do mensalão no Presídio da Papuda, nada me tocou mais do que a foto de Dida Sampaio, do Estadão, publicada na quarta-feira, mostrando toda a tristeza do mundo estampada no rosto de uma senhora de óculos escuros, que caminhava com uma garrafa de água na mão, no pátio da cadeia.
O nome dela é Simone Vasconcelos e dela pouco se sabe, além do fato de ser casada, ter dois filhos e um neto, ex-funcionária da SMPB de Marcos Valério, encarregada de entregar envelopes com dinheiro a políticos em Brasília, e por isso condenada a 12 anos, 7 meses e 20 dias de prisão, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Trata-se de uma pena maior do que a dos políticos condenados no processo.
Ao fazer a sustentação oral no STF, no dia 7 de agosto do ano passado, o defensor de Simone Vasconcelos, Leonardo Yarochewsky, afirmou que a ré era "simples empregada, e o dinheiro não lhe pertencia". Para o advogado, "isso remonta à idade medieval, em que o indivíduo era punido pelo Código de Hamurabi. O que mais se faz nesse processo é culpar pessoas pelo cargo que ocupavam, ou porque ocupavam cargo em determinado banco, ou em determinado partido, ou em determinada agência de publicidade".
Yarochewsky argumentou que Simone não conhecia nem sabia quem eram os parlamentares que recebiam dinheiro. "O que o patrão faz com o dinheiro não cabe ao funcionário questionar".
Até ontem, Simone estava presa, junto com Katia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, condenada a 14 anos e 5 meses de prisão, numa cela do 19º Batalhão da Polícia Militar, instalado dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, onde Dida Sampaio fez a fotografia que me chamou a atenção, no período de duas horas a que elas tinham direito a tomar sol. A cela tem beliches, um cano de água fria que serve de chuveiro e uma privada sem assento.
Por ordem da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, anunciada nesta quinta-feira, as duas agora serão levadas para a Penitenciária Feminina da Colmeia, embora seus advogados tenham pedido transferência para Belo Horizonte, onde moram suas famílias. Simone quer trabalhar para reduzir sua pena e poder sair do regime fechado antes de completar 60 anos.
No meu tempo, nem faz tanto tempo, dizia-se que uma fotografia vale por mil palavras e, como já escrevi mais de 400, vou parando por aqui, deixando apenas uma pergunta no ar: que perigo estas duas mulheres podem representar para a sociedade, a ponto de serem condenadas a penas de prisão tão longas, em regime fechado, enquanto homicidas e estupradores andam à solta por aí e mais de 800 políticos aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal?
Com a palavra, os nobres ministros do STF.
a) Subprime brasileiro: vendas FALSAS na planta, para quem não tem renda p/ financiamento bancário no ato da entrega do imóvel, mas consegue pagar “parcelinhas” reduzidas durante a construção (mínimo de 20% até mais de 60% das vendas brutas). Só corretores e executivos de construtoras é que ganham suas comissões / bônus, da mesma forma que Executivos de bancos dos EUA no subprime americano ;
b) MCMV 1 c/ 20% de inadimplência na CEF (mais que no subprime americano). CEF sozinha concede mais de 70% do crédito imobiliário no Brasil, se somar com BB então… Idêntico a Freddie Mac e Fannie Mae nos EUA durante o subprime americano ;
c) Investidores em proporção anormal: 80% de investidores em São Paulo p/ 1 dormitório no 1S2013 – pesquisa Folha de São Paulo, c/ lançamentos que aumentaram mais de 300%, ou seja, é só super-estoque com SONHO de crescimento de demanda futura, sem nenhum embasamento, atos INSANOS, típicos de bolha ;
d) Temos ainda várias informações FALSAS. Exemplo 1: de Jul/2012 a Jun/2013, de acordo com pesquisa CRECI SP c/ mais de 400 imobiliárias e tendo como base o preço REAL, NEGOCIADO, tivemos queda de 11,26% no preço do M2 de imóvel usado em São Paulo, contra crescimento de mais de 13% no mesmo período pelo FIPE ZAP quanto a preço ANUNCIADO. Exemplo 2: comunicados de crescimento de vendas do CRECI SP, que IGNORAM sazonalidade (não compara com mesmo mês de ano anterior), SIMULANDO crescimento, quando na realidade temos quedas desde 2.011. Exemplo 3: estoque divulgado por SECOVI SP IGNORA imóveis com mais de 36 meses do lançamento e com todos os atrasos que tem sido regra… Esta é outra característica típica de bolha: informações enviesadas, que induzem ao erro ;
e) De REAL mesmo, temos em São Paulo, estoques MONSTRUOSOS de 3 e 4 dormitórios anunciados para TENTAREM VENDER, na somatória de novos e usados, suficientes para mais de 4 anos de vendas, queda de 25% no preço de venda, c/ crescimento de 300% em oferta para aluguel em São José dos Campos e vários registros de reduções substanciais em preços REAIS em TODO o Brasil. Super-estoques, gerados por quedas relevantes em vendas REAIS e quedas relevantes de preços, são mais características típicas de bolha imobiliária ;
f) 5 construtoras de grande porte com Ações na BOVESPA quase falidas em função destas FALSAS vendas (FALSA venda não gera receita REAL). Créditos podres levando a quebra de construtoras no Brasil, idem a quebra de bancos nos EUA durante subprime…
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