Joaquim Barbosa no centro das discussões, outra vez

Jornal GGN - O ministro Joaquim Barbosa vive o centro das discussões políticas, com as recentes prisões de 11 acusados do esquema mensalão. Com o intuito de resolver o problema rapidamente, concluiu o caso durante o feriado da Proclamação da República, tomou medidas consideradas ilegais para retenção dos réus e criou desavenças com seus pares no Supremo.
Mas, desta vez, o que está no centro das discussões, tanto na mídia, como nas redes sociais e nos bastidores do Senado e Câmara, é o teor da ilegalidade da prisão dos condenados, dando ré na progressão da imagem de direito de Barbosa. Com a determinação de cumprimento imediato das sentenças sem embargos infringentes, o regime auferido em caso de condenações que não excedem 8 anos é de semiaberto.
Entretanto, as penas de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, além dos demais, estão sendo aplicadas em regime fechado na prisão da Papuda, em Brasília, como denunciou Luiz Fernando Pacheco, advogado de José Genoíno, ao Jornal GGN, no último domingo (17).
Além disso, entra em discussão a necessidade de enviar a Brasília os condenados da Ação Penal 470, em contramaré ao direito de recorrer e cumprir as prisões em seus Estados de origem. Os críticos à medida falam em “desperdício de dinheiro público”, conforme demonstram reportagens em vários veículos.
Atrelado a isso, o deputado petista Chico Vigilante divulgou em rede social conversa com o sub coordenador do Complexo Penitenciário da Papuda, informando, segundo ele, que “não há autorização – nem documento solicitado – ao sistema carcerário para receber os presos”.
Joaquim Barbosa hoje dará prosseguimento aos mandados, anunciando as prisões de mais sete réus, entre eles, o delator do esquema mensalão, Roberto Jefferson, e o deputado Valdemar Costa Neto.
Pretensões eleitorais
Em coletiva realizada durante Conferência Global de Jornalismo Investigativo, no Rio de Janeiro, em outubro, Joaquim Barbosa declarou suas intenções em se candidatar ao cargo de presidente, mantendo os desvios e manobras de discurso do “quando”, mas conferindo segurança à sua pretensão eletiva .
Quando perguntado com qual partido político se identifica mais, domou o fôlego da população brasileira de “filiação apartidária” e, como que no seu posto e direito de representatividade, declarou: “Atualmente, nenhum”.
No decorrer do período, aumentando  suspeitas de sua possível candidatura e ainda sem garantir datas e prazos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, vem definindo o fechamento de seu mandado de presidência na Corte e o fortalecimento de uma pré campanha, ainda que a médio prazo.
Neste momento, contabilizando os 10% de favoritismo em pesquisas eleitorais do presidente da Corte, parece que a estratégia de risco vale pela causa.